Lay- Unforgotten

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Inspirado no drama chines "My Girlfriend is an alien".

Tocar Música da Midia!

O céu noturno sobre Xangai estava incandescente com as luzes cintilantes da cidade. As ruas movimentadas estavam vivas com o zumbido rítmico da vida, e eu dei por mim perdido no mar de gente. Tinha sido um dia longo e eu estava a regressar ao meu apartamento, com os meus passos a ecoar pelas ruelas tranquilas.

Ao virar a esquina, avisto uma cara conhecida, que nunca esperei voltar a ver. S/n. Ela estava ali, com os olhos arregalados a refletir o brilho das luzes da rua. A sua aparência não tinha mudado nada desde a última vez que a vi e o meu coração saltou uma batida. Não podia acreditar que ela estava aqui, na mesma cidade que eu.

"S/n?" chamei, a minha voz cheia de incredulidade e espanto.

Ela virou-se para olhar para mim, com os olhos arregalados de surpresa. "Lay?" A sua voz era suave e melodiosa, tal como eu me lembrava.

Ficámos ali parados por um momento, a olhar um para o outro, como se tentássemos processar o facto de nos termos cruzado mais uma vez. Tinham passado anos desde a última vez que a vi. Conhecemo-nos nas circunstâncias mais invulgares, e o nosso breve encontro deixou-me um impacto duradouro.

"És mesmo tu?" perguntei, dando um passo hesitante para perto dela.

Ela acenou com a cabeça, um sorriso ténue a esboçar os cantos dos lábios. "Sou eu."

Não consegui conter o meu entusiasmo. "O que estás a fazer aqui em Xangai?"

O sorriso de S/n desvaneceu-se ligeiramente e ela olhou para os pés. "Tenho andado a viajar, a explorar sítios diferentes e a experimentar coisas novas."

Percebi que havia algo mais na sua história, algo que ela não estava a dizer. Mas não a pressionei para saber pormenores. Em vez disso, convidei-a para tomar uma chávena de café comigo num café próximo, e ela aceitou.

Quando nos sentámos frente a frente no café acolhedor, não pude deixar de recordar o passado. Tínhamo-nos conhecido quando ela se despenhou na Terra na sua nave espacial e eu tinha sido o único a ajudá-la a navegar neste mundo estranho. Tínhamos partilhado momentos de riso e aventura, e depois, tão subitamente como ela tinha chegado, tinha desaparecido, deixando-me com uma sensação de saudade.

"Então, o que andaste a fazer durante todos estes anos?" perguntei, tentando manter a conversa leve.

S/n suspirou, o seu olhar distante. "Tenho tentado misturar-me, viver uma vida normal na Terra. Mas não tem sido fácil. As pessoas são tão diferentes aqui, e muitas vezes sinto-me como uma estranha".

Conseguia sentir a solidão nas suas palavras, e isso tocou-me no coração. "Compreendo como te sentes," disse eu suavemente. "Mas já não estás sozinha. Eu estou aqui, e podemos pôr a conversa em dia."

Nas semanas seguintes, S/n e eu passámos muito tempo juntos. Explorámos a cidade, experimentámos novas comidas e partilhámos histórias das nossas aventuras. Parecia que não tinha passado tempo nenhum desde o nosso primeiro encontro. A nossa ligação manteve-se tão forte como sempre.

Uma noite, enquanto passeávamos ao longo das margens do rio Huangpu, S/n virou-se para mim com uma expressão séria. "Lay, há algo que preciso de te dizer."

Consegui sentir o peso das suas palavras e parei de andar, dando-lhe toda a minha atenção. "O que é?"

Ela respirou fundo. "Tenho de me ir embora em breve. Há uma coisa que preciso de tratar, uma coisa importante."

O meu coração afundou-se com a ideia de ela partir mais uma vez. "Não podes ficar mais um pouco?"

Ela abanou a cabeça. "Gostava de poder, mas não posso."

Continuámos a nossa caminhada em silêncio, com o rio a brilhar ao luar. Eu não queria despedir-me, mas sabia que não podia impedi-la de cumprir qualquer missão ou objetivo que tivesse na Terra.

Na noite anterior à sua partida, levei-a a um jardim no telhado com vista para a cidade. Sentámo-nos num banco, com os ombros a tocarem-se, enquanto olhávamos para as estrelas.

"Vou sentir a tua falta", admiti, com a minha voz quase num sussurro.

S/n virou-se para me olhar, com os olhos cheios de uma mistura de tristeza e saudade. "Eu também vou sentir a tua falta, Lay."

Peguei na mão dela e ela não se afastou. Os nossos dedos entrelaçaram-se e ficámos ali sentados, com o mundo à nossa volta a desaparecer. Naquele momento, não importava que ela fosse uma extraterrestre, que as nossas vidas fossem tão diferentes. Tudo o que importava era a ligação que partilhávamos.

Na manhã seguinte, acompanhei-a ao mesmo sítio onde nos tínhamos encontrado pela primeira vez, um beco tranquilo no coração de Xangai. O sol estava a começar a nascer, lançando um brilho quente sobre a cidade.

S/n virou-se para mim, com os olhos a brilhar de lágrimas não derramadas. "Obrigada, Lay, por tudo."

Puxei-a para um abraço apertado, sem a querer largar. "Promete-me que um dia vais voltar."

Ela acenou com a cabeça, a voz embargada pela emoção. "Eu prometo."

E então, sem mais nem menos, ela desapareceu. A sua nave espacial, escondida à vista de todos como um carro antigo, levantou-se do chão e desapareceu no céu.

Fiquei ali, a olhar para o espaço vazio onde ela tinha estado, com um sentimento agridoce a apoderar-se de mim. Eu sabia que os nossos caminhos se tinham cruzado por uma razão, que a nossa ligação era especial. E, apesar de ela se ter ido embora, agarrei-me à esperança de que, um dia, ela voltaria e nós continuaríamos de onde parámos.

Quando me afastei do beco, não pude deixar de sorrir. Afinal, quem diria que eu, um simples humano, encontraria o amor no mais inesperado dos lugares - com uma rapariga extraterrestre chamada S/n?

O céu noturno sobre Xangai continuava a arder com as luzes cintilantes da cidade, mas agora tinha um significado especial para mim - uma recordação de um amor que transcendia o tempo e o espaço.

Olá, a todos/as!
Espero que tenham gostado desta história.
Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, dedicação, amor e carinho escrevê-lo.
Até ao próximo imagine!

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