Epílogo

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Estava tudo certo para aquela noite. Era uma surpresa para ele e todos estavam extremamente ansiosos. 17 de janeiro, aniversário de Miguel. Era incrível a quantidade e gente que apareceu quando Vicky, nossa irmã, anunciou a festa que faria para ele. Eu já estava meio cansada de tantos preparativos, mas era para Miguel, amor de minha vida.

Sim, eu tinha consciência do quanto a frase soava ridícula, mas não me envergonhava; mesmo há quase um ano eu ter jurado que nunca ficaria remotamente boba e apaixonada como estava naquele momento. Mas seria difícil não ficar depois de tudo o que passamos juntos. Fomos prisioneiros juntos (não, isso não era nenhuma metáfora amorosa) e ele fora meu porto seguro durante um bom tempo. Diria que era minha alma gêmea, se eu acreditasse em uma.

Naquele dia, o combinado era que eu o levasse para o local da festa às seis horas. Tinha marcado com Miguel em minha casa às cinco para jantarmos juntos em um restaurante que ele havia proposto. Já eram cinco e dez e ele não havia chegado. Seria irritante se eu falhasse na única coisa que eu fora encarregada. Mas respirei fundo, confiante.

Cinco e quinze e a campainha toca. Abri a porta e lá estava ele, com sua áurea de serenidade. Lembro que quando o vi pela primeira vez reparara principalmente seus olhos. Mas agora, observando bem, ele tinha um sorriso tão lindo, um jeito de andar tão hipnotizante, um modo de arquear a sobrancelha tão... Encantador.

- Liza. - sorriu e eu retribui. Segurei sua mão e ele deu um beijo. Seus lábios eram quentes e convidativos. Esqueci que não estávamos sozinhos.

Miguel olhou mais adiante e voltou a sorrir.

- Feliz Aniversário, Miguel! - minha mãe se aproximou e abraçou-o.

- Obrigada, Aless.

- Parabéns, rapaz. - disse meu pai.

- Vamos? - puxei-o para fora, ansiosa. Saímos, mas não sem antes ouvirmos algumas recomendações de minha mãe.

Clóvis nos esperava do lado de fora, já ciente de onde deveria nos levar. Fora necessário algum trabalho para convencer Miguel de que Clóvis era realmente necessário àquela noite. Apesar de fazer dezoito naquele dia, Miguel ainda não tinha habilitação de motorista, o que o deixava desapontado.

- Olá, Eliza. - saudou Clóvis.

- Ola Clóvis. - O carro partiu.

Fiquei em dúvida se dava meu presente a Miguel ali ou esperava a festa. Resolvi dar ali mesmo, onde não teria que disputar sua atenção. Durante o mês fiquei pensando no que dar a ele. Algo que o representasse, representasse a gente. Por fim, optei por fazer uma seleção das melhores cenas de filmes e séries que havíamos assistido juntos, com a nossa trilha preferida. Como não fazia ideia de como desenvolver tal presente, fiquei importunando Rafael para fazer da coletânea o melhor presente que Miguel havia ganhado. Claro que eu não tinha tanta pretensão, mas não custava tentar.

- Feliz aniversário. - lhe disse com um beijo em seu rosto. - Te adoro.

- Te amo - sussurrou-me.



Discretamente, Clóvis nos levava à festa que eu não fazia ideia de onde era. Fiquei um pouco surpresa e grata por Miguel não notar que o caminho que Clóvis estava fazendo não era do restaurante que ele havia lhe indicado. Alguns minutos mais tardes, Clóvis foi diminuindo a velocidade do carro até parar completamente em frente a uma enorme casa que estava silenciosa, mas cheia de carros estacionados em volta.

- Chegamos - anunciou Clóvis.

- Hum... - Miguel enrugou a testa - Clóvis, aqui não é o lugar.

O irmão de minha irmãWhere stories live. Discover now