Meus novos hóspedes

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Finalmente, depois de minha ridícula ansiedade, eu os vi. Não pareciam acanhados ou envergonhados. Na verdade, eu parecia estar bem mais nervosa que eles. A garota era Victória. Tinha um sorriso encantador e uma aparência majestosa. Era muito bonita. A pele morena, os olhos bem verdes, feito peridoto, (assim como os do meu pai, percebi), em contraste com os cabelos castanhos e lisos. Tinha uma expressão delicada. Era uma das pessoas mais bonitas que eu já tinha visto (levando em conta que eu vivi 16 anos ao lado da Alessandra, era uma grande coisa).

O garoto também era muito bonito, embora não tanto quanto a irmã. A pele, bem diferente da dela, era alva, os olhos pretos feitos carvão. O cabelo era igualmente preto, ondulado em cachos desarrumados. A expressão era suave e os olhos penetrantes. Foi o que mais me chamou atenção nele.

- Prazer em conhecê-las - Disse Miguel com uma voz calma.

- O prazer é nosso - eu me vi falando. Não soube de onde veio aquela voz calma quando o que eu tinha planejado antes era gritar de indignação.

- Quero que desculpem nosso incomodo - falou Victória suavemente - Não queremos causar nenhum desconforto.

- Não é desconforto algum. - Assegurou Alessandra.

- Mais uma vez obrigado por nos receber. - Miguel falou. Nesse momento, algo grande e dourado passou por mim e emitiu um latido. Esse algo grande e dourado estava pulando em cima do novo hóspede.

- Ace! Se comporte, garoto. - Ace estava pulando em cima de Miguel que tentava brincar com ele. Cachorro boboca.

- Deixe-o, ele é legal. - Ace parou de tentar lamber Miguel para alcançar um saquinho de jujuba que estava na mão de Victória. Eu peguei Ace no colo e ele se aquietou. Parecia que tinha gostado de deles. Previsível, já que ele gostava de qualquer um que afagasse sua cabeça ou tivesse nas mãos algo diferente.

- O.K., deixe-os em paz Ace.

- Liza, porque não mostra o quarto a eles?

- Claro. Venham. - Passei Ace para Alessandra e fui em direção às escadas. Eles me seguiram, Miguel carregando as duas malas sem aparente esforço e Victória uma maleta rosa de mão. Cheguei ao quarto ao lado do meu que já estava arrumado para recebê-los.

- Aqui está. - Eu disse mecanicamente, sem olhá-los diretamente. - O banheiro fica aqui ao lado. - Disse apontando na direção. - Se precisarem de qualquer coisa meu quarto fica do lado. Vou deixar vocês à vontade.

Antes que eu pudesse sair do quarto uma voz me chamou.

- Eliza?

- Sim?

- Obrigada por nos aceitar aqui - falou Victória - eu sei como deve ser difícil.

- Mesmo - concordou Miguel. Por um segundo meu olhar encontrou o dele. Desviei desconcertada; algo me incomodou.

- Não se preocupem. - disse esboçando o que deveria ser um sorriso - Sejam bem vindos e... Boa noite.

Sai do quarto fechando a porta atrás de mim.

Acordei aquela manhã agitada, mas não sabia ao certo por que. Após vestir o uniforme, desci as escadas e fui direto para a cozinha. À mesa, já estavam sentados nossos novos hóspedes, também de uniforme, juntamente com meu pai e Alessandra. Era estranha aquela imagem. A mesa retangular parecia menor, assim como toda a cozinha.

Sentei-me a mesa.

- Bom dia - falei.

- Bom dia - Eles responderam.

- Tiveram uma boa noite? - Perguntei á Miguel e a Victória educadamente. Tinha decidido na noite anterior que se fosse para conviver com eles, que ao menos fosse pacificamente.

O irmão de minha irmãWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu