capítulo 4 Erva daninha

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Era manhã, o sol raiava no lindo e claro céu azul, um céu limpo, sem nuvens, refletindo o calor do dia amanhecido, era entorno das 7 da manhã. Alister cavalgava apressado em um corcel marrom baio, mesmo o dia sendo claro e calmo a expressão do garoto era outra, um silencio, onde apenas o galope do cavalo era ouvido. Alister galopava para a casa de William com assuntos sérios a serem tratados.

Quando chegou parou o cavalo ali perto, ele sabia que o cavalo não fugiria então não faz questão de amarrá-lo, desceu do cavalo e foi em direção a porta da cabana para chamá-lo, mas antes que gritasse por William o garoto aparece atrás dele dizendo.

- O que está fazendo? - Pergunta William segurando duas garrafas de leite em seus braços.

- Ah, você está aí, não tinha te visto. - Fala Alister surpreso - Não esperava te ver aí.

- Minha mãe pediu que acordasse mais cedo para buscar leite com os Cowell, mas isso não explica o motivo de você estar aqui tão cedo.

- Eu tenho um assunto para conversar com você.

- Não tinha como vir mais tarde? Está tão cedo.

- Não. É um assunto muito importante.

- Alister? - Pergunta William como se duvidasse que o assunto era tão importante assim.

- É sério William! Eu mal consegui dormir esta noite por causa disso.
A expressão de William fica preocupada depois de ouvir o que Alister dissera.

- Diga-me então. - Diz mais preocupado com o assunto.

- Recebi uma carta ontem de noite, uma carta diretamente do Grande Lord - Fala Alister com uma expressão nervosa.

- Uma carta do Grande Lord?! -Diz perplexo pensando no que ouviu. - Entre então, só faça silêncio, minha mãe ainda está dormindo.

Os dois entram na cabana que está com um aspecto escuro, William coloca as duas garrafas de leite na mesa e guia Alister para o quarto, onde os dois sentam na cama, então Alister começa.

- Ontem quando voltei para casa, por incrível que parece minha mãe não tocou no assunto de Sophia, então não fiz questão de lembrá-la, pensei que tinha sido sorte, mas de noite chegou a carta. Imagino que deva ter sido um dos servos dele, não fui eu que recebi a carta, somente olhei de longe, o garoto que a entregou dissera que era para mim. Uma carta do Grande Lord direcionada para mim! Quando o garoto saiu a cara da minha mãe não era nada boa.

- O que dizia na carta?!

- Era sobre a gente, não sobre a gente em si, mas sobre o boato, eu lhe trouxe a carta. - Alister então coloca a mão em seu bolso e tira um papel dobrado, supostamente a carta, e entrega para William.

Caro, Alister Balkerfield,
Espero que essa carta lhe encontre a meio da tempestade que você mesmo causara a si. Não sou alguém que recorre a ameaças, mas quero que compreenda a seriedade da situação que enfrenta.
Os ecos de seus rumores chegaram até mim, rumores de suas ações que se espalham como veneno insidioso. Você e eu sabemos que boatos se espalham como espinhos, espinhos que influenciam na nossa terra, que foi feita de tanto esforço e dedicação. Como uma erva daninha, que sufoca o que é de valioso para nós, esses boatos podem acabar com a harmonia e a moral que nossa comunidade tem.
Por isso, estou-lhe escrevendo está carta para te dar um aviso claro e incisivo.
Minha paciência é finita, garoto Balkersfield. Concedo-lhe o prazo de um ano para que você mesmo arranque as ervas venenosas que plantou, arrume uma esposa, mostre que o boato não passa de uma mentira, se não eu mesmo vou fazer questão de arrancá-las. Estou de olho em você garoto. A praga tem que ser arrancada assim que vista, antes que impregnem o resto, as raízes dessa erva daninha devem ser arrancadas e eu não vou hesitar em fazê-lo, custe o que custar.
Atentamente,
Grande Lord.

William apenas fica em silencio, pensando no que acabara de ler, sua expressão era de medo com a ameaça que o Grande Lord fizera, até que ele mesmo acaba com o silencio.

- Eu não sei o que fazer... - Diz William enquanto olhava para Alister percebendo sua aparência melancólica. - Grande Lord lhe deu um prazo, um prazo para um casório, é melhor você cumprir. - Aconselha desanimado pois não queria que isso acontecesse.

- Não quero me casar, pelo menos não obrigado, e não com uma garota. Se for para me casar, quero que seja com você. -Diz enquanto olhava para William.

- Eu sei, mas prefiro ver você casado com outra pessoa do que morto Alister. Prefiro viver sabendo que você está vivo, com outra pessoa, do que viver sabendo que nunca mais vou te ver.
Um barulho interrompe os dois.

- Está conversando sozinho filho, oh. Alister? - Surpresa fala ao ver o amigo de seu filho ali tão cedo. - Não esperava ver você aqui.
Alister então se levanta.

- Ah... Senhora Shieldburn, bom dia, desculpe pelo incômodo... Eu precisava conversar com William. - Diz um pouco tímido, mesmo já conhecendo a mãe de William a anos.

- Oh, tudo bem, se fosse assim deveria ter me acordado William, assim faria um café para voces dois.

- Não precisa mãe.

- Claro que precisa, eu faço questão, Alister é um convidado importante aqui, não é mesmo William? - Diz brincando com o filho que nesse momento já estava envergonhado. - Vou ir então, podem continuar a conversa de vocês.

Diz a mãe de William indo em direção a mesa para arruma-lá.

- É estranho saber que sua mãe sabe. - Diz sentando na cama de novo junto com William. - Mas o que faremos em relação a carta?

- Não se preocupe, eu vou pensar em algo. - Fala segurando a mão de Alister como consolo. - Mas vamos evitar pensar nisso agora, está bem? venha, vamos para mesa.

Mesmo Alister já sendo acostumado com a cabana, William o guia segurando em sua mão até a mesa, onde os dois se sentam.

- Eu fiz chá, temos bolacha e pão, podem comer à vontade.

- Obrigada Senhora Shieldburn. - Agradece Alister.

- Não precisa de tanta formalidade Alister, como disse, você já é de casa. Pode me chamar somente de Ester. - Diz sendo simpática

- Ah, está bem Senhora Ester.

Alister apenas toma o chá e conversa um pouco antes de sair.

- Acho melhor eu voltar, mas obrigada senhora Shieldburn, quer dizer, Senhora Ester. Obrigado pelo chá, e desculpa pelo incômodo.

- Que nada, meu amor. Volte aqui quando quiser, William adora suas visitas. - Fala cutucando o filho que estava sem seu lado.

William vai até a porta para se despedir.

- Não se preocupe com o assunto da carta está bem? Encontraremos um jeito. -Diz enquanto segurava a mão de Alister

- Está bem. Sentirei sua falta o resto dia. - Diz com um olhar sedutor, usando a beleza dos seus olhos ao seu favor.

- Sentirei sua falta também... -William olha para os lados. - Pensarei em você o resto do dia, minha rosa. - Sussurra em seu ouvido e logo depois o beija.

Os dois se despedem, soltando as mãos. Alister vai em direção ao seu cavalo, que estava pastando e volta para casa.

Emperys A origemWhere stories live. Discover now