Emperys A origem

Capítulo 35 A caça à volta

A neve caia no chão com muito mais frequência e ventos frios já era o comum. Theodor terminava de colocar sua capa, na qual ganhara de Lorcan, uma capa preta com pele de raposa cinzenta na gola, o que ajudava a esquentar.

Os tempos eram outros, o inverno chegara cedo ao norte, o que impedira a continuação do caminho, de acordo com oque Theodor ouvira, Bran aconselhou para que ficassem ali até as grandes tempestades de neve passar, o que poderia durar alguns dias ou semanas, para só assim continuarem. De acordo com ele, se fossem, morreriam na neve.

Ao terminar de arrumar a capa, Lorcan se aproxima.

- Theodor, como você está? - Era a primeira vez que os dois se viam desde o amanhecer.

- Eu estou bem, com um pouco de frio, mas bem - O responde com um sorriso.

- Que bom - Sorri de volta - Sobre o frio, não se preocupe, hoje de manhã Lyndon e Roderick acharam dois grandes cervos, a carne será usada nas refeições e a pele usaremos para fazer mais agasalho, afinal quanto mais ao Norte mais frio será.

- Não gosto muito de pensar nisso -Brinca Theodor.

- Eu também não - O responde com uma leve risada. - Eu vim te chamar para ir em busca lenha, íamos eu e Cassius mas achei legal te chamar, você quer ir?

-Ah, por mim tudo bem.

- Ótimo, então venha. - Pede seguindo em frente, Theodor logo o segue. -Cassius disse que não precisamos de muita lenha, somente um pouco para agregar com a que já temos, ele disse que quer aproveitar e dar uma olhada em volta, afinal ficaremos aqui por um tempo ele quer ver se é seguro em volta.

- Seguro, como assim?

- Ver se não tem animais perigosos por perto, ou até outros competidores.

- Ah, entendi.

- Olha o Cassius ali. - Diz apontando a frente.

Os dois garotos se aproximam em direção de Cassius que estava encostado em uma das árvores.

- Demorou tanto porquê?

- Antes fui falar com o Lyndon e Roderick sobre a caçada, depois fui chamar o Theodor.

- Se a lenha acabar e atrasar a comida a culpa será de vocês. - Diz seguindo em frente entre as árvores.

A floresta envolta não era muito fechada, as árvores eram pequenas e espaçadas o que permitia que a claridade ficasse no local, já a neve era densa e funda, o que dificultava um pouco para andar, por alguns momentos o vento frio passava balançando as árvores na redondeza.

Os três garotos andam até chegar em uma distância do local onde estavam, onde Theodor começa a pegar alguns galhos que achara no chão, já Cassius possuía um machado na qual cortava alguns troncos maiores, Lorcan estava mais a frente pegando alguns galhos caídos.

- Gente - Chama Lorcan - Acho que achei algo!

- Como assim? - Pergunta Cassius largando o machado e se aproximando, Theodor curioso logo o segue também.

- Ali, mais a distante. - Aponta Lorcan.

- O que tem ali? - Diz Theodor forçando para tentar ver algo em meio de tanta neve branca.

- Caminhemos até lá e saberemos - Sugere Cassius indo a frente.

Lorcar e Theodor se entreolham, mas logo seguem. Ao se aproximar era perceptível um amontoado de galhos no chão.

- Parece uma fogueira. - Diz Theodor

- Uma fogueira na qual alguém tentou disfarçar que fizera. - Cassius acrescenta.

- Você acha que pode ter alguém aqui perto? - Pergunta Theodor.

- Ou pode ser um urso. - Sugere Lorcan.

- Um urso, Lorcan?! - Questiona Cassius.

- Nunca se sabe, quando éramos mais novos você me contava aquela história do urso que comia as crianças que saiam sozinhas na floresta, lembra?

- Primeiramente Lorcan, não somos mais crianças e segundo, é apenas uma história.

- Mas um dia o Senhor Woodsman me disse que ursos são animais inteligentes, ele deve entender sobre isso, afinal ele era um caçador.

- Olha, acho que ursos até podem ser espertos, mas eles não saberiam fazer uma fogueira. - Argumenta Theodor.

Cassius observava com atenção o amontoado de madeiras, ele olhara para neve como se pensava no que varia a respeito sobre o achado.

- Eu conversarei com Bran, começaremos a fazer patrulhas, de dia e de noite. Se tiver alguém aqui essa pessoa não sobreviverá por muito tempo. - Declara Cassius. -Agora é melhor nós voltarmos, peguem as madeiras que acharem. - Manda indo a frente pegando alguns dos troncos no chão.

Theodor e Lorcan logo começam a pegar os gravetos e troncos que tinham no chão e seguem Cassius de volta ao acampamento. Ao se aproximarem, a noite já ameaçava aparecer, "No Norte tudo chega antes. " Era isso que as pessoas sempre diziam, assim como o inverno que já residia ali, a noite caira antes, e com ela, os ventos frios e algumas geadas, quando chegam, colocam as madeiras numa pilha perto do resto das antigas. Bran conversava com alguns garotos no meio do acampamento, mas ao avistar Cassius e os garotos, logo vai ao seu encontro.

- Acho que estas madeiras serão o suficiente para hoje. - Observa Bran.

- Precisamos conversar. - Diz Cassius.

- O que ouve?

- Achamos um resto de fogueira aqui perto, a fogueira não estava totalmente montada, mas era perceptível que quem a fez queria escondê-la.

- E oque você pretende fazer?

- Durante nossa estadia aqui começaremos a fazer patrulhas, de dia e de noite, um número de 2 ou 3 garotos ficarão responsáveis por patrulhar. Avise os demais, a patrulha começa hoje a noite, escolha dois garotos para começar.

Bran faz um simples aceno com a cabeça e se retira, indo comunicar o aviso aos demais. Cassius então se vira para Theodor e Lorcan que estavam logo atrás.

- Podem ir, procurem algo para fazer, ajudem com o jantar ou ajudem com algo que precise. - Diz Olhando para Theodor.

O garoto então vai e junto com ele ia Lorcan.

- Você não Lorcan, quero que fique aqui, preciso conversar com você.

Lorcan olha para Theodor que logo depois continua seu caminho. O garoto então vai a procura de algo para fazer como Cassius aconselhara, ele acaba ajudando nos preparativos do cervo para o jantar, assim aproveitaria e ficaria aquecido perto da fogueira, pois os ventos começavam a ficar mais gelados nessa parte do dia.