Capítulo 33 Mariposa

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O sol da tarde refletia na grama verde, em frente havia a cabana do Lord, na qual dois jovens saiam dali de perto.


— Boa tarde Lady Hannah, e Henry. — Diz a moça ruiva, fazendo uma referência para Hannah.


— Boa tarde. — a menina responde. —Posso te ajudar em algo?



— Vim apenas conversar com o Lord, Milady. Mas obrigada pela pergunta. — A mulher faz uma simples reverência, então segue seu caminho.

Os dois jovens seguem a frente. A mulher então se aproxima da cabana, na qual entra sem se preocupar com os guardas.

— Meu senhor, você tem visita. — Diz Cedric.

— Visita? — Pergunta o Lord — O que você está fazendo aqui? — Logo ele diz quando percebe a presença da mulher.

— Imaginava ser mais bem recepcionada. 

— Você não respondeu minha pergunta, o que faz aqui!?

— Eu não lhe devo satisfações, mas fiquei sabendo que fui mencionada em uma das suas brigas de relacionamento, novamente. Mas não é só por isso que vim, temos coisas a conversar. — Diz a mulher ruiva se sentando na cadeira como se já se sentisse em casa. — Cedric pode nos deixar a sós? — Ela pede.

O homem olha para Lord como se procurasse a afirmação para sair, então Lord acena confirmando o pedido.

— Estamos a sós agora. Diga, o que você quer? — Diz Lord indo direto ao ponto.

— Fiquei impressionada.

— Impressionada com oque?!

— Henry como escudeiro? Está tentando compensar seus erros do passado? Pensei que queria o garoto longe de você, mas confesso que agora estou confusa sobre as suas atitudes, ou será que esqueceu o que eu te dissera?

— O que voce disse não passa de mentiras, afinal nada aconteceu.

— Ainda. Diferente de você não digo mentiras, Hedimiller.

— Você está me ameaçando?

— Não, apenas estou te recordando das palavras que você mesmo foi atrás para saber.

— É para isso que você veio? Para falar do garoto inútil?

— Garoto inútil — Ela repede com um tom sarcástico — É isso que pensa dele?

— E se for, qual seria o problema? Ele não serve para nada a não ser me dar problemas.

— Um metal pode ser apenas um metal, com apenas um simples valor, mas ele se torna forte se feito uma espada, se torna valioso se feito uma coroa.

— Você só sabe falar em enigmas?

— Falar tudo do jeito que são seria entediante, prefiro apresentá-las de uma maneira que os menos perspicazes não compreendam. Afinal, até mesmo meu nome é um enigma, qual seria a graça se não usasse?

— Seria oque? Mariposa, a praga?

— E você seria o Lord babaca? Ou covarde? Foram tantos nomes que não sei escolher meu favorito.

Lord logo bate forte suas mãos na mesa que quase faz taças cairem.

— É para isso que veio?! Para me estressar?

— Na verdade não, vim por outro motivo, fiquei sabendo da sua competição.

— O que tem ela?

— Como o que tem? “Aquele que sobreviver, se tornará rei.” Não sabia que estava disposto a entregar seu título tão fácil assim.

— Eu não entregarei meu título a ninguém!

— Se fosse você começaria a se acostumar com essa ideia. Fiquei sabendo coisas que é bom você se preocupar caso ame sua coroa.

— Descobriu oque? — Pergunta com descrença.

— Um garoto recentemente descobriu algo importante, algo que você deve aprender a temer, algo que pode revelar, se ele souber interpretar.

— O que você quer dizer com isso? E como sabe disso? afinal eles estão numa competição espalhados à metros de distância.

— Eu sei de tudo, garoto. Você descobre tudo quando repara nas asas pretas desamparadas.

O Lord apenas a observa como se tentasse entender o que ela dissera. Quando de repente Cedric entre na cabana.

— Meu senhor, a algumas cidades que desejam falar com você, sobre as plantações.

— Não se preocupe, nosso assunto está encerrado por hoje. — Diz Mariposa se levantando e indo em direção a porta.

Ela continua andando quando alguns metros à frente avistam Henry sentado no chão, então ela se aproxima.

— O que faz no chão, garoto? — Henry a olha assustado pelo visto estava concentrado no nada.

— Estou só esperando e pensando.

— Esperando e pensando?

— Hannah tinha que falar com a mãe dela antes de se arrumar para o chá da tarde, então fiquei aqui, esperando como sempre... daí estava aqui pensando na vida

— Nem sempre pensar na vida é bom.

— Eu nem sei porque estou aqui...

— Como assim?

— Eu era só uma catador de madeira, e agora sou escudeiro.

— Isso não era para ser bom?

— Não sei... eu não mereço isso, nem lutar eu sei, eu sou um imprestável que não serve para nada — Diz se levantando do chão e limpando a poeira com as mãos — Aqui estou eu servindo como cachorrinho de passeio.

— Não fale assim, voce é especi...

— Nem comece! — Interrompe Henry —Você vai começar com aquele negócio chato tipo “todo mundo é especial”, quando na verdade ninguém é. — Diz com um tom irônico.

— Você é diferente, Henry. As estrelas te observam. — Mariposa diz com uma voz tão serena que sendo verdade ou não parecia ser bom.

Henry olha para o céu mesmo sendo dia pensando nas estrelas, ele tinha perguntas, o que ela queria dizer? Mas a mulher já se retirava, o menino pensa em segui-la, mas Hannah logo aparece.

—Vamos Henry.

O menino a olha e quando volta sua visão não vê mais a mulher.

— Está procurando algo? — Pergunta Hannah.

— Não é nada deixa para lá.

— Então está bem, agora vamos, eu ainda tenho que trocar de vestido e arrumar meu cabelo. — Diz andando na frente.

Henry a segue ainda pensando na mulher. Confuso em seus próprios pensamentos, “As estrelas de observam” o que queria dizer isso?

Emperys A origemWhere stories live. Discover now