Unidos Por Ela - 5° temporada

Capítulo 5

Bruna

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Girei a maçaneta da porta do quarto onde Lúcia esta internada, logo que entro a vejo deitada na cama, com alguns curativos nos braços e pernas, ela já não esta mais respirando com ajuda, com um pouco de dificuldade ela respira fundo, mas já consegue fazer sozinha e está usando uma máscara de oxigênio pra auxiliar na sua recuperação, que está sendo gradativa.

— Minha amiga...

Digo com minha voz embargada, caminho até sua cama e percebo que como o doutor disse, ela ainda não acordou desde que desmaiou no incêndio, provavelmente só o fará nas próximas horas.

— Que loucura você fez.. — coloco minha mão sobre a dela que está apoiada na cama, lágrimas rolam por minhas bochechas. — Não sabe o medo, o desespero, a angústia que senti, minha irmã... Como pode ter feito isso? Você, você, você quase morreu, Lúcia. Você disse que tinha feito a melhor escolha pra Grace, mas não foi, não foi porque desde que você a deixou lá você nunca mais foi a mesma Lúcia de antes... Nunca mais...

Lúcia começa a tossir, então suas pálpebras tremem e no mesmo instante ela começa a abrir os olhos, dou uma gargalhada fraca, cheia de alívio e seguro bem sua mao, mostrando pra ela que ela nao está sozinha. Quando abre os olhos totalmente e a tosse  cessa, Lúcia me olha, dou para ela o meu mais longo sorriso, demonstrando toda a felicidade que sinto ao ve-la acordar.

— Amiga, Lúcia...

— Bru... Bru... — ela começa a tossir novamente.

— Não, não diz nada — digo a interrompendo e a impedindo de tirar a máscara, que ela já estava tentando tirar. — Não faz isso, você precisa de oxigênio.

— Fo... fogo... pegou... nossa ca... casa...

— Eu sei, eu sei...

— Gra... — ela tosse e começa a tentar falar enquanto tosse, começando a se desesperar. — Gra... Grace... Gra...

— Amiga... Lúcia, respira...

Lúcia começa a chorar e chamar por Grace, enquanto chora e fala, ela começa a tossir e no mesmo instante o aparelho que monitora os sinais vitais dela começa a apitar, tento pedir calma e falar que a foto está salva, mas Lúcia não me escuta, ela só consegue chamar pela filha, mostrando o tamanho da dor e do buraco que está em seu coração.
A porta do quarto abre e algumas enfermeiras entra no quarto acompanhada do dr. Jack.

— Bruna, melhor você sair...

— Ela é minha amiga, Julia... minha amiga...

— Eu sei, eu sei que é! Mas você precisa sair  pra que possamos cuidar dela. Você sabe como funciona, não é uma enfermeira agora, é uma amiga.

Os gritos chamando por Grace, seguido de tosse e o choro de Lúcia preenchem cada canto do quarto onde ela está internada. Lúcia se debate tentando se soltar das mãos das enfermeiras que tentam acalma-la.

— Bruna, vamos... venha...

— Lúcia...

— Bruna, vamos cuidar bem dela! Agora vá, anda!

Dr. Jack diz pegando meus braços e me guiando para fora do quarto, balanço a cabeça assentindo e então ele fecha a porta do quarto e os gritos de Lúcia ficam abafados. Respiro fundo limpando minhas lágrimas e sento em uma das cadeiras que está no corredor dos quartos, ainda posso ouvir ela chorar, tossir e chamar pela Grace.