Unidos Por Ela - 5° temporada

Capítulo 7

Lúcia

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Quase perdi a minha vida. Mas sinto como se tivesse perdido, nunca mais verei o rostinho da Grace e vou acabar esquecendo como ela era ainda recém nascida. As vezes me pego imaginando como ela deve estar agora, com quase 4 meses de vida, deve ser a bebê mais linda do mundo.
A única coisa que me consolava nessa minha dor avassaladora era aquela foto, era o meu consolo nas noites em que acordava após sonhar que tinha desistido de tudo e ficado com ela. E agora, agora eu não tenho mais esse consolo, não tenho mais e saber que nunca mais irei vê-la me deixa sem forças pra absolutamente nada.

— Filha, você precisa comer... vamos?

Mamãe diz tentando me convencer a comer, mas não sinto fome. Ainda estou tossindo bastante, o médico disse que estou me recuperando bem, que aos poucos e com a medicação a tosse vai passar e estarei 100% recuperada.

— Lúcia, minha filha, come... O que aconteceu? Hã? Diz, diz pra mamãe? Filha, sabe que eu estou aqui pra você, não sabe?

Olho para ela sentindo meus olhos se encherem de lágrimas, gostaria de contar tudo, mas não posso, não consigo.

— Está tudo bem, mãe... só não estou, não estou com fome — acabo tossindo.

— Não parece que esta tudo bem, meu amor. Eu sou sua mãe, sei quando algo não esta indo com com meus filhos. Se, se for por tudo que se perdeu no incêndio, não se preocupe, vou dizer a você o que eu disse pra Bruna. Vocês são fortes! São guerreiras!São inteligente! Vocês vão conseguir reconquistar tudo o que perderam, quando menos imaginar, já estarão com tudo novamente.

Balanço a cabeça assentindo.

— Lúcia, filha...

Escutamos algumas batidas na porta, logo a mesma abre revelando Bruna, mamãe respira fundo desistindo de me fazer comer. Então ela olha pra Bruna e sorri gentilmente, mas visivelmente triste.

— Achei que ela estivesse sozinha... não foi almoçar, senhora?

— Não, não... quis ficar pra ver se conseguir fazer ela comer algo. Mas está sendo em vão. Ela precisa comer pra se recuperar mais rápido, mas Lúcia não coopera.

As duas olham pra mim, viro minha cabeça para o outro lado as ignorando.

— Deixa que eu tento, dona Teresa! Vai comer a senhora, vai!

— Não, eu estou bem...

— Sei que está, mas precisa se alimentar — Bruna diz a interrompendo. — Para cuidar de alguém, antes precisa se cuidar também. Então vai, vai almoçar.

Mamãe me olha, sei que ela está me olhando porque sinto seu olhar amoroso e seu corpo se voltar para mim.

— Pode ir, dona Teresa! Ela vai comer, pode ter certeza disso.

O tom de voz ameaçados de Bruna me faz fechar os olhos, então mamãe senta na cama e pega minha mão dizendo:

— Eu já volto, está bem, querida? Não demoro, prometo.

Balanço a cabeça assentindo, mamãe respira fundo novamente e então se inclina beijando minha testa, em seguida ela pega sua bolsa e se virando pra Bruna diz:

— Cuida bem dela, está bem?

— Farei isso, prometo!

Ambas sorri.

— Até já...

Mamãe me olha mais uma vez e então sai do quarto deixando Bruna e eu sozinhas. Bruna caminha até minha cama, a olho no mesmo instante e logo em seguida ela diz: