Carro "novo"

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-Então... Tem algum motivo específico para você ter me chamado pra conversar?

-Tem sim...

Ele hesitou olhando seus pés enquanto caminhamos calmamente pela única parte asfaltada em meio ao jardim do parque, um caminho feito especialmente para isso.

-Eu estava pensando e acho que deveríamos nos aproximar mais. Sabe? O bebê pode sentir falta de mim.

-Bam ele nem nasceu ainda

-Eu sei, mas a gente mejo que já tem contato com ele desde a gravidez não é? Quando minha mãe estava grávida da minha irmã ela sempre fazia carinho na barriga, conversava com ela e me dizia para falar com ela também pra Hannah reconhecer minha voz quando nascer. Eu quero isso da nossa filha. Quero que ela me reconheça

Ele me olhou sério, embolando as mãos para falar e então notei que ele estava realmente sentido com toda essa situação. Nunca vi Bam nesse nível de vulnerabilidade, parece até outra pessoa. Ele se emocionou pouquíssimas vezes ao meu lado, consigo contar nos dedos quantas vezes o vi chorar e eu sempre fui a mais sensível. Agora com ele falando sobre nosso bebê e em planos como pai, é esquisito... No entanto, sorri. Um esquisito bom.

-Claro, entendi. Ela tinha razão, isso ajuda mesmo. O bebê sente desde já. Por isso tenho medo de... sabe....

-De?

-Dele sentir que o rejeitei de início.

-Ah mas era bem início mesmo. Acho que não vai ter diferença desde que as coisas mudem o quanto antes.

-Tem razão

O olhei e sorri e ele sorriu de volta. Voltei a olhar para meus pés andando devagar

-E então, o que tem em mente para "nos aproximarmos"?

Bam ficou quieto. Olhei pra ele o chamando e ele me olhou de volta.

-Talvez morarmos juntos?

-O que? Pirou?

-Yeji nós vamos ter um filho!

-Bam nós terminamos!

-É um filho!

-Somos importantes também!

-Você estava noiva de mim. Estávamos pesquisando casas e você vivia mais na minha do que na própria. O que te fez mudar de ideia tão rápido?

Ele reclamou. Suspirei olhando para o lado oposto dele.

-Eu não quero falar sobre isso, Bam. Só mudei.

-Mas eu não entendo isso!

A voz dele saiu um pouco mais alto e ele ergueu as mãos para a cabeça em sinal de indignação.

-Não precisa entender, só respeitar.

-Isso é injusto. Eu preciso de respostas, Hwang Yeji!

Ele parou de andar e se virou para mim, fiz o mesmo no entanto em o olhar diretamente, tentando controlar minha respiração pois por algum motivo eu estou bem estressada.

-Você teve suas respostas, Bang Chan. Eu não quero mais falar sobre isso, por favor.

-Precisamos resolver como ficaremos. Tem um bebê em jogo. Não é um cachorro ou um coelho. É a porra de uma criança.

Sinto meu sangue ferver com ele implorando daquela forma e o encaro.

-Eu não vou morar contigo, Bang Chan deu pra entender? Caralho que inferno. Tudo que eu quero eu preciso explicar, preciso justificar, nunca pode ser só porque eu não quero. Isso é uma chatice.

Got'yaWhere stories live. Discover now