3. Dia um

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Jesus, isso é estranho. Ava pensa enquanto entra no portal para um mundo onde talvez ela possa estar segura e viver afinal.

Eu me pergunto se é isso que Lilith sentiu quando atravessou. É quase como nadar em gel ou algo assim. Beatrice não gostaria disso.

Merda.

Ela acabou de me dispensar? Quero dizer, ela não disse 'eu te amo' de volta. Eu pensei que tivemos um momento quando nos beijamos. Talvez eu tenha cometido um erro. Talvez não tenha havido um momento e eu só estou sendo estúpida, Ava.

Claro que estou.

Ela é uma freira.

Ela é uma garota. E muito melhor do que eu.

Claro que ela não gostaria de mim.

Merda, meu peito dói. Isso está demorando tanto que eu posso estar morta antes mesmo de chegar aonde quer que eu esteja indo.

Eu realmente fui rejeitada, não foi?

Isso nunca aconteceu comigo antes. Claro, eu vivi em um orfanato cheio de freiras odiosas que meio que me rejeitavam todos os dias, mas romanticamente?

Isso é novo. Dói também.

Bom trabalho, Ava. Assustando a Beatrice assim. Estúpido. E se...

Antes que Ava possa pensar em mais alguma coisa, seus pensamentos são abrupta e caoticamente interrompidos quando ela emerge do portal para o outro mundo com um baque surdo, caindo pesadamente no chão. A força do impacto causa uma dor intensa em seu corpo ferido. Ela está coberta de cortes, e o efeito do divinium em seu corpo a deixa nauseada e fraca, sua visão borrada e distorcida pela tontura e visão turva. Ela pode sentir que o tempo está se esgotando, e cada movimento que faz envia ondas de dor por seu corpo já enfraquecido.

Olhando ao redor, ela percebe que o deserto se estende com suas dunas ondulantes em todas as direções, mas ao longe, ela vê o que parece ser uma cidade. Exatamente como Michael havia descrito. Ava luta para se levantar, sua respiração ofegante e irregular, a cada segundo se sentindo mais frágil e exausta, tanto pela perda de sangue quanto pelo calor escaldante do sol castigando sua pele ferida, intensificando a dor.

O cheiro de sangue permeia o ar ao seu redor, e depois do que parece uma eternidade, ela desiste de tentar se levantar. Suas pernas não a obedecem mais. Seus braços estão muito pesados. Tudo o que ela pode fazer, com grande esforço, é se concentrar em continuar a respirar e esperar que alguém, qualquer um, venha salvá-la.

E é exatamente o que acontece. Com um ar de mistério, quase alienígena, e um olhar de compaixão, Reya aparece em seu campo de visão com um sorriso preocupado no rosto.

"Obrigada, Eva. Por finalmente se juntar a mim."

"Eu não acho que tive muita escolha, cara."

"Sempre há uma escolha."

"Se você diz..."

"Não se preocupe, 10 anos é um tempo insignificante na Terra."

"Mas..."

"Eu desejo apenas ajudá-la."

"Olha, eu sei... eu entendo. E eu realmente agradeço. Mas estou me sentindo melhor. Eu posso terminar de me curar na Terra. Eu não preciso..."

Ava é interrompida por uma dor lancinante que de repente envolve seu corpo mais uma vez. É ainda pior do que antes da ajuda de Reya. Antes, ela sentia que estava morrendo. Agora, ela sente como se estivesse no inferno, e leva toda a sua força de vontade para não gritar.

Sombras do destino: Parte I (A Warrior Nun Fanfic)Where stories live. Discover now