4. O encontro

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Beatrice caminha pelas movimentadas ruas de Madrid, passando por pessoas de todos os tipos, raças e nacionalidades que estão bebendo e se divertindo sem parar, ainda celebrando o desaparecimento de Adriel.

Enquanto ela caminha, se destacando completamente com uma expressão séria e determinada, não consegue deixar de notar como algumas pessoas param para olhar para ela com olhares julgadores. E ela sabe por quê: a maneira como está agindo, sem nenhum vislumbre de felicidade, faz com que eles pensem que ela faz parte das Primeiras Crianças.

Claro, a ideia é quase cômica.

Se ao menos eles soubessem a verdade...

Ao se aproximar de seu destino, a Ark-Tech, torna-se evidente que o prédio está passando por reformas, e ela imediatamente sente conflitos em relação a isso. O lugar não só traz más lembranças, mas rapidamente se tornou um local de peregrinação, onde seguidores de Adriel e, acredite ou não, de Ava, começaram a se reunir.

Portanto, não é surpresa quando ela vê que ele está lotado de pessoas.

Algumas estão tentando desesperadamente entrar, enquanto outras simplesmente protestam, gritando que não podem ser impedidas de entrar em um lugar tão sagrado, chegando a um ponto que, de maneira quase cômica, ajoelham-se na entrada, chorando profusamente pedindo perdão e salvação.

Além deles, há mais de uma dúzia de repórteres cobrindo o evento em vários idiomas, alguns dos quais Beatrice conseque entender, embora não seja realmente necessário, pois ela sabe que tudo o que estão falando é sobre o conflito entre o anjo Adriel e a salvadora (ou anticristo, dependendo de quem você pergunta) que lutou contra ele e cuja identidade ainda não sabem.

Apesar dos esforços da OCS e da Igreja Católica, gravemente afetada pela morte do Papa Duretti, é apenas uma questão de tempo até descobrirem a identidade de Ava, e cada dia que passa sem o retorno da Freira Guerreira torna a espera mais angustiante.

Ainda tentando não chamar a atenção, ela se aproxima discretamente das portas, observando as pessoas lotando as calçadas, olhando além das barricadas, procurando qualquer vislumbre do que está acontecendo dentro do prédio, qualquer sinal do retorno de Ava.

Depois de alguns minutos, ela nota uma figura familiar se aproximando. Camila, com uma expressão carinhosa e preocupada no rosto, para ao seu lado, olhando na mesma direção que sua irmã.

"Bea... o que você está fazendo aqui de novo? A Dra. Jillian disse que..."

"Eu sei o que ela disse. Mas estou aqui porque sinto que hoje é o dia."

Camila franze a testa, tentando entender o significado por trás dessas palavras. Ela sabe o quão determinada sua amiga está em encontrar Ava novamente, mas também entende que, depois de duas semanas, considerando como o tempo passa do outro lado, é cada vez mais improvável que a Guerreira Santa retorne.

"Eu entendo sua fé no retorno de Ava... mas já se passaram duas semanas. Você sabe o que a Jillian disse sobre como o tempo funciona do outro lado. Além disso, ela nos assegurou que, se algo acontecesse, se ela retornasse... ela entraria em contato."

"Quero estar aqui quando ela voltar, Cam. Ela precisa de mim."

"Bea... você não pode continuar vindo aqui. É perigoso. Adriel pode estar morto, mas as Primeiras Crianças ainda estão lá fora. E elas querem vingança. Se descobrirem quem você é, você não estará segura."

Beatrice olha nos olhos de Camila, reconhecendo a validade de suas preocupações, mas firme em seus propósitos. "Você não precisa se preocupar comigo. Você sabe que posso cuidar de mim mesma."

Sombras do destino: Parte I (A Warrior Nun Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora