6. Como pessoas reais

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Beatrice se encaminha para mais um dia de treinamento quando recebe uma notícia devastadora. Seu coração dispara ao ver o telefone em suas mãos, sabendo que algo está errado. Sarah Lainebridge não gosta de conventos, muito menos dela.

"Mãe", ela responde nervosamente, "como você está?"

A voz do outro lado soa fria e áspera. "Ele está morto", ela responde abruptamente.

"O quê? Quem?" Beatrice pergunta, lutando para encontrar as palavras certas.

"Seu pai", é a resposta direta que ecoa em seus ouvidos. A notícia a atinge como um soco no estômago, deixando-a atordoada.

"O quê... como? O que aconteceu?" ela pergunta, esperando desesperadamente por alguma explicação plausível.

A voz impaciente de sua mãe deixa claro que não há espaço para sutilezas. "É óbvio, não é? Desde que você se tornou a maior decepção da vida dele, ele nunca mais foi o mesmo. O estresse finalmente o atingiu há um ano, quando descobrimos que ele estava doente. Mas você sabe exatamente o que o matou. Foi a desilusão."

As palavras dolorosas reverberam em sua mente. Beatrice sente como se tivesse sido atingida por um tsunami de culpa e remorso. "Posso ir ao funeral?" ela murmura, com a voz engasgada de tristeza.

A resposta de sua mãe é cruel e fria, empurrando-a ainda mais para a escuridão. "Nós o enterramos há uma semana. Não há funeral para você comparecer."

O impacto das palavras é devastador. Beatrice sente que uma parte de sua vida foi arrancada impiedosamente. O luto e um sentimento de abandono a envolvem, mas ela ainda busca respostas. "Por que você não me disse antes? Eu... eu queria estar lá", ela expressa, tentando conter a dor que a consome.

A resposta de Sarah é cortante e amarga. "Eu não queria você lá. Seu pai certamente não teria querido você lá, considerando que você é a causa de tudo isso. Pensei que você gostaria de saber o que fez. Adeus." As últimas palavras caem como uma sentença, deixando Beatrice em um mar de impotência enquanto ela segura o telefone firmemente, incapaz de sentir até mesmo a própria existência.

"Você está bem?" A voz suave de Madre Superiora interrompe os pensamentos sombrios de Beatrice, trazendo-a de volta à realidade. "Sim, Madre", ela responde, lutando para conter a tristeza em sua voz. "Era minha mãe ao telefone."

"Estou surpresa que ela tenha ligado. O que ela queria?" A Madre pergunta, exibindo curiosidade e preocupação.

A voz da guerreira vacila por um breve momento antes de ela responder com tristeza: "Ela ligou para me informar que meu pai... faleceu."

"Sinto muito, Beatrice. Vou fazer todos os preparativos para você comparecer ao funeral. Você não precisa se preocupar com o treinamento, tenho certeza..." Antes que a Madre possa terminar a frase, Beatrice a interrompe. "Não", sua voz engasgada com o peso da tristeza. "Ele... ele já foi enterrado."

Madre Superiora baixa a cabeça, claramente frustrada com a situação. "Lamento profundamente por isso", ela diz suavemente. "Ninguém merece ser privado de um adeus final aos seus entes queridos. É uma vergonha que Sarah tenha tomado essa decisão por você."

A freira solta um suspiro resignado, sentindo-se impotente diante das circunstâncias. "Está tudo bem, não faria sentido esperar algo diferente."

"Nada sobre isso está bem. Mas você precisa ir e cuidar de si mesma. Hoje, você não treinará."

Beatrice tenta argumentar, sentindo o peso de suas responsabilidades. "Mas eu preciso. Ava está contando comigo, e..."

"Ela entenderá. Não discuta comigo, apenas faça como eu disse. O treinamento pode esperar. Vá e encontre algum conforto para o seu coração."

Sombras do destino: Parte I (A Warrior Nun Fanfic)Where stories live. Discover now