Pista 10: Cortina de fumaça

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A máfia verificou em seu banco de dados que muitos lobos da matilha se esqueceram de votar e comentar no capítulo anterior... Isso os deixou furiosos!

Para que eles possam saber que seus carregamentos de produtos são de qualidade, votem e comentem, e assim não terão problemas com cobranças violentas à meia noite!

⚠️ Atenção: o capítulo pode conter gatilho de disforia de gênero, caso seja sensível, cuidado ao ler o final!

Boa leitura!

🐺

O Cemitério Nacional Bohemian foi o escolhido para a cerimônia de Bang Chan. Em parte porque seu ômega estava lá, e um dos seus desejos era ser enterrado junto a ele, com a ideia de que suas almas se encontrariam no pós-vida e eles seguiriam juntos até o renascimento. A maioria dos membros não seguem uma religião, mas, respeitaram a vontade do alfa, principalmente pelo modo apaixonado com o qual ele via a ideia da morte como um reencontro.

Outra parte era porque o cemitério ficava a cerca de quinze minutos do Palácio, e para garantir a segurança dos membros que seriam expostos na cerimônia, o processo foi dividido em algumas sessões, garantindo que todos pudessem prestar suas homenagens, ao mesmo tempo em que passariam despercebidos. A rota de fuga em casos de novos ataques ou policiais estava traçada, e os seguranças altamente armados.

Jimin recebeu alta dias depois do acidente. Hoseok o visitava regularmente para trocar o curativo, limpar os pontos da cirurgia e lhe dar um ombro amigo. O ômega estava com dores, dificuldades para dormir e com medo. Já era o segundo ataque em menos de um mês, e em ambos os casos ele quase foi morto.

Tinha medo de levar a irmã para a escola, medo dos pontos se abrirem, medo de que Jungkook não voltasse para a casa no final do dia. Seu alfa havia tirado de casa qualquer aparelho que fizesse tic tac, reforçado a segurança da rua e até pago propina para o diretor da escolinha de Haru. Mas nada poderia afastar aquela lembrança dos últimos cinco segundos de Bang Chan.

O modo como seu corpo foi despedaçado e espalhado pelo salão, a fumaça densa, a pressão do ar, o fogo, o desespero... Tudo ainda estava cravado nas memórias de Jimin, e até ligar a televisão era um tormento. Os noticiários relatavam o ocorrido pela visão dos policiais: "Prédio explode após bomba ser encontrada por um ex militar dos Estados Unidos. Fontes afirmam ter visto a movimentação de um grupo minutos antes do ocorrido, mas ninguém foi identificado. A polícia acredita ter algum incentivo político por trás do ataque, e segue as investigações para achar os criminosos."

Política... Se tem uma coisa que policial é bom, é em política. Usam a ideia do sonho americano de liberdade, sucesso e prosperidade para promover falso patriotismo. O dever moral de defender a pátria visionado pela maioria dos homens fardados foi o que mais espalhou sangue e caos pelas cidades. Como se pode ver nobreza em alguém que deveria lutar contra a injusta opressão, quando esse alguém atira primeiro e depois pergunta?

A vida dos negros mortos violentamente, das pessoas em situação de rua, viciados em drogas, e necessitados de atendimento médico são banalizados quando tudo isso é justificado por base em uma causa. Seokjin Caccini se certificava de que, em qualquer operação que acontecesse, os civis não deveriam ser o alvo, e sim, salvos.

Amorino, estamos chegando. — A voz mansa e doce de Jungkook tirou Jimin de seus devaneios, enquanto encarava o noticiário na tela do celular.

Foda-se os policiais!

O ômega respirou fundo e enfiou o celular no bolso, encarando o cemitério ganhar forma na paisagem da janela. Haru estava no banco de trás, miúda e quietinha, sem entender exatamente o que estava acontecendo. Ao estacionar o veículo próximo a entrada, o alfa virou-se para sorrir meigo a garotinha, que tinha os olhos esbugalhados de medo.

SENTENÇA DE MORTE • jikook 🐺 ABOWhere stories live. Discover now