Através do Espelho

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Percebo-me olhando frequentemente através do espelho, através de mim mesmo, buscando o significado do ser que ali, naquele vidro refletor, é apresentado

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Percebo-me olhando frequentemente através do espelho, através de mim mesmo, buscando o significado do ser que ali, naquele vidro refletor, é apresentado. Percebo-me questionando o que realmente sou. O ser humano me parece algo tão vago, não sei…
Percebo-me olhando ainda mais através do espelho. Às vezes não consigo nem me reconhecer direito. É como se aquilo não fosse realmente eu. Não é bem isso: é como se eu soubesse que aquele sou eu, mas não conseguisse compreender como sou eu.
Percebo-me tentando fazer com que todas as coisas pareçam algo bonito, como se minha vida fosse mais prazerosa e grandiosa, mas é, verdadeiramente, algo monótono. Gosto de fazer tudo parecer algo belo, uma obra de arte. O que eu escrevo, o que desenho, o que crio em geral. Transformo minha dor em arte. Mas é daquele tipo de arte que você observa, mas não tenta buscar um significado profundo. O que só precisa fazer é admirar aquela beleza deslumbrante. É assim que o ser humano é.
Sinto como se eu estivesse escrevendo um livro ou dirigindo uma série ou filme. É como se eu quisesse que tudo fosse falso, do jeito que as pessoas querem que seja. Talvez tudo realmente seja falso. Talvez eu seja um personagem moldado com minhas próprias características, mas ainda assim sendo um alguém fictício, sem vida própria, sem importância.

campos de lamúriaWhere stories live. Discover now