E nada dói mais
Me sinto livre!
Ainda somos
as crianças
que costumávamos
ser
Ghost town-
Kanye WestFomos para frente, e a briga era feia, sangrenta, e meu estômago se revirava à cada soco.
Dois homens lutavam, dois morenos, um era barbudo, a barba pingava de suor.
O barbudo claramente estava ganhando, o outro cara deu um chute em seu rosto, minha face se contorceu em uma careta que repugnava esse tipo de dor.
Por que eu sabia exatamente a dor, as vezes aguda, que te faz querer morrer, enquanto seu cérebro lentamente vai ficando inconsciente, ou a dor robusta, que te faz contorcer, e tossir, implorar por ar, ambas ruins, ambas sufocantes, ambas desesperadoras.
Respiro fundo enquanto tento não focar na briga, pressiono as unhas nas mãos, querendo urgentemente sair dali, quando eu lutava, não estava nem aí pra quem estava apanhando, eu só queria bater e descontar minha raiva, mas por que me sinto tão incomodada quando assisto isso?
— Está incomodada? — Jason chegou ao meu lado e eu neguei com a cabeça
— Não vejo nada de mais nisso. — Menti friamente.
— Uhum...então por quê está cravando as unhas nas mãos? — Jason sorriu de lado e eu cruzei os braços.
— Vai se foder, Jason, pare de me observar, e vá caçar o que fazer. — Me virei de volta pra luta, vendo o oponente sem barba tomar um soco e cuspir sangue.
O de barba por fim, deu um soco na lateral de sua cabeça, fazendo o oponente cair pro lado, desacordado, meu estômago se revirou e eu contornei as pessoas querendo sair dali.
De repente, tudo parecia abafado, e eu só queria dar o fora dali, peguei meu telefone e pedi um uber.
Um tal de Peter num Fiat branco.Estalei os dedos e senti uma movimentação bem atrás de mim.
Olhei para trás e vi Tristan, de braços cruzados e um sorrisinho de canto.— Está tentando fugir? Já estamos indo em bora, pediu um uber? — Tristan tirou o celular de minhas mãos.
Um carro chegou e parou bem à nossa frente.— Cassie Harper? — O motorista perguntou e eu assenti, mas franzi o cenho.
Aquele carro não era um Fiat, e muito menos era branco.
— Ela...esqueceu de cancelar, mas vai em bora comigo. — Tristan disse e o uber limpou a garganta.
— Não tem como cancelar a corrida, já está paga. — O motorista falou, como ele sabia que já estava pago? Se claramente não era ele?
— Fica com o dinheiro. — Tristan disse e se pôs em minha frente.
O cara travou o maxilar e se virou para nós, sorriu e deu partida.— Quem era ele? — Perguntei incrédula.
YOU ARE READING
Dias em Barcelona
RomanceCassie Harper nunca teve uma vida fácil, seu pai biológico foi morto, e sua mãe havia se casado com um agressor alcoólotra, desde os 8 anos, Cass morava com o pesadelo dentro de casa. A menina vivia machucada, por dentro e por fora, tentando curar a...