Os rebeldes

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CAPÍTULO NOVE
'OS rebeldes'
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CAPÍTULO NOVE'OS rebeldes'──── ✧ ────

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  Havia uma árvore grande no limite da floresta, os galhos se abrindo como braços longos e cheios de nós. Tinham pendurado uma forca em um galho particularmente horizontal. Diretamente abaixo, uma plataforma rudimentar com dois alçapões tinha sido montada, a tarefa de Morgan era clara: observar o comportamento dos gaios tagarelas e como os pássaros pareciam se comportar durante as execuções, no frio da manhã Morgan e o grupo de cientistas estavam em fileiras, o enforcamento de Arlo que tentou fechar as minas, contudo ninguém da base parecia estar abalado, afinal era exatamente isso que tinha que ser feito, enforca-lo e mandar a multidão do distrito 12 para as suas casas, Morgan estava usando um vestido azul  escuro com penas de pássaro que lembravam as dos tordos, ela se lembrava de Rose Monroe que fora morta por um rebelde, a sua doce mãe Rose, então ela achava justo.

Ela sempre considerou a escória dos rebeldes e aqueles que os apoiavam como uma imundície. Ela não se importava muito com nenhum deles, e mesmo que parte dela sentisse empatia por eles, essa parte foi rapidamente apagada depois de lembrar de Rose a sua mãe, que ela perdeu por causa de atos cruéis. Em muitos aspectos, parecia que toda a sua vida tinha passado como um borrão desde o início da guerra.
Nada que ela pudesse fazer traria de volta quem ela amava. Um pensamento intrusivo atravessou a sua mente quando ela observava Arlo.  Morra logo, poupe o sofrimento. Pensou ela.
Ela não parava de pensar em quando O senhor Monroe havia contado a ela que a sua doce mãe havia morrido pelas mãos de um rebelde, tudo para que ele pudesse pegar ás joias dela e fugir, um flashback atravessava a mente dela de quando ela viu o tal  assasino da mãe ser enforcado, de como ela não sentiu mais nada além de frieza.

Coriolanus mantém uma cara séria enquanto fica ao lado de Morgan. O enforcamento do rebelde é um assunto sério e ele faz questão de não deixar nenhuma emoção tomar conta. Ele observa em silêncio, absorvendo tudo.
Coriolanus percebe que Morgan está observando tão intensamente quanto ele, seu olhar é duro e ela parece um pouco tensa. Ela provavelmente pode sentir o olhar dele, mas não se vira para olhar para ele.
Ele pega a mão dela, querendo oferecer-lhe algum tipo de apoio e conforto.

Quando o rebelde é executado, ela não parece se importar muito, mas uma voz na multidão grita, e as pessoas do distrito doze começam a quebrar objetos e a atacar de volta contra os pacificadores, há gritos e a multidão correndo, Morgan cai no chão.

Coriolanus também cai no chão, com os olhos fixos em Morgan. Ele não está preocupado com sua aparência, o sangue em seu uniforme e a lama em seu rosto, a cena diante deles parece ter saído de um pesadelo.

Ele está controlando sua respiração, mas é difícil evitar perder a compostura. Sua mão está enrolada no dedo de Morgan com força, ele está fazendo tudo o que pode para dar força a ela, como se isso fosse suficiente para mantê-la segura.

—Por que você não atira neles?–Ela pergunta, um pouco em pânico.

—Eu não posso fazer isso.–Ele sussurra, olha para Morgan, seu tom calmo, mas cheio de raiva.—Não posso matar cidadãos apenas por se defenderem, por mais perigosos que sejam para a Capital.–Ele diz, parecendo um pouco abalado com a situação.

Quando algo atinge o ombro de Morgan queima e arde, ela demora para presumir que era uma bala perdida entre as forças armadas e os rebeldes, ela coloca a mão no ombro sangrando e grita, a respiração dela havia se tornado pesada e tudo havia virado um borrão.

Coriolanus sente o grito dela através de seu corpo.
Uma onda de raiva passa por ele, uma onda que ele estava tentando evitar.
Ele se vira para ver o que atingiu o ombro de Morgan e seu rosto imediatamente se enche de raiva.
Ele aponta sua arma para a multidão, sem se importar com os pacificadores que estão tentando impedir o tiroteio, tudo em que consegue pensar naquele momento é em protegê-la.
Sejanus a levanta, e a carrega para fora dali, ela tremia e o lindo vestido azul estava manchado de sangue, Morgan estava pálida como a lua, prestes a desmaiar de pânico.

—Sejanus! Leve-a ao centro médico agora!–Ele grita, sua voz soando severa e um pouco fora de controle.

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Morgan odiava se machucar, e odiava o fato de que a vida tinha passado diante dos olhos dela em uma situação de pânico, e também odiava o distrito 12, odiava os animais fazendeiros que a cercavam, os odiava porque os associava com a vida antiga, e se sentia terrivelmente mal por quase ter tido o mesmo destino que Rose Monroe, no centro médico ela estava na maca, ela havia tomado uma certa quantidade de morfina que a havia deixado calma e zonza.

—Morgan.–Coriolanus diz suavemente, seu tom mais suave do que antes, o olhar em seus olhos não tão severo quanto o do enforcamento, preocupado com ela. —Como você está se sentindo?–Ele pergunta.

—Estou começando a entender os idealizadores de Jogos Vorazes agora.–Ela diz um pouco séria.
—Tomei um monte de morfina, não estou com dor, o tiro só me atingiu de raspão.

Coriolanus olha para ela surpreso. —Você tomou morfina?–Ele pergunta, seu tom um pouco chocado, ele não esperava ouvir isso dela.—Sejanus me deixou preocupado por um segundo, pensei que você estivesse gravemente ferida.

—Estou bem e o que aconteceu durante a execução?–Ela pergunta. —Sou totalmente a favor do controle desses animais no Distrito Doze.

—Acabei de lhes ensinar uma lição sobre como a Capital lida com traidores, eles entenderam isso rapidamente.–Ele diz que parece um pouco irritado por ter que lidar com um monte de gente que só queria liberdade para si e para suas famílias.
Ele olha para Morgan com as sobrancelhas levantadas. —Quantos desses medicamentos você tomou?–Ele pergunta, parecendo um pouco mais preocupado agora.

—Os que foram prescritos. –Ela diz olhando para ele. —Não se preocupe, voltarei a trabalhar como cientista amanhã, estarei nova em folha.

Coriolanus olha para ela com uma expressão séria, parece um pouco mais cético em relação à morfina. Ele nunca tomou esse tipo de droga, então não tem certeza se é realmente seguro ou não.

Ele percebe o olhar dela para ele e volta sua atenção para ela.—Tudo bem, Morgan, vou apenas garantir que você descanse bastante hoje.–Ele parece um pouco nervoso, querendo cuidar dela. —Espero que seu ombro não esteja muito dolorido.

—Dói um pouco quando movo meu braço.–Ela diz olhando para ele, seu tom calmo e doce. —Você pode passar a noite comigo? dormindo ao meu lado?

Ele rapidamente balança a cabeça em concordância.—Sim, claro, vou dormir ao seu lado.–Ele diz.—Eu prometo a você, se qualquer outro soldado disser alguma coisa, eu vou arrancar suas cabeças.–Ele diz em um tom brincalhão.

–Obrigada–Ela  sorri, dando espaço para ele se deitar ao lado dela, era uma noite fria e escura e Morgan estava cansada e queria dormir.

Coriolanus se deita ao lado dela, seu corpo tremendo um pouco de frio. Ele puxa um cobertor sobre os dois, tentando dar a ela uma porção maior do cobertor, seus olhos estão nela.
Ele sabe que se fechar os olhos vai adormecer, mas ainda está aproveitando o momento para não dormir.
Ele fica feliz só de olhar para ela no escuro.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐇𝐀𝐍𝐃𝐒- 𝐂𝐨𝐫𝐢𝐨𝐥𝐚𝐧𝐮𝐬 𝐒𝐧𝐨𝐰Where stories live. Discover now