Árvore-forca

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CAPÍTULO DOZE
''Árvore-forca"
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CAPÍTULO DOZE''Árvore-forca"──── ✧ ────

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No café da manhã de quarta-feira, a enfermeira de confiança de Sorriso disse-lhe que Spruce havia morrido devido aos ferimentos durante a noite. Ela não sabia exatamente, mas a maioria das pessoas achava que ele estava envolvido com os assassinatos, na hora do almoço dois policiais foram até a mesa deles no refeitório e prenderam Sejanus, que se deixou levar sem dizer nada, Morgan parecia surpresa, as mãos dela tremendo, ela não se perdoaria se algo acontecesse com Sejanus, ela imaginou o que a sra. Plinth diria daquela situação.

Morgan deu um telefonema curto para a sra. Plinth, contando para ela que Sejanus estava encrencado e sugerindo que talvez fosse bom Strabo fazer algumas ligações, mas foi interrompida por um anúncio em toda a base que chamava todos, exceto quem estava fazendo serviço essencial, para o auditório.
Lá, o comandante deu a informação de que um deles seria enforcado por traição naquela tarde. Sejanus Plinth.
  Morgan tremeu, e quase não conseguia respirar pelo pânico, mas ela podia sentir Coriolanus segurando a sua mão.

A expressão facial dela era fria, quase tão fria que ninguém poderia imaginar que a mão dela e o corpo tremiam, quando Morgan e Coriolanus sairam do refeitório e foram para o dormitório dela, ela trancou a porta se certificando que ninguém ouviria a conversa, depois de minutos de silêncio ela finalmente falou. —O que vai acontecer com nós se descobrirem da Mayfair, Coriolanus?

Houve um momento de silêncio por parte de Coriolanus, ele parecia estar organizando seus pensamentos antes de responder.
Ele não tinha certeza do que aconteceria, mas não queria que Morgan se preocupasse.

—Não sei.–Ele disse devagar, suas palavras eram lentas, mas seu tom era muito confiante.—Não acho que eles vão suspeitar de nada, Sejanus não falaria.

—A única coisa que nos liga ao crime é a arma de Spruce.–Ela diz, com as mãos tremendo. —Vou voltar para a Capital, isso, esse peso não pode cair sobre mim, aquilo não foi nada, foi defesa.

As palavras de Morgan atingiram Coriolanus como uma adaga no coração. Ele estava com tanto medo de que ela o abandonasse, assim como temia tanto serem pegos.
Ele tenta impedi-la de dizer mais alguma coisa, tem medo de que a cada segundo que ela fale, ela tome a decisão de deixá-lo.
—Morgan, por favor, fique.–Ele diz suavemente, mas com confiança.

Ela o abraça, com o rosto encostado no peito de Coriolanus, se aproximando dele. —Você sabe que eu não te abandonaria.–Ela diz. —Mas minha reputação é muito importante para mim, Coriolanus

Ele envolve seus braços em volta dela, puxando-a para um abraço suave e reconfortante. Ele fecha os olhos, apenas gostando de tê-la perto dele.—Sua reputação?–Ele sussurra, sua voz está completamente confusa, ela ao menos sabia o quanto ele se importava com ela?
Ele continua a ouvir atentamente as palavras dela, tentando entender o ponto de vista de Morgan.

—Não quero ser acusado, não quero ir para a forca como Sejanus, não quero que nada aconteça com nós dois.

Coriolanus não diz uma palavra, apenas a abraça com força, acariciando sua cabeça em um movimento suave.

Ele nem tenta responder a ela, o medo em seus olhos e suas palavras estavam fazendo seu coração doer. Sua mente estava trabalhando rápido tentando encontrar alguma maneira que pudesse ajudá-los a resolver o problema,ele não tinha certeza do que fazer para acalmar Morgan.

Coriolanus a puxa para mais perto quando a sente começar a chorar.
O tom dele suave enquanto ele tenta ao máximo acalmá-la.
—Não seremos acusados ​​e definitivamente não iremos para a forca, vai ficar tudo bem.–Sua voz está cheia de confiança e esperança, ele tem certeza de que nada vai acontecer com eles.

**

Os Pacificadores posicionaram os condenados lado a lado sobre os alçapões. Um outro tentou ler a lista de acusações em meio aos berros da multidão, mas Coriolanus só conseguiu identificar a palavra traição. Ele desviou o olhar quando os pacificadores se aproximaram com as cordas e ele se viu olhando para o rosto abalado de Morgan Monroe. Ela estava perto da frente com um vestido preto, o cabelo escondido por chapéu preto, e um par de óculos escuros, as lágrimas escorrendo pelas bochechas enquanto olhava para Sejanus, ela estava elegante e bonita demais, como uma viúva em um funeral.

Ele notou algumas palavras saindo pela boca dela, como se ela tivesse dizendo que amava Sejanus, e depois se posicionou de jeito frio e imparcial, Porque ela havia dito que o amava? O que Morgan estava escondendo de Coriolanus? Será que ela sabia que ele era a principal causa de Sejanus estar na forca naquele momento? Ela sabia que ele havia feito aquilo com o melhor amigo? Morgan era inteligente demais para não desconfiar, ela definitivamente sabia.

Quando os tambores começaram a tocar, Morgan fechou  bem os olhos, desejando poder bloquear os sons, as mãos dela estavam firmes, e ouviu tudo, o grito de Sejanus, o barulho dos alçapões e os gaios tagarelas repetindo a última palavra de Sejanus, gritando-a sem parar sob o sol forte:
  – Mãezinha! Mãezinha! Mãezinha! Mãezinha!

**
Quando eles voltam para a base, Coriolanus a vê empacotando algumas coisas para a mãe de Sejanus. Ele caminha em direção a ela, curioso para saber por que ela está fazendo isso.

—Por que você está empacotando essas coisas?– Ele pergunta, olhando para o armário de onde ela estava embalando os itens.

—Porque  a mãe dele merece tê-las, o pai de Sejanus fez o que pôde para evitar que ele tivesse o destino que teve.–Ela diz, enxugando as lágrimas e terminando de arrumar as coisas, que guarda no armário para levar pelo correio no dia seguinte.
—Você quer ir para o meu dormitório? Não quero ficar sozinha esta noite.

Coriolanus não sabia o que dizer, ainda estava em estado de choque ao ver como Morgan olhou para Sejanus.
Sua mente estava processando tantas perguntas e um pouco de ciúmes também, Coriolanus não gostou da ideia de ela sentir algo por Sejanus.
—Sim, eu gostaria.–Ele diz suavemente, ele sabia que ela precisava de alguém lá para ela.

No dormitório vazio de Morgan, ela se deitou na cama, os saltos e o chapéu ficaram na estante, o local era organizado e limpo, e os cientistas da base tinham quartos próprios ao invés de dividirem o dormitório como a maioria dos pacificadores, o tratamento que Morgan recebia estava a alguns níveis acima de Coriolanus e o local o lembrava do quarto dela na capital.

Coriolanus leva um momento para olhar para o quarto dela. Parecia extremamente organizado e a cama estava extremamente arrumada. Ele sentou-se na beira da cama e olhou para ela quando ela se deitou.

—Você está se sentindo bem?–Ele pergunta a ela, ele tinha uma expressão preocupada no rosto. Ele não suportava vê-la tão afetada por tudo o que havia acontecido.

–Eu vou ficar bem–Ela respira fundo, seu corpo cansado na cama. —Acho que deveríamos fugir para o Norte.

Os olhos de Coriolanus se arregalaram de choque quando ela sugeriu que eles fugissem. Ele não esperava a sugestão repentina dela, mas não podia negar que era uma ideia muito tentadora.
Ele fica em silêncio por alguns momentos, pensando na proposta, não consegue evitar o medo do que pode acontecer se eles fugirem.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐇𝐀𝐍𝐃𝐒- 𝐂𝐨𝐫𝐢𝐨𝐥𝐚𝐧𝐮𝐬 𝐒𝐧𝐨𝐰Where stories live. Discover now