A campainha toca. Desço correndo para ver quem é, por mais que não me venha na cabeça quem poderia me visitar hoje após todo o conflito na escola. Abro a porta e me surpreendo ao ver Juggie me frente à minha casa. Desço meu olhar de seu rosto, olhando inconscientente seu corpo. Ele estava lindo. Trajado com seu típico gorro, uma jaqueta de couro preta e blusa branca, voltando meu olhar para cima pude ver um sorriso pequeno em seus lábios, e não pude deixar de reparar na moto atrás dele.
Jughead tomou delicadamente a minha mão, assim que me recuperei do choque e abri melhor a porta de casa. Olhou firme para meus olhos.
— Veronica, eu preciso falar com você.
— Jughead... – merda eu suspirei? – Ah... Oi. Pode entrar... – me afastei da porta para dar passagem e o rapaz caminhou em direção à mesa coberta de livros e papéis.
— Você estava estudando? – passa os dedos pelas folhas, me olhando de relance.
— Não... eu...
— O que é isto? — perguntou Jughead levantando uma folha de fichário.
— Nada... é... – vou em sua direção e tento pegá-la, mas pela diferença de altura ele levantou ela e começou a ler.
Há o instante da chegada
E o momento da partida.
Quanta vida eu já vivi?
Quanta resta a ser vivida?São dois espelhos quebrados,
Dois vezes sete de má sorte,
lá vivi quatorze anos,
quanto resta para a morte?É fácil vê-la chegando
em cada instante que passe,
pois se começa a morrer
no momento em que se nasce.Vou caminhando pra morte,
não decidi meu nascer.
Da morte não sei o dia,
Mas posso saber!— É do Augusto dos Anjos. Acabei de copiar... – invento.
— Do Augusto dos Anjos? – ri fraco – Quando ele tinha quatorze anos? – droga! Suspiro e me jogo na poltrona, abraçando minhas pernas e apoiando a testa nos joelhos.
— Está bem, Jughead. Se você quiser conversar sobre poesia, vamos conversar sobre poesia. – murmuro.
O rapaz veio até mim e se ajoelhou em frente à poltrona e, com as mãos, me obrigou a erguer o rosto para ele.
— Olhe para mim, Veronica. – diz rouco num sussurro – Acho que seria bom conversarmos depois daquela loucura toda. – ganhou minha atenção – Durante o interrogatório, eu senti que você tinha alguma coisa a dizer. Alguma coisa que a incomodava...
— É claro — sorrio. — Um cadáver incomoda qualquer um. – fico na defensiva.
— Não brinque, Veronica. Você pode enganar a todos, que eu sei. Mas comigo é diferente. Você não consegue me enganar.
— Eu não quero enganar ninguém.
— Só a você mesma, não é? – diz irônico.
— Você veio aqui para brigar comigo, é? – me irrito e levanto, indo para a mesa e arrumando as coisas.
— Eu só queria te ouvir – me segue – Passamos por isso juntos e talvez você precise de alguém para conversar sobre.
— Mesmo que eu tivesse alguma coisa a dizer, de que adiantaria? – olho para ele – A polícia já encerrou a investigação, não foi? Já concluíram por suicídio, não concluíram?
— E você? Chegou a alguma outra conclusão? – diz sugestivo.
— Não importa se cheguei ou não, Jughead. O que importa é a conclusão da polícia. E eles já têm a deles. – junto as coisas e vou em direção à escada.
YOU ARE READING
Os Olhos Errados - Vughead
FanfictionAh! O amor à primeira vista! O amor de aparências, o amor q Veronica sentiu ao ver um lindo jogador musculoso de cabelos ruivos. Mas também, é o amor que Veronica sentiu após tanto beber e olhar em seus lindos olhos... ela estava apaixonada. Mas ser...