Capitulo 13

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O fim do dia chegou, o relógio marcava 20:21 da noite. Ethan estava exausto, se jogou na cama de um dos quartos do prédio da Apex C. e fechou os olhos, sentindo seu corpo tenso relaxar momentaneamente, até que com um súbito impulso os reabriu. — Ayla! — exclamou. Retirou o celular do bolso no intuito de ligar para ela, e quando quase apertou no botão verde para chamar, reparou a hora no canto superior da tela. — Onze e trinta e sete? Como assim? Eu dormi? — ele piscava os olhos, desacreditado. — Mas eu só fechei os olhos por um segundo, como assim eu dormi? Ah nãooo — esfregou a testa arrependido. — Não posso ligar à essa hora... seria incômodo! — disse a si mesmo.

Ao mesmo tempo, Ayla estava sentada na cama encarando o celular, com um edredom embalando todo seu corpo, mantendo apenas a cabeça de fora. Alex estava encostado na porta do quarto dela, tentando entender a situação.

— Tá tentando explodir o celular com a mente! — palpitou ele gesticulando com o dedo.

— Qualquer pessoa normal assumiria que eu estou esperando uma ligação. — ela respondeu.

— De um amante? Um namoradinho? Um amor secreto? — ele se esgueirou até a cama. — Trabalho não é, ninguém liga sobre trabalho à quase meia-noite, aliás... você acordada por vontade própria até essa hora?

— Por que não vai dormir, Alex? — ela respondeu sem desvencilhar os olhos do aparelho.

— Ah não, eu vou esperar a ligação do nosso amor com você. — ele deitou confortavelmente no centro da cama, pondo as mãos atrás da cabeça e mirando o teto por um segundo antes de fechar os olhos.

Após mais alguns minutos, Ayla deixou seu corpo cair para trás. — Acho que ele não vai ligar, já tá bem tarde

—É... mas de quem estamos falando mesmo? — Alex sabia que se tratava de Ethan, mas queria fazê-la dizer.

Ayla bufou enquanto se esticava para alcançar o interruptor, apagando a luz. — Vai dormir, feioso — disse ela, se embrulhando no edredom novamente.

— Boa noite, feiosa.

Cinco minutos de tranquilo silêncio, e então, a luz é acesa novamente. Não pelo interruptor ao lado da cama, mas sim pelo que é localizado ao lado da porta.

Ayla e Alex abriram os olhos mirando o teto por um segundo, e rolaram uma vez para a esquerda. Ace aproximou-se e deitou no canto vago.

Ayla começou a repensar sua vida naquele momento. — Por que vocês estão aqui? Sério — resmungou.

— Porque você é uma jovem solteirona que vive sozinha. É meio deprimente. — Ace respondeu.

— E sua cama é enorme — Alex acrescentou.

— Deprimente é dormir com meus irmãos — ela respondeu baixinho ao balançar a cabeça.

Alguns segundos se passaram.

— A luz! — Ayla e Alex falaram juntos. Ace que já estava quase dormindo, esticou o braço e apertou o interruptor ao lado da cama. Quase o quebrou com sua mão pesada.

No dia seguinte, o despertador novinho que Ayla havia comprado no dia anterior por medo de se atrasar novamente, tocou. Bem cedo e bem alto. Ela levantou num pulo, sentando na cama entre os dois irmãos. O som irritante do despertador continuou tocando na cabeceira ao lado de Ace, que ainda de olhos fechados, esticou o braço e derrubou o objeto no chão com força, fazendo-o parar de tocar. Com certeza havia quebrado. Ayla fez uma cara de descrença, boquiaberta, mas estava sonolenta demais para brigar. Ela abanou a cabeça e desceu desajeitadamente da cama, passando por cima de Alex que dormia feito pedra.

Night Ride (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora