Capitulo 49

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Alex e Levi deixavam um galpão abandonado, caminhando em passos largos. Lado a lado, eles retiravam luvas pretas das mãos.

— Por que tivemos que usar luvas pra dar uma surra nesse cara? — Levi questionou descalçando as suas.

— Porque se tivemos reunião com Ayla e ela perceber com qualquer arranhãozinho nas nossas mãos, ela vai quebrar a nossa cara — Alex respondeu com naturalidade.

Levi assentiu, como se fizesse muito sentido em sua cabeça.

Os meninos guardaram suas luvas nos bolsos já chegando em suas motos.

— Acha que isso vai funcionar? — Levi perguntou pegando seu capacete em mãos, logo depois olhando por cima do ombro em direção ao galpão.

— Vai. A partir de hoje, ninguém daquele internato para gente excessivamente rica com problemas mentais e habilidades sociais, vai mexer com o Joel outra vez. — Alex respondeu, também pegando seu capacete e montando em sua moto com ele ainda nas mãos.

— Tem certeza que bater em um único cara vai cessar o bullying? Tipo, aquela escola é gigante, né?!

Alex pousou o capacete no tanque e cruzou os braços sobre ele, direcionando o olhar para o amigo. — Eu não te falei quem ele é? Esse idiota é o filho do dono do Instituto Prodigium. Ele controla tudo lá dentro... esse daí é quase tão otario quanto o irmão mais velho dele, que é obcecado com a Ayla. Na verdade, essa família toda é idiota. Os Danes são um saco!

— Danes? Tipo, Danes Group? — Levi questionou espantando.

— Eles mesmos — Alex colocou o capacete.

Enquanto isso, Ian acabara de chegar do outro lado da cidade, numa zona industrial abandonada. Era um ambiente isolado e vasto, com muros altos de concreto e arame farpado no topo. Ian adentrou o local, onde haviam inúmeros motoqueiros, alguns montados em suas motos, outros conversando entre si em pequenos grupos. Nas profundezas do local, podiam-se ver antigas estruturas industriais, alguns silos de metais enferrujados, guindastes abandonados e paredes de fábricas desgastadas pelo tempo.

O rapaz loiro caminhou carregando seu capacete, que pendia em uma mão. A cada passo que dava, o silêncio se estabelecia ao seu redor. Todos paravam para prestar atenção, acompanhando-o com os olhos. Uma tensão evidente se formava.

Pouco antes de chegar na antiga fabrica localizada nos fundos da propriedade, dois garotos exatamente iguais estavam montados em suas motos, cochichando um com o outro energeticamente. Eram gêmeos. Pareciam ter, no máximo, 17 anos de idade. Seus cabelos castanhos claros, quase dourados ao sol eram muito bagunçados e espessos. Os dois meninos pareciam animados com a presença de Ian, sorriam e sussurravam enquanto ele passava.

Ao fundo, encostado na parede da antiga fábrica, estava Kevin, com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta e o olhar mal-encarado de sempre, fitando Ian enquanto o mesmo se aproximava. Entre as motos dos gêmeos e a parede da fábrica onde Kevin estava, havia um carro velho e abandonado. Ian ainda estava a uma boa distância do carro, com os gêmeos olhando empolgados para ele e Kevin lançando um olhar ameaçador, quando, de repente, um rapaz esguio irrompeu, subindo em cima do carro com um salto, olhando diretamente para Ian com uma mistura de desdém e arrogância.

— Olha só quem deu as caras, pessoal! — disse em voz alta, com os braços abertos, chamando a atenção de todos. Um sorriso presunçoso se fazia em seu rosto. Antes que ele pudesse continuar seu discurso, Ian ganhou velocidade, saltando em cima do carro também, e com o capacete que segurava, acertou um golpe certeiro no rosto do rapaz, fazendo-o cair diretamente no chão. Os gêmeos arregalaram os olhos, um levou o punho à frente da boca enquanto o outro o cutucava freneticamente.

Night Ride (livro 1)Where stories live. Discover now