Capitulo 32

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Matteo se juntou a fogueira após alguns momentos, pegou uma taça de vinho branco e sentou ao lado de Joel, que estava ao lado de Ace, tomando uma cerveja. Matteo estreitou os olhos, olhando de um para o outro, cada um com uma cerveja na mão.

— Desde quando você toma cerveja? — perguntou a Joel.

O garoto olhou para o irmão e depois olhou para a cerveja. — Desde hoy. Es extraordinario

Ace deu risada, orgulhoso.

Cherry saiu de seu lugar e sentou ao lado de Ayla, inclinando-se para ela. — Preciso falar uma coisa... — disse como quem vai contar um segredo.

Ayla se inclinou para a amiga para escutar o que ela diria, e quando a menina abriu a boca, uma sombra se projetou sobre ela. Ayla e Cherry ergueram o olhar, e viram Alex, que pegou a mais nova no colo estilo noiva.

— Será que eu vou ter que amarrar você? — questionou, a carregando de volta para seus assentos. Ayla ficou com cara de tacho e curiosa por demais. — Tóxico — murmurou enquanto acompanhava-os com o olhar. Alex e Cherry sentaram ao lado de Levi, que estava ao lado de Isaac. Ambos encaravam com intensidade e uma expressão sinistra, uma direção específica. Ayla seguiu o olhar deles e percebeu que quem eles encaravam tão mortiferamente sem disfarçar, era Matteo, que conversava distraidamente com Ace e Joel. A garota respirou fundo e levantou-se, indo em direção a eles.

— Você parece um homem das cavernas! — Cherry reclamava com Alex.

— Mas eu nem comecei a te arrastar pelos cabelos ainda

Ayla agachou-se na altura de Levi e Isaac. Os dois olharam para ela ao mesmo tempo, os músculos de suas faces estavam tão empenhados em formar uma cara feia que foi difícil relaxar o rosto.

— Parem com isso, já! — falou em tom de censura aos dois rapazes.

Levi se retraiu um pouco, desviando o olhar para baixo. Isaac por outro lado, ergueu sua cara feia de volta para Matteo.

— Isso o que? — fez-se de desentendido.

— Isaac, para! — ela fez cara feia para ele.

O rapaz olhou para ela pelo canto do olho, e se remexeu no lugar. Expressando má vontade, ele desviou o olhar que mutilava Matteo. — Tá. — respondeu seco.

Ayla suspirou e levantou-se, mas antes de se virar para voltar ao seu lugar, sentiu alguém atrás de si. Ethan.

— Será que eu vou ter que amarrar você? — o rapaz falou com as mãos na cintura, numa imitação de Alex, que abriu um sorriso orgulhoso ao ouvi-lo. — Brincadeira! — Ethan acrescentou um sorriso divertido. Ele deu meia volta pegado na mão de Ayla, andando de volta para seus lugares.

— Tem que carregar pelos cabelos! — Alex berrou enquanto o casal se afastava.

Cherry o olhou com desaprovação. — Está vendo a má influência que você é?

O garoto riu-se. — Eu sou a referência dos últimos romântic... — sua cabeça fora emperrada para frente quando um tapa lhe atingiu. — Ai amor! — ele olhou desgostoso para ela.

Ethan e Ayla já haviam sentado.

— Desculpa por eles... — o rapaz falou sem jeito, também havia notado o comportamento de Isaac e Levi.

Ayla sorriu e balançou a cabeça. — Tá tudo bem.

De repente, Nancy acendeu dois cigarros de maconha. Passou um para Ayla passar adiante no sentido anti-horário, e outro para Ace passar adiante no sentindo horário.

Ayla tragou e passou para Ethan, e então se levantou, indo buscar bebida no mine-bar mais adiante. Ela voltou com uma taça de vinho tinto para si, e uma cerveja para Ethan.

Todos continuaram a beber e conversar. Nicole e Ace estavam abraçadinhos. Nancy agora havia se metido entre Matteo e Joel, abraçando o garoto mais novo que estava vermelho como um tomate. Cherry dividia Alex com Levi, e Ayla mantinha a atenção justamente nos dois garotos. Quase o tempo todo ela observava o comportamento deles, o trejeito, as risadas, até que a roda silenciou para contemplar um momento inesperado. O baseado havia chegado em Tio Brady, que a propósito, tragou. Depois passou para Ian, que recusou e passou adiante.

— Aí, Tio Brady rejuvenesceu uns vinte anos, né não? — brincou Ace, arrancado uma risadinha de Nicole.

O tempo passou, e faltando quinze minutos para meia-noite, Nancy reuniu todos os chapados presentes, e Ian e Joel que não fumavam, para o jardim, que estava iluminado por suaves luzes de cordas. Lá haviam mesas redondas cobertas por toalhas de linho branco, decoradas com arranjo de flores frescas e delicadas.

Uma mesa central estava dedicada ao bolo de aniversário de Ayla, adornado com detalhes em glacê e flores comestíveis. Velas delicadas brilhavam no topo, prontas para serem acesas pouco antes do relógio marcar meia-noite. Ao redor do jardim, estavam espalhados sofás e poltronas com almofadas elegantes. Pequenas mesas de centro foram colocadas nas proximidades oferecendo um local para apoiar bebidas e petiscos. A medida que a meia-noite se aproximava, taças de champanhe foram distribuídas a todos. Ayla encaminhou-se para o centro da mesa, onde as velas no topo do bolo já estavam acesas enquanto todos se postavam a sua volta. Faltando dez segundos para a meia noite, a contagem regressiva na voz de todos ali ecoava alto pelo jardim, e no momento que o primeiro minuto da passagem de ano e também do aniversário fora celebrado, Ayla apagara as velas com um único sopro. De repente, o céu noturno é preenchido por cores vibrantes em fogos de artifício. Aplausos e vivas preencheram o jardim em plena comemoração. Ao sair da mesa central no intuito de chegar até Ethan, Ayla recebeu vários abraços, e o primeiro foi de sua amiga, Nancy.

— Amiga, eu trouxe os anãos para a luta livre, mas só vou solta-los se você permitir! — disse a ruiva ao afastar do abraço.

— Nancy! — Ayla a olhou incrédula.

— Estou brincando! — a ruiva riu forçado, em seguida deu a vez para Nicole abraça-la.

— Devolve os anãos, devolve os anãos — Nancy sussurrou disfarçadamente para um dos garçons de prontidão.

Ace, Cherry, e Joel, também abraçaram Ayla, e logo em conseguinte, Matteo... que por sinal, teve o abraço mais demorado, enquanto Ethan apenas assistia de longe, virando de uma vez só sua taça de champanhe sem desviar o olhar da jovem. E então, Tio Brady a felicitou com um abraço de urso e algumas palavras de sabedoria. Alex e Tom seguiram a mesma linha, mas invés das palavras de sabedoria, eles deram conselhos que com certeza feriam o código penal. E no final, Ian, que por sua vez só estendeu a mão para um aperto formal, mas Ayla ignorou e o abraçou mesmo assim. Ele não reagiu.

Feito isso, a garota se dirigiu alegremente a Ethan, que estava acompanhado de Isaac e Levi, um de cada lado. O rapaz pousou a taça na mesa atrás de si, pronto para abraçá-la, isso se Levi não tivesse passado a sua frente. O garoto a abraçou primeiro.

Ethan que estava com uma expressão contente estampada, voltou ao semblante amargo.

Levi enfiou a mão no bolso e retirou um chaveirinho de pompom branco, com o nome "Ayla" pendurado. Ele entregou o chaveiro na mão dela, que julgando por sua expressão parecia extremamente surpresa.

— Ah, Levi! Que graça! — disse ela, encantada. — Obrigada! — olhou do chaveirinho para o garoto, que sorria com satisfação. Ayla colocou o dedo indicador no anel do chaveiro temporariamente até poder guarda-lo. A essa altura Ethan já estava respirando alto, esperando por sua vez. Ayla então se voltou para ele, mas Isaac se adiantou e deu um chega para lá no amigo, tomando a frente e abraçando-a também.

— Feliz aniversário, anjinho...— disse ele sorridente. — Caído do céu. — acrescentou com um baixo murmurinho entre dentes.

Ayla sorriu como alguém que recebe um elogio. — Obrigada!

— Lúcifer — balbuciou ele, quase inaudível.

— O que?

— Nada! — ele chacoalhou a cabeça com um sorriso maroto.

Por fim, Ayla finalmente chegou até Ethan, abraçando-o. Ele sorriu e a ergueu do chão por um momento, num abraço fortíssimo que a fez soltar um "Ai" sem querer.

— Feliz aniversário, minha princesa. — disse ele com um sorriso enorme.

Night Ride (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora