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DIAS ATUAIS.
Augusto Choi.
às 17:34


🎸


Não precisávamos limpar a bagunça mas Kimberly insistiu em limpar Oque fizemos. As paredes estavam grudentas, assim como o cabelo de Agnes. Bem, pelo menos teremos alguns cookies, mesmo que poucos.

— Não precisa ajudar.

Dei de ombros esfregando no piso.

— Hm, você não sujou sozinha.

Ela riu um pouco, e farinha saiu do seu nariz oque me arrancou um sorriso. 

— Não, não sujei. E Que ideia horrível vocês tiveram. — Ela tentou ficar séria. 

Bufei.

— Você se divertiu mais que Agnes. — acusei.

Ela me encarou limpando o cabelo.

— Não fui a única. 

Fiquei quieto porque ela estava certa, eu podia sentir meu peito formigar e minhas bochechas doerem. Agnes subiu com Alice para se limpar no banheiro. Enquanto nós dois estamos esfregando o chão da cozinha. Eu tinha gente pra isso, ainda assim preferi esfregar o chão sujo ao seu lado. 

Ficamos em silêncio enquanto terminavamos de limpar, mas curiosamente foi um silêncio confortante. As vezes eu a pegava rindo enquanto me olhava e isso também acontecia quando eu via massa em seu cabelo.

— Céus, eu estou exausta! — Ela se sentou no banco enquanto virava a garrafa de vinho na boca.

Apoiei meu rosto nas mãos e a observei.

— Posso pegar taças se você quiser.

Ela limpou a boca.

— Não precisa, eu acho mais gostoso tomando direto da garrafa. — Ela se apoiou na mão também. — Mas não conte ao Miguel, ele me mataria com aquele papo de italiano.

— Miguel é italiano?

Ela fez que sim.

— Estávamos visitando os pais do Lorenzo quando minha mãe entrou em trabalho de parto. — Ela me ofereceu e eu aceitei.

Encostei a garrafa na boca e me ocorreu o pensamento de que os lábios dela a poucos instantes também esteve ali. Era assustador a forma como eu desejava tê-los mais uma vez. Bebi o vinho como se ele tivesse seu gosto, Lambi os lábios e a devolvi.

— Oque foi?

Ela não pegou a garrafa, suas pupilas dilataram lentamente. 

— Eu... — Ela engoliu em seco. — Preciso sair.

— Hum?

Ela se levantou bruscamente.

— Preciso sair, pra longe de você ou...

Apertei meus dentes evitando um sorriso quando ela parou e respirou fundo.

— Ou oque, Kim? — A encorajei.

— Ou eu vou beijar você. — Ela arfou surpresa com as próprias palavras. — Eu quero muito beijar você Gus, por isso preciso sair daqui.

Ela estava parada ali, bem em minha frente. Esperando por algo... Seu rosto vermelho e sua respiração agitada, engoli cada bolo em minha garganta. Ignorei a forma como meus dedos dos pés se encolheram, como minha mão formigou querendo tocá-la. Apertei a garrafa e deixei em cima do balcão, me levantando lentamente.

 (Des) sintonizados.Where stories live. Discover now