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DIAS ATUAIS
Augusto às
01:56

"Eu não te amo mais, por favor não me procure" essas são suas últimas palavras direcionadas a mim Kim? Como pode não amar mais quem ainda te ama? 

Primeira carta do Augusto destinada a Kimberly, um ano depois de sua partida.

🎸

A mulher em que eu passei a vida toda achando se minha mãe tentou matar minha filha. Carmen tentou matar Agnes e isso eu nunca vou perdoar. Faz meia hora em que eu estou encarando a televisão desligada em minha frente, nenhum notícia, nenhum avanço. 

Kimberly praticamente desmaiou de cansaço, seu rosto está inchado e seu nariz vermelho. Ela está sentada na poltrona enquanto sua cabeça está tombada para o lado. Uma lágrima ainda escorre em seu rosto, e de tempo em tempos outra e mais uma. Como se nem em seu breve sono ela tivesse paz.

Me apaixonei dela e toquei seu rosto.

— Você foi tão forte por nossa garotinha. — Limpei seus olhos. —  Serei eternamente grato por isso, Kim. — Sussurrei ao beijar uma testa.

A segurei no colo e a debrucei sob a cama, assim ela ficaria mais confortável. Até que sua voz invadiu o quarto escuro.

— Fique.  — Parece que eu acordei ela ao ajeitar seu travesseiro.

— Descanse Kimberly.

— Não posso.

— Não lute contra o sono, os remédios farão efeito logo.

— Não posso dormir sem ela Gus. Não posso viver, não posso sequer respirar sem Agnes. 

Meu corpo inteiro ficou tenso, porque desde que eu conheci Agnes comecei a compartilhar o mesmo sentimento. E a culpa me corrói a cada segundo, a cada respiração e a cada pensamento.

— Por favor tente.

— Não consigo. — Ela se sentou novamente agora sob a cama. Nossas silhuetas visíveis, nossas respirações agitadas. — Como anda as coisas?

— Nada ainda, ninguém entrou em contato. Nenhuma pista, nenhuma imagem, nenhuma notícia, tão pouco mensagem. Estamos a cegas enxergando apenas por Ethan.

— Ele está mais calmo?

— Sim, ele está. Liguei pra o Michael, ele disse que Ethan pegou no sono depois do curativo.

— Isso é bom. — O silêncio caiu sob nós.

— Sua mãe está a caminho. — Falei na intenção de tranquilizá-la um pouco. Mas ela não me respondeu.

Finalmente Kimberly se entregou ao sono do remédio, e eu permaneci sentado e em silêncio ao seu lado. Suas mãos presas a minha.

Pela manhã bem cedo, quando os primeiros raios de sol surgiram pela minha janela, recebi uma chamada que logo atendi era Ross e sua voz estava tensa.

— Liga a televisão, você precisa ver isso.

[...]

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