(Des) sintonizados.

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DIAS ATUAIS
Kimberly
às 23:58

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Eu não conseguia respirar, eu não conseguia ficar parada. Eu queria minha filha, agora.

— Aonde você Vai? —  Ela me seguiu enquanto eu entrava no quarto.

— Como assim aonde eu vou Sophie? Quem você acha que levou Agnes? Eu vou atrás daquela mulher.

O ódio me cegava, me consumia e me queimava.

— Kimberly, não tome conclusões precipitadas.

— Não são conclusões precipitadas, acha coincidência ela conhecer Agnes em um dia e no outro minha filha sumir?

Sophie me olhou abatida.

— Kitty se acalma...

Afastei sua mão.

—  Eu já disse para não pedirem para que eu me acalme, é a minha filha que está desaparecida.

— E meu filho Kitty, meu filho também estava lá. E se machucou.—  Seus olhos voltaram a encher de lágrimas.

Meus lábios tremeram.

— Eu sei.

— Ele está assustado. Assim como todo mundo lá em baixo.

Encarei o jarro de flor, estavam todos em casa novamente. Com um policial atualizando as buscas depois do boletim de ocorrência, todos de cabeça baixa, todos com mil pensamentos.

Encarei meu relógio.

É 23:59 e logo seria meia noite, e a meia noite Agnes toma seu remédio.

Às 00:00 chegou, hora do remédio. Mas Agnes não está.

— Ethan está machucado, vá cuidar dele Sophie.

— Eu... Não, — Ela se embolou com as palavras. — Eu... Michael está cuidando dele.

Eu ergui meus olhos pra ela, seu rosto vermelho e seus olhos azuis intensos. Sophie é mãe, assim como. Eu preciso dela, mas seu filho também precisa.

— Sophie, ele está assustado. Precisa da mãe nesse momento não vou me sentir bem se você ficar longe dele nesse momento.— Ela hesitou mas assentiu lentamente. — E Obrigada, Por ter ficado aqui comigo.

Ela me abraçou forte e eu sequer tive forças para retribuir.

— Vai ficar tudo bem. — Ela sussurrou ao se afastar. — Vou ficar com meu filho.

— Vá. — Ela parecia ter esperado outra resposta quando assentiu e se afastou até a porta.

Quando Sophie sumiu da minha visão eu desabei, eu chorei e gritei. Porque eu não podia fazer mais nada nesse momento se não chorar. Quem levou minha filha? Aquela mulher levou ela... 

E como se tivesse lido meus pensamentos faróis bateram contra minha janela, me levantei em um pulo indo abri-la na esperança de ser notícias, na esperança de que os policiais estivessem trazendo Agnes de volta pra mim. Mas Era o pai do Gus, que desceu do carro apressado. Assim que ele avistou, o filho correu para abraçar.