Capitulo VIII. Primeira Temporada

17 4 0
                                    

Yokohama, Tóquio, Japão. 

Sato Kenichi,*diretor do orfanato Hoshi no ko-tachi.

Ele se considerava um homem calmo e paciente,trabalhar com crianças refinou essa virtude, muito poucas coisas tiram seu sossego e sua paz.

No entanto, recentemente ele começou a desconfiar que os céus estão se divertindo com seu sofrimento.

E essa suspeita se aprofundou quando ele viu um certo visitante terrivelmente teimoso sentado à sua frente.

 Segurando um recipiente em formato flute e apreciando o aroma do chá Oolong, estava um belo adolescente estrangeiro, de cabelos e olhos azuis. 

O rapaz sorria descaradamente, como se fosse inocente.

Sato Kenichi,por culpa desse garoto,nessas últimas duas semanas parecia ter envelhecido dez anos. 

Diretor Sato, está pronto para me dar a permissão sobre o assunto? 

Perguntou sem vergonha em um inglês com forte sotaque,terminando seu chá. 

jovem Ahlberg*,eu já lhe disse e irei repetir, é impossível para um rapaz menor de idade, adotar alguém,menos ainda duas crianças.

Respondeu,suspirando pela quinquagésima vez,em perfeito inglês.

A cerca de duas semanas, esse jovem, que não deveria ter mais de dezesseis anos, chegou e insistiu em adotar duas crianças do orfanato.

De início, o diretor pensou tratar-se de uma brincadeira de jovens e riu.

No entanto, o rapaz revelou,com documentos legais, que ele possuía boas condições financeiras para sustentar até trinta crianças confortavelmente. 

No entanto, Sato Kenichi não contava que Afrodite também era duro de largar o osso.

Anos de prática puxando e empurrando os encrenqueiros foram muito úteis. 

Desde então, por mais que o diretor negasse, o rapaz sempre retornava com a mesma demanda,e esse processo já durava duas semanas. 

Que mal lhe pergunte jovem Ahlberg, por quê estás tão obstinado a adotar duas crianças?ainda é jovem,tem uma vida inteira pela frente, tenho certeza que não lhe falta..aham…vigor.

Corou um pouco, ficando sutilmente impressionado como o rapaz não se sentiu incomodado,e apenas riu. 

Diretor, garanto-lhe que minha libido está intacta, eu não tenho interesse em adotar crianças para serem meus filhos. 

Começou abaixando o copo.

Depois de viver com pessoas como Milo ou Máscara da Morte, falar sobre essas coisas era bem comum. 

Eu venho de uma instituição especial,não posso dizer muito, mas basicamente, todos lá lutam em prol desta terra. Eu tenho um bom olho, e garanto diretor,neste orfanato existem talentos que não podem ser desperdiçados.

Terminou entrelaçando os dedos sobre a mesa.

A seriedade em seu rosto dizia que não era brincadeira. 

Não sei se compreendo, mas ainda sim,não posso permitir, e ilegal. 

Negou acenando com a cabeça. 

Hum,entendo. Ceder guarda por meios legais não é possível, mas que cem garotos sejam entregues a um velho rico, e enviados ao exterior por meio ilícitos, em condições questionáveis é permitido. 

Questionou tranquilamente,se levantando,parando em frente a janela, observando algo com muita curiosidade.

 Ignorando o fato de que o sangue sumiu completamente do rosto do outro. 

Como, como esse garoto sabia disso? 

– Eu sou muito bom no meu trabalho diretor.

Respondeu como se lesse a mente do Japonês. 

também sei que este orfanato está no nome de Mitsumasa Kido, um poderoso magnata,influente ate mesmo em grandes potencias. Este lugar, inicialmente foi uma fachada para prender e esconder os cem filhos ilegítimos dele.

Revelou calmamente como se falasse das nuvens. 

Eu sei que o senhor não tinha escolha, afinal, o dinheiro move o mundo, havia outras crianças que deveriam ser protegidas. Mas, eu acredito que neste caso, você também não tem escolha. Então diretor, vamos conversar? 

O sorriso gentil em seu rosto bonito parecia a sentença de um carrasco. 

            …………………………….

Pátio do orfanato. 

– Nada ainda?

Perguntou a azulada desanimada quando o garoto apenas balançou a cabeça em negação. 

Ambos estavam no pátio da frente, em baixo de uma árvore, afastados do campo de visão das crianças e cuidadores.

Depois do incidente no bosque há duas semanas, ambos voltaram para seus dormitórios, felizes por ninguém ter notado a ausência deles.

Graças ao Afurodīte-nii-sama,não havia ferimentos ou marcas que os denunciasse,então ambos juraram não contar nada. 

– Isso é mais difícil do que parece. 

Resmungou. 

Desde então, Shun vem tentando repetir aquela aura que sentiu.

No entanto, apesar de sentir e entender que algo havia despertado,ele não conseguia reproduzir a mesma sensação, resultando em um certo acúmulo de falhas.

– Você vai conseguir, aproveite enquanto ainda não veio ninguém te averiguar como peça de coleção. 

Comentou a azulada divertida,ao se lembrar. 

Nesse período de tempo, muitos casais vieram visitar Shun, mas ele não está interessado em ser adotado por nenhum deles. 

Algumas pessoas da fundação também trouxeram documentos para ele,esclarecendo a pensão que ele iria receber até se tornar maior de idade. 

Além do perfil de algumas das melhores escolas para que ele escolhesse qual ingressar. 

Ele mal olhou isso, e apenas deixou para escolher depois, ainda faltava uma estação para o início das aulas. 

– Shun-chan,Miho-chan.

Chamou uma bela jovem de 19 anos,fazendo as duas crianças se virarem.

Seus cabelos negros nos ombros balançavam suavemente, e olhos castanhos tinham um toque de carinho. 

Ela usava um vestido rosa, sob um avental branco e sapatos da mesma cor.

– Takahashi-nee. 

Nomearam as duas crianças alegremente. 

Kaori Takahashi,uma das cuidadoras mais queridas do orfanato. 

– Sato‐Sensei está os chamando ao seu escritório. 

Informou,sorrindo fracamente, seu rosto não escondia a óbvia preocupação. 

As crianças apenas se entreolharam confusas,antes de se levantarem e seguirem a mulher. 

Eles atravessaram o patio e entraram no casarão, subindo as escadas até o segundo andar.

Depois de passar por alguns corredores, o trio parou em frente a uma porta, onde estava escrito em letras grandes DIRETOR,a qual Kaori bateu. 

– Sato-Sensei,é Takahashi Kaori, eu os trouxe como pediu.

Eles esperaram um pouco, até que, do outro lado da porta, uma voz abafada surgiu. 

– Deixe-os entrar.

Desa forma,a porta se abriu e o trio pode ver o escritório.


Filho das Estrelas Onde histórias criam vida. Descubra agora