Capítulo XXXV Quarta temporada

5 0 0
                                    

Notas da Revisora

Boa leitura🙃

Atravessou por entre a multidão, ignorando o murmúrio de muitos transeuntes, que o olhavam estranho. 

Apenas puxou mais o capuz do seu manto, escondendo seu rosto.

Não demorou muito para que entrasse em um beco estreito 

Ele chegou em outra parte isolada do mercado, um beco estreito, onde,depois de tantos anos, mal cabia o um homem adulto.

Seguiu por este,se misturando às inúmeras galerias e vielas que mais pareciam o labirinto de Gêmeos. 

No entanto, habituados a este lugar, seus pés o levaram sem erro, diretamente aonde desejava. 

Um beco sem saída, dando diretamente para uma parede rochosa.

Sem se abalar, aproximou-se do muro natural,e com maestria, tateou a fria pedra,até que seus dedos encontrassem o que queriam.

Uma pequena cavidade, onde mal cabia o dedo de uma criança, e que facilmente passaria despercebido.

Rapidamente enfiou a mão em sua vestes, para,quando a retirou,trazia consigo um pequeno objeto cristalino,com gravuras entalhadas,do mesmo formato da fechadura. 

Com precisão, encaixou o obulo na parede, que começou a sacudir violentamente, apesar de não emitir nenhum barulho. 

Atravessou rapidamente quando a passagem abriu o suficiente para que pudessem adentrar.

E assim que o fez, a mesma se fechou atrás de si.

            …………………………….

O breu inundava o longo corredor,que subia,fazia curvas e descidas intermináveis.

E mesmo assim, não se encerravam. 

E apesar de caminhar pelo que presumiu não ser muito tempo, sentiu que não teria fim.

Só o simples pensamento de ficar preso na escuridão, o fazia sentir que o ar lhe escapava,como frias mãos que se enroscavam ao redor de sua garganta. 

Não importa o quanto estivesse acostumado a dificuldade, a escuridão nunca havia se tornado conhecida ou companheira. 

Para seu alívio,ainda um pouco afastado, pode ver,literalmente, uma luz no fim do túnel. 

Não percebeu o quão seus passos tinham acelerado ou o quanto inquieto estava para sair até ver-se fora daquele lugar,e finalmente pode respirar, quando suas retinas capturaram um pouco de luz. 

Assim, rapidamente, deu-se conta de seus arredores.

Percebeu que estava sobre a beirada de um penhasco, e diante de si, mais abaixo, contrariando toda a escuridão anterior, avistava-se uma grandiosa cidade,iluminada por inapagáveis luzes, cheia de vida.

Olhando para cima, podia ver longínquo teto, idêntico ao de uma grande caverna, que mesmo de onde estava, parecia muito distante.

Teria admirado um pouco mais a fantástica vista,que nunca deixava de o surpreender, se não tivesse escutado passos atrás de si.

– Olá, o senhor é o nosso visitante esperado,certo? 

Ao se virar,pode ver uma bela mulher, pouco mais velha que si.

Ela era alta,de pele branca, olhos amarelos e longos cabelos brancos,presos em uma trança sobre o ombro,além de pontos no lugar de suas sobrancelhas.

Ela vestia roupas tradicionais brancas,com uma faixa vermelha ao redor da cintura e uma curiosa marca de três pétalas vermelhas na testa. 

– Meu nome é Arisa,serei sua guia para o encontro de hoje, a pedido de meu pai. 

            …………………………….

O vento gélido sussurrava entre as árvores densas da floresta, acompanhado a figura envolta em um manto escuro, cujo rosto permanecia oculto sob a capa.

 Corria velozmente entre as sombras, seus pés descalços batendo contra a folhagem,a grama e o cascalho,que, mesmo com o tratamento bruto,continuavam impecáveis. 

 Seu coração batia em descompasso,não sabia se era pela corrida ou pela visão daqueles olhos,seja o que for,isso a impulsionava através da mata fechada

– Você parece estar com muita pressa. 

Observou sarcástico rompendo o silêncio da noite.

Com a repentina aparição, ela refreou sua fuga.

Virando-se para trás, encontrou,emergindo das sombras, iluminado pelo fraco luar,um belo homem.

Seus cabelos azuis estavam sujos e embaraçados, assim como a dourada armadura que trajava.

– Humpf,que descortês, tão desagradavelmente nos chama até aqui, apenas para desaparecer na surdina,você é uma péssima anfitriã. 

Zombou,caminhando na direção da encapuzada,seus olhos a encaravam fixamente. 

Uma rosa vermelha firmemente segurada em seus dedos.

Sem dignar uma resposta a ele,ela rapidamente virou as costas e tentou fugir. 

No entanto, seu subterfúgio fora interrompido quando bateu-se contra algo duro,que a jogou de bunda no chão. 

– Então era você o cerne do problema? 

Questionou uma voz mal humorada.

Através de seu capuz, ergueu os orbes roxos para ver o que a havia impedido. 

Ele era um homem alto, de pele bronzeada e cabelos azul escuro espetados. 

Mas o que chamou sua atenção, fora a armadura que usava,a armadura de Câncer.

Seus instintos de sobrevivência, em nome da memória de uma aterradora figura, forçaram-na a tentar desesperadamente, escapar do homem, que contra as probabilidades,em um movimento rápido demais, a agarrou pelo pulso com firmeza implacável.

 Seus olhos, já normais,mostravam-se  irritados pelo incômodo que ela causara.

Tais olhos fizeram o temor cercar o coração da bruxa, que disparou ao reconhecer naqueles orbes,o mesmo reflexo de si que havia visto, nas eras em que os deuses ainda caminhavam entre com os homens. 

Tal constatação imediatamente a fez esquecer a apatia ou o temor se desvanecerem,dando lugar a uma velha raiva que pensava não mais existir. 

Impelindo-a a reagir com a força da qual ela nem mesmo sabia que era capaz.

Com um movimento ágil demais,ela livrou-se de seu agarre. 

– Vós não deveríeis ter vindo por mim,está fostes a vossa ruína. ECLIPSE DA LUA NOVA!

Filho das Estrelas Where stories live. Discover now