EP 20. Premiere Desconcertante

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𝙺𝚛𝚢𝚜𝚝𝚊𝚕’𝚜 𝙿𝙾𝚅:

Hoje é 26 de setembro, uma segunda-feira.

Eu decidi viajar para a capital alemã para a premiere de Nada de Novo no Front, mas já estou contestando minha própria decisão.

— Ele não para de falar? - Cochicho para Bonnie impaciente, pois já estou mais de meia hora em pé, esperando o diretor do filme acabar o discurso para eu falar um pouco sobre o meu trabalho. — E engraçado que pelo que fiquei sabendo, até eu, mesmo de longe, trabalhei mais do que ele na porra desse filme.

— Krystal, por que você não se senta um pouco? - Ela me guia para fora do palco, e nos sentamos na nossa mesa. — Depois dele ainda vai ser o Daniel Marc.

— Ótimo! Então eu nem vou precisar fazer um discurso. Nem planejei nada para falar mesmo.
- Dou de ombros e dou um gole de água. — Aliás, não estou entendendo nada do que eles estão falando. Esse tradutor é a mesma coisa de nada.

— Eu pensei que você sabia falar alemão. - Ela franze o cenho, e eu nego com cabeça.

— Para que diabos que iria querer aprender alemão? Idioma estranho para caralho! E eu não tenho muito interesse em aprender novos idiomas. Eu só aprendi italiano, porque tive que morar em Milão por dois meses para acompanhar as gravações de algumas cenas de Duas Rainhas. Porque se não fosse por isso, eu provavelmente não iria me interessar em italiano. - Eu assumo.

— Mas italiano é um idioma tão lindo! Acho que só perde para francês. Mas você sabe falar outros além desses? - Ela pergunta e termina o champanhe em um gole só.

— Eu me acho por dizer que sou poliglota, mas a realidade é que eu não lembro de quase nada dos idiomas que eu aprendi. Tipo, eu não uso italiano ou francês para porra de nada, então eu meio que esqueci de como fala. Talvez se eu revisar posso me lembrar, mas de cabeça não. - Admito ajeitando minhas luvas. — Eu sei um pouco de iorubá, porque já viajei muito para a África e sou fluente em náuatle, porque minha avó era descente de indígenas.

— Ainda existem indígenas no México? - Ela parece surpresa, mas eu não a julgo por ela ser européia.

— Muitos, inclusive. Os pais dela, meus bisavós, eram Náuatles. Não lembro nomes de outras tribos, mas há várias
- Eu explico olhando para o palco com tédio. — Sei um pouco de neerlandês também, porque meu ex marido era da Bélgica e eu sabia a linguagem dos sinais quando era adolescente, mas não lembro de muita coisa agora.

— Ex marido Belgo? Eu não sabia dessa história. - Bonnie exponhe curiosa, e eu rio.

— Em 2013 eu me casei com um cara que era meu colega de profissão. Trabalhamos na mesma curta metragem e começamos a namorar um tempo depois. Só que nos casamos muito rápido, tipo, muito rápido mesmo. Acho que tínhamos só uns quatro meses de namoro. - Eu conto com uma carranca de descrença. — Eu não sei o que se passou na minha cabeça, mas eu achei que aquilo seria uma ótima ideia.

— Esse casamento foi privado, não foi? Porque pelo que eu saiba, ninguém da mídia sabe ou soube disso. - Ela palpita, e eu assinto com a cabeça.

— Preferi esconder o casamento, porque naquele tempo tudo para a mídia era marketing. O casamento não deu certo por motivos óbvios. Ele tinha mais ou menos a mesma idade que eu, mas tinha pensamentos e desejos diferentes. Naquele tempo ele já queria ter filhos e queria que eu fosse morar na Bélgica com ele, por isso nosso casamento durou 7 meses. - Reviro os olhos. — Pelo menos nosso divórcio não foi burocrático.

— Sua vida é tão empolgante! Já pensou em fazer um livro sobre ela? - Bonnie sugere brincalhona.

— Não iria dar certo, porque eu iria falar de mais e arranjaria briga com Hollywood inteira.
- Rio e suspiro ao ver que o Daniel Marc está começando agora o discurso. — Iriam se irritar comigo se eu decidisse não discursar mais?

Gangstar's Paradise - Zayn Malik (PRIMEIRA TEMPORADA)Where stories live. Discover now