Antes: Como Eu Morri

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Era noite, uma noite azul e chovia. Não exatamente H²O, mas sim um líquido estranho, desconhecido para mim. Algo que fazia com que toda parte por ele tocado brilhasse em diferentes tons de vermelho, rosa e azul. Eu e o Doutor corriamos a todo o vapor, seguiamos em direção a TARDIS, a caixa azul que ele usava para viajar por todo o espaço e tempo que existe. Vegetações cheias de ramas dificultavam nossa corrida e a chuva se alastrava, ficando cada vez mais forte, fazendo-nos brilhar como um globo de discoteca.

- Como droga iremos fugir? Estamos parecendo dois Elvis Presley cheio de purpurina colorida. - Eu gritei, para ver se ele me escutava apesar do alto barulho das gotas ricocheteando pelo chão.

- Aí não seria purpurina. Seria brilhantina! Anda logo John, não seja molenga, é divertido! Alons-y. - Ele riu, após ter feito alusão ao produto que o Rei do Rock usava no cabelo.

Os passos atrás de nós aumentavam cada vez mais, indicando que nossos perseguidores estavam em nosso encalço.

Havíamos acabados de destruir o covil onde um grupo de Dreváx - um longínquo parente dos Sycoráx - escondiam suas vítimas. Agora, tentávamos fugir de um bando de formigas humanoides negras, muito velozes devido as quatro patas que usavam para se locomover.

Estava logo em frente, azul como sempre. A TARDIS, a conhecida caixa de polícia que viajava por todo o espaço.

Eu vi o Doutor alcançar a porta, embarcar, e estender sua mão para que eu pudesse pegá-la. Eu estava quase lá, iria conseguir, sabia que sim. Toquei a palma da mão dele e então senti uma descarga percorrer meu corpo, me impulsionando para frente, fazendo minha visão escurecer. Meu coração começou a bater lentamente e o tempo pareceu desacelerar ao meu redor.

Não! Não agora! Eu não podia morrer, não era justo. Mas estava acontecendo, eu perdia a vida e nada poderia fazer a respeito. Nunca mais iria escutar as batidas dos dois corações do Doutor, ou a luz azul hipnotizante de sua chave de fenda sonica, e jamais voltaria a ver o interior da TARDIS, o que sempre me tirava o fôlego: maior por dentro e menor por fora. Essa era a minha ultima visão, ele gritava meu nome, juro que queria responder, não era mais possível. Era oficial.

Eu havia acabado de morrer.

A Busca Pelo DoutorWhere stories live. Discover now