10 - Covil

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- Pera, deixa ver se eu entendi direito. Esse seres... os Dreváx, a alimentação deles era, ou é, baseada em energia pura, e os Zriváx são seres compostos de energia pura. Ou seja, eles se alimentam dos Zriváx?

- Exatamente! O corpo de um Zriváx e feito da energia mais pura do universo, daí a coloração azulada. Eles são como um barato doido de eletricidade pulsante.

Nós havíamos chegado na casa do pequeno ser. Era algo que se parecia com uma oca de índio, só que em um tronco de árvore. Envolta, armadilhas preparadas para encarcerar qualquer um desavisado que se aproxime da moradia.

- Isso é errado, isso é muito errado - falei, enquanto ouvia o John perguntar ao pequenino onde seus pais estavam. - Qualquer um que faça algo tão deplorável como isso não merece viver.

- Doutor, temos um probleminha aqui - perguntei qual e ele respondeu: - levaram os pais dele.

- Agora amiguinho, isso é muito importante, talvez seja a coisa mais importante que definirá o seu futuro, preciso de uma resposta muito precisa, tá bom? - Observei ele assentir e continuei. - Como você conseguiu fugir?

- Eu não fugi de lugar algum. Na realidade, eles nem conseguiram me pegar.

- Mas você sabe para onde seus pais foram levados? - Ouvi o John perguntar. - Poderia nos levar lá? - A criaturinha assentiu pela segunda vez. - Então vamos lá.

Ele segurou a garra do Zriváx e começou a caminhar. John olhou para trás e me viu parado, com cara de bobo, observando os dois seguindo uma estreita trilha vermelha. Então perguntou:

- Você vem, Doutor?

- John, você é um dos humanos mais brilhante que já conheci! Simplesmente brilhante! - Eu falei, enquanto andava até ele, com um sorriso no rosto e aquele conhecido brilho no olhar.

...

O lugar era uma caverna quase invisível a olhares despreparados, mas eu a vi logo de cara. Aquela protuberância no solo montanhoso era diferente entre as outras, algo que muitos olhares são incapazes de perceber: rastros enérgicos de Zriváx adultos, algo que funcionava como sangue.

- Eles poderiam ter escolhido um lugarzinho melhor, não? - O John me tirou do devaneio, trazendo-me de volta para a realidade. - Precisamos de um plano, algo para nos ajudar a salvar os pais do Zori.

Eu o encarei, com um questionamento claro no rosto. Era inacreditável a rapidez com que fazia amizade, com a qual entendia as coisas. Estava certo de fato. Era necessário um plano, aquilo não podia continuar acontecendo, eu não deixaria que seres tão puros tivesse um fim como aquele, jamais.

- Quem é você? - O pequeno Zori me perguntou, com a voz um pouco baixa, exibindo evidentes traços de timidez.

- Eu sou o Doutor.

A Busca Pelo DoutorWhere stories live. Discover now