A Busca Pelo Doutor

18 - Um Pouquinho De Adrenalina

- Agora, quando essa "ligação" - Capitão Jack fez o sinal de aspas com os dedos das mãos e continuou: - se intensificar, este aparelho que tenho em mãos irá te levar aonde a TARDIS está.

- E assim nos levar até o Doutor. - Liah completou o que nosso companheiro falava. - Que foi? Eu não vou ficar aqui - ela falou, ao ver a expressão de Jack.

- Liah, me desculpe, mas tenho apenas dois deles, ou seja, não vai dar para você ir.

- Por que? Vai dizer que apenas você pode ir?

- É. - A respostas foi curta e rápida.

- Não vou deixar meu melhor amigo sozinho depois de ter passado por poucas e boas ao lado dele nesta incansável busca!

Aquilo tinha se tornado uma discussão e eu era o único que poderia por um fim naquilo. Liah estava sendo um fofa esse tempo todo, me ajudando, me confortando. Mas eu entendia os motivos de Jack para querer ir comigo: um era o fato de, antes dele está nos ajudando, ele já estava em uma busca própria pelo Doutor; outro, caso não chegássemos a tempo de encontrar o Doutor lá, ou se minha ligação nos levasse para um lugar errado, ele era o único que saberia como manipular este treco conectado em meu pulso e nos trazer de volta.

Mas como explicar tudo isso para Liah? Como fazer-la entender que é preciso que o Jack vá comigo? Como?

...

Levou tempo, brigas, discussões e uma enorme carranca da Liah, mas consegui a convencer de que seria mais razoável e seguro que o Capitão Jack fosse meu acompanhante. Ela não estava nada feliz, muito menos segura.

Eu também não, estava preste a executar uma loucura. Algo que poderia custar minha vida. Tampouco isso me importava, além da felicidade da minha melhor amiga, a única coisa que me importava era meu encontro com o Doutor, e o mesmo estava muito próximo.

À nossa frente se erguia o maior viaduto que um dia fora construído em nossa cidade. Carros o percorriam de um lado ao outro, em velocidade ameaçadora e lá estavamos nós, no topo da proteção que beirava as bordas da imensa construção.

- John, não faça nada que venha a se arrepender depois. - Liah me falou, os olhos enchendo de lágrimas.

- Não - gaguejei, recebendo um abraço dela logo em seguida.

Capitão Jack fez diferente, não só me abraçou, como também me beijou, na boca, me fazendo ficar rubro. Aquilo me deixou em êxtase, dando a mim toda a coragem que faltava.

Um caminhão enorme vinha em grande velocidade na pista da direita, a mesma que passava em nossa frente.

Na hora que o caminhão passou por nós, me joguei do topo do viaduto. A queda se prolongou por mais tempo que deveria e a única e ultima coisa que escutei foi um baque surdo, algo quase inaudível.