3 - Uma Pesquisa Na Biblioteca

366 33 3
                                    

- Lembre-se que o Reveillon está chegando, é na sexta, ou seja, amanhã, e você prometeu ir comigo ao churrasco dos meus tios. - A voz de Liah soou animada, mas eu não estava. Não queria ir para lugar algum na virada do ano, contudo, prometi a ela que iria.

- Ok. Poderia ir comigo a Biblioteca? Preciso fazer uma pesquisa.

- Pode deixar, te encontro lá as 14:00 da tarde, pode ser? - Ela perguntou e, após meu consentimento, desligou o telefone.

Afundei novamente no meu colchão macio e voltei a dormir, pensando em como o ano de 2015 havia passado rápido.

...

- O que você vai pesquisar? - Liah passou as mãos em sua pele morena e sorriu.

- Preciso pesquisar sobre um tal Doutor. - Respondi, sem ligar para o quão absurdo aquilo soaria.

- Ah. Que doutor?

- Não sei. Só sei que tenho sonhado com um tal de O Doutor, agora quero saber algo mais sobre ele. Sei que é estranho, mas... que posso fazer em relação a minha curiosidade?

- Então tá, vou te ajudar e sei exatamente por onde começar.

- Por onde?

- Registro de pessoas e acontecimentos da cidade. Você sabe que sou uma ótima hacker, com toda certeza vou conseguir entrar na seção reservada. - Ela piscou e começou a teclar freneticamente.

...

Quatro horas depois e nós não tínhamos achado nada. Então tive uma ideia.

Empurrei a Liah um pouco para que eu pudesse sentar na cadeira giratória também, e digitei: Doutor, Caixa azul de polícia.

Um arquivo bloqueado apareceu e com ajuda da Liah eu consegui abri-lo. Perdi o fôlego na hora, lá estava ele. Terno azul e todo o mais. O Doutor, o mesmo do meu sonho, seus cabelos castanhos espetados e o tal aparelho que em certo sonho derrubou o teto da sala de química da Universidade. Ela também estava lá, a caixa azul de policia.

- É ele Liah, o mesmo cara dos meu sonhos. - Ela parecia não estar me ouvindo, mexia no meu cabelo loiro que estava um pouco grande, me incentivando a olhar para a porta de entrada da biblioteca.

Eu olhei, olhei e quase caí para trás. Eram elas de novo. As estátuas sinistras de anjo, quatro delas, bem na porta de entrada, um lugar onde não havia nada 15 minutos atrás.

- E agora? - Ela se virou para mim e eu bati as pestanas, um segundo só, e quando voltei a olhar elas tinham se movido. - O que são essas coisas? - Liah gritou ao virar e ver que elas tinham se locomovido para mais próximo da gente.

- Não sei. Mas acho que estão vivas, mas não se mexem, não enquanto estivermos as observando. - Fizemos o testes e novamente elas se mexeram. - É, detesto quando estou certo.

- Como você sabe disso?

- Eu não sei. - E, de fato, não sabia, ultimamente explicações absurdas surgiam na minha mente do nada e essa era uma delas. Por trás da estátua a porta se abriu, e lá estava ele novamente, usando um sobretudo surrado, estendendo a mão para nós dois.

- Venham, rápido, e não tirem os olhos deles. - O Doutor disse, aguardando-nos na porta, com os olhos fixos dos anjos.

A Busca Pelo DoutorWhere stories live. Discover now