19 - Novo Doutor

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Aos poucos a luz atingiu meus olhos, iluminando cada cantinho escuro existente. A princípio pensei que tinha morrido, todo aquele torpor preenchendo meu corpo e a básica sensação de êxtase. Mas não foi isso que aconteceu. No exato momento em que meu corpo estava prestes a colidir com o duro chão de asfalto negro algo mágico aconteceu. Fui teletransportado para um lugar magnífico, onde jamais imaginei estar algum dia.

À minha frente estava, ao vivo e em cores, a terra. Pelo solo acinzentado e esburacado, eu só podia estar em um único lugar: a lua. De lá observei a minúscula imensidão que era o planeta terra. Após aquela magnífica visão, enfim, descobri porque muitos tinham a audácia de chamar-lo de planeta água. Eu não tiro a razão deles, e mais, é assim que vou passar a chamar ele agora. Um nome mais apropriado, sem dúvida alguma.

Capitão Jack estava parado ao meu lado, admirando a beleza daquela vista magnífica. Seu rosto me fazia viajar, ter vontade de flutuar pelo espaço até atingir altitudes inimagináveis - o que, onde estavamos, não seria tão difícil, devido a gravidade da lua, algo que quase me fazia levitar.

Ela também estava lá, azul como sempre. Aquela velha e linda caixa de polícia que encantou meus sonhos e me fez pular de alegria, e se ela estava, o Doutor também deveria estar. Perdi o fôlego só de imaginar que o Doutor, o meu Doutor, estava ali, em algum lugar daquela vasta imensidão cinza de poeira e crateras.

- Ela é linda, não é? - Perguntei ao Jack, me referindo a TARDIS.

- É, realmente linda. Agora precisamos encontrar-lo. - Não foi preciso ele falar mais nada, eu já sabia de quem ele estava falando. Não pensei duas vezes, agarrei a mão dele e corri na direção daquele ponto azul naquela imensidão acinzentada.

...

Começamos a procurar por ele nos locais próximos a TARDIS, mas então algo passou pela minha cabeça, rápido como o Flash, quase impossível de se pegar. Mas eu consegui, era algo bobo mas, talvez, pudesse estar certo.

Me encaminhei até a porta dela e, em seguida, lhe dei um empurrão. Um pequeno rangido soou e a mesma se abriu, o que vi lá dentro me decepcionou.

Aquela não era a minha TARDIS.

Aquele não era o meu Doutor.

No interior daquilo que um dia teve a aparência da minha conhecida máquina do tempo (e espaço), duas figuras se erguiam. Uma ruiva muito bela e um homem de gravata borboleta e cabelos escorridos. Eles nos olharam. Um olhar de reconhecimento, outro de "quem-são-vocês? ".

Ele viu nossas caras de espanto e descrença, e então disse:

- Olá, eu sou o Doutor.

A Busca Pelo DoutorOnde histórias criam vida. Descubra agora