Capítulo 10

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Louis estava sem camisa e descalço e usava apenas uma de suas calças de pijama xadrez. Ele ficou me observando enquanto eu passava pela janela e finalmente entrava em seu quarto.

Seu rosto expressava preocupação, apesar de ele não tentar se aproximar.

- Teve algum problema com seu pai de novo?

Baixei o rosto.

- Na verdade, não. Eu só não queria ir para casa - Foquei o olhar em seus olhos cor de piscina. - Então pensei em você.

Louis assentiu e foi até o armário. Tirou a calça que eu usei na noite anterior e jogou na minha cara. O ato me pegou de surpresa e acabei dando alguns passos para trás e caindo de bunda na cama dele.

O garoto de olhos azuis riu e não pude deixar de rir junto. Sua risada era contagiante, brilhante, mágica...

Mas parou de repente, como se lembrasse de alguma coisa e depois sacudiu a cabeça ligeiramente. Sério, falou:

- É claro que você pode dormir aqui.

Pegou uma camisa que estava pendurada na cadeira da escrivaninha e entrou no banheiro.

Fiquei em choque pela mudança repentina de emoção, mas depois lembrei do que tinha escutado pouco tempo atrás, sobre ele ter medo de se aproximar de mim, de se tornar meu amigo.

Caminhei até a porta do banheiro. O cômodo era pequeno, quase todo branco, mas com desenhos de caneta permanente espalhados aleatoriamente pelos azuleijos. Abri um sorriso ao ver os traços perfeitos de um pai segurando uma menininha nos braço em uma paisagem em preto e branco de tirar o fôlego.

- Você não para de desenhar nem quando está no banheiro? - Fiz cara de surpresa e cruzei os braços.

Louis me olhou pelo espelho e, quando viu minha cara de falso recentido, acabou não aguentando e rindo, jogando pasta de dente no espelho em sua frente.

Não aguentei vê-lo ficar todo vermelho ao tirar a escova dos dentes e lavar a boca, me fazendo ter uma crise de risos.

Ele me lançou um olhar duro, mas ao mesmo tempo brincalhão, como se dissesse se não sair agora, vou fazer você engolir pasta de dente!

Ergui as mãos como se estivesse me rendendo e voltei para o quarto. Arranquei a camisa e tirei a calça e os sapatos, fazendo um monte bagunçado do chão. Vesti a calça dele, vendo como ela ficava pequena e apertada por ele ser mais baixo e usar um número a menos.

Louis voltou, o rosto ainda mais avermelhado que o normal.

- Nunca mais faça isso! - Resmungou, empurrando meu braço levemente.

Empurrei o dele de volta, brincando.

- Você riu, então não coloque a culpa toda em mim.

Ele bufou e foi até a escrivaninha.

Baixou a cabeça e continuou a desenhar, tranquila e silenciosamente. Aproximei devagar, olhando por sobre seu ombro e vendo um desenho de um homem erguendo uma menininha no ar.

- Você tem um dom. - Comentei.

Seu rosto ficou vermelho mais uma vez naquela noite e ele abriu um sorriso brilhante.

- Eu gosto. Se tornou minha fuga.

Franzi o cenho.

- Sua fuga?

Ele ergueu o rosto e focou as bolotas azuis em mim.

- Sim. Todo mundo tem uma forma de fugir dos problemas, dos pesadelos, das dores... - Louis se perdeu em algum pensamento e baixou o rosto novamente. Em um impulso estranho, segurei seu queixo e o fiz olha para mim de novo. Meu coração acelerou só em segurar seu rosto daquela forma, mas não soltei.

Como não te amar? (Larry Stylinson AU)Where stories live. Discover now