Capítulo 21

14.5K 1.3K 1.6K
                                    

1k, muito obrigada =)

POV Louis

UM...

O dois não chegou.

TRAC!

Não tive nem tempo de piscar os olhos antes que o chão se encontrasse contra meus pés. A dor foi quase imediata, subindo pela perna direita, consumindo meu corpo e minha alma. Parecia que eu tinha colocado meu pé no fogo e as labaredas o engoliam lentamente.

Tentei me mexer, mas soltei um grito agudo ao invés disso. Virei o corpo e entendi de onde vinha a dor: meu pé estava virado à noventa graus.

Gemi de dor. Era insuportável sentir aquilo.

A escola continuava a queimar diante de mim e pensei em quantas vezes eu teria sorrido se visse uma cena dessas, afinal sempre odiei aquele lugar e amaria vê-lo destruído, mas agora era diferente.

Harry ainda estava lá dentro.

Ele se sacrificou para que eu saísse.

Eu precisava fazer alguma coisa, mas não conseguia me mexer de tanta dor que sentia na minha maldita perna quebrada. Gemi ao tentar erguer o corpo e acabei caindo de bunda no chão mais uma vez.

Parei de me mexer e respirei fundo, fechando os olhos e tentando ignorar a dor. Ouvi centenas de vozes não muito longe e resmuguei de tão estúpido que era: eu precisava chamar ajuda.

Tentei gritar, mas minha voz não saia de jeito nenhum. Tossi secamente, cuspindo no chão logo depois uma mistura de saliva e sangue.

Sangue?

Passei os dedos pelos lábios, sentindo o corte que corria da parte superior até o queixo. Era um talho não muito profundo, mas sangrava consideravelmente.

Fechei os olhos e respirei fundo mais uma vez para acalmar a tremedeira que possuia meu corpo.

Harry precisa de mim...

E eu preciso dele.

Em um impulso, comecei a me arrastar de lado, agarrando a grama que rodeava a escola com as unhas e apertando com força o lábio machucado para não berrar de dor. Era devagar, torturante, mas finalmente cheguei a um ponto onde podia ver a multidão de alunos, soltando os braços e desabando no chão.

Ergui um braço, totalmente sem força, e o sacudi de um lado para o outro, esperando ser visto por alguém.

A multidão se agitou e pouco tempo depois senti as mãos de Scott em minhas costas, me virando do chão e erguendo meu rosto da grama onde estava apoiado.

Urrei de dor quando uma perna bateu na outra e ele parou totalmente o movimento que fazia, apenas me segurando.

Uma outra voz atrás de mim gemeu, em horror:

- O tornozelo dele!

Virei o rosto, me deparando com os dois garotos que sempre andavam com Sam: um moreno alto e um mais baixinho e o outro loiro e musculoso demais.

O medo corroeu minhas entranhas: e se eles não estivessem ali para ajudar?

Soltei-me das mãos de Scott e tentei me afastar. O garoto arregalou os olhos, como se entendesse o que eu estava pensando e me segurou pelo braço:

- Harry os chamou hoje mais cedo.

A menção de seu nome foi o estopim.

Desabei em um choro abafado e alto, cortando a pouca voz que ainda me restava. Scott me abraçou contra seu peito, como um pai faz quando o filho chora, e deu um carinho nos meus ombros, falando lentamente:

Como não te amar? (Larry Stylinson AU)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora