5 anos depois...

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Bati a porta ao sair, queimando de raiva.

Louis é um ridículo!

Apertei o botão do elevador várias vezes e bati o pé contra o solo seguidas vezes até ouvir a porta do apartamento se destravar e Louis sair por ela, jogando uma mochila no meio do corredor, as bochechas queimando e as pupilas totalmente dilatadas.

Apontou um dedo para mim:

- BOM DIVERTIMENTO, HARRY!

E bateu a porta mais uma vez ao entrar novamente em casa. Aproximei-me da mochila jogada no chão e a chutei, pisei e esmaguei antes de finalmente apanhá-la ao ouvir o CLING do elevador.

Idiota.

Ridículo.

Certinho.

Todas as palavras pareciam descrever bem a pessoa que gritava comigo alguns minutos atrás.

A descida parecia lenta demais, angustiante demais, ainda mais com aquelas músicas sem graça de elevador.

Custa me ouvir, idiota? Custa?

Qual era o grande problema de ir a uma festa com os amigos? O pub que eu estava algumas horas atrás tinha acabado de ser inaugurado e eu, como um dos principais jogadores do time nacional, fui convidado para participar. Bebi e dancei por horas, mas qual era o mal disso?

O local estava lotado e é claro que fotos minhas caíram nos sites de fofoca cinco minutos depois de eu entrar naquele lugar. Dancei e pulei por horas e em algumas fotos publicadas me mostravam beijando uma garota qualquer, quando na verdade eu só tinha falado no ouvido dela porque ninguém escutava nada naquele inferno de música eletrônica.

Saí correndo até o carro, percebendo tarde demais que as chaves estavam em casa, afinal eu tinha ido de carona com o dono do pub depois do treino de futebol da noite anterior.

Rugindo de raiva, soquei a porta do carro uma, duas, três vezes, sentindo a dor subir pela minha mão.

Pisando duro, saí do condomínio com passos rápidos e apressados, meus olhos queimando com as lágrimas que tentei segurar ao máximo.

Puxei o capuz para esconder meu rosto e caminhei pela calçada de forma agitada e resmungona.

Custava me ouvir?

Louis explodiu quando entrei em casa às quatro da manhã, dizendo que eu era um cretino e que não era capaz de avisar que estava indo para uma festa. Ele conhecia minha vida e sabia que eu saia muito, mesmo que muitas das vezes ele me acompanhava nas festa. Ele berrou que ficou sabendo que o namorado estava na "farra" por um site de fofocas porque ele fora incapaz de fazer um telefonema.

Admito, não liguei. O convite foi em cima da hora e pensei em voltar cedo para casa, mas as coisas não aconteceram bem da forma que eu gostaria.

Ergui o rosto, que antes estava observando o movimento rápido dos meus pés, e percebi que estava completamente perdido.

Sentei na calçada vazia e não consegui segurar as lágrimas.

Chorei por tudo que aconteceu naquela noite.

Chorei por todos os sentimentos que se misturavam dentro de mim.

Chorei e chorei.

Ergui o rosto ao perceber que do outro lado da rua era um cinema e um dos filmes afixados era um desenho animado que Louis tinha desenhado quase por completo. O vi trabalhando por meses e meses seguidos para preparar todas as cenas do filme e senti um orgulho enorme quando a data de lançamento foi finalmente anunciada. Aquele era o terceiro filme infantil em que Lou trabalhava.

Como não te amar? (Larry Stylinson AU)Where stories live. Discover now