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ᴇsᴛʜᴇʀ ᴍᴀʀᴛɪɴᴇᴢ

15 anos
MONTEVIDEU, URUGUAI

Estamos reunidos na pracinha tomando sorvete e conversando, é basicamente o que fazemos no final de todo domingo. O mesmo grupinho de sempre.

Eu, Julia, Cecília, Juan, Pablo, Rayssa e infelizmente Jaquin.

Eles estão falando sobre alguém da escola, não estou prestando atenção, minha cabeça está presa no que aconteceu hoje de manhã.

Um cara mais velho, tipo uns quatro anos de diferença, me chamou de gostosa na cara dura, e na frente dos amigos dele.

Eu passei de bicicleta em frente a sua casa e o ouvi gritar. Sabia que não deveria ter ido lá, só tem babacas ricos e mimados.

Se isso acontece com qualquer outra garota que eu conheço elas gostariam e se exibiriam, sempre se gabam de ficar com homens mais velhos, dizem que são os melhores e bla bla bla.

Mas por que eu não me senti assim? Foi um elogio né? Deveria ter gostado e agradecido talvez?

Porra, ele tem vinte e eu dezesseis, não é normal, é?

—Ther, ¿estas escuchando?  (tá ouvindo?) — Julia diz e só percebo porque ela me cutuca.

—¿Que pasó? (O que foi?)— Digo um pouco mais grossa do que pretendia e a vejo me olhar estranho

— ¿Qué tienes hoy? (O que você tem hoje?) — dessa vez é Pablo que pergunta.

—Nada, solo me duele la cabeza. (Nada, só estou com dor de cabeça.) — minto suspirando.

—¿Y estás comiendo helado? Que idea tan estúpida  (E tá tomando sorvete? Que ideia idiota.) — Rayssa se mete e Cecília concorda.

—¿Y cuando ella no tiene ideas estúpidas?  (E quando ela não tem ideias idiotas?)— Piquerez me zoa.

—Déjame en paz. (Me deixem em paz.) — Murmuro baixo, eu até brigaria com eles, mas não tô com cabeça para isso agora. Ao ouvir minha resposta Joaquin franze o cenho, estranhando eu não ter o provocado de volta. — Me voy, te veré mañana en la escuela. (Vou embora, vejo vocês amanhã na escola)

Me levanto e me despeço deles.

—Te llevaré a casa. (Te levo em casa) — Pablo se levanta comigo.

— Yo la llevaré. (Eu vou levar ela) — Joaco se levanta e coloca sua mão no ombro do Pablo, o forçando a sentar novamente.

—Amigo, tranquilo, la dejo en casa. (Cara, relaxa eu deixo ela em casa.) — o garoto tenta levantar novamente mas Joaquin não deixa.

Desde quando ele tem essa força toda?

—Puedo ir solo. (Consigo ir sozinha) — Não quero que Piquerez me leve em casa, mas se Juan me levar meu padrasto vai ver e contar para minha mãe.

O melhor a se fazer é eu ir sozinha.

—¿Has oído, Jo? ella puede ir sola (Ouviu, Jo? Ela pode ir sozinha) — Ouço a voz de Cecília.

—Ya dije que te llevaré. (já disse que vou te levar.) — Diz firme —Mi madre me mataría si te dejara caminar sola a estas horas de la noche. . (Minha mae me mataria se eu te deixasse andar sozinhaestá hora da noite)

Não sei se ele está se justificando para mim ou para Ceci. Nunca entendi o que eles tem, segundo ela, ele ja a beijou, mas não sei se é verdade.

E eu que não vou perguntar.

Saio andando, não adianta discutir, ele vai vir de qualquer jeito.

—¿Qué paso? (O que houve?) — O garoto ao meu lado pergunta de repente.

— An? — o olho confusa.

—Es extraño. Hoy no se quejó de mim hoy. (Ta estranha. Não reclamou de mim hoje.) — Ele tá com um sorrisinho no rosto, como se me provocasse para eu discutir com ele — Y mira, haces esto todo el tiempo. Es insoportable. (E olha que voce faz isso o tempo inteiro. É insuportável.)

—Hoy no tengo ganas de discutir con gente estúpida. (Não to afim de discutir com gente burra hoje.) — Começo a entrar na pilha.

Já consigo ver minha casa e meu padrasto tá parado no portão olhando para ca, merda.

Começo a andar mais rápido e quando chego Carlo não perde tempo em brigar comigo.

—¿Sabes que hora es? Tu madre está preocupada y tú estás holgazaneando. (Sabe que horas são? Sua mãe preocupada e você fica por ai vadiando.) — Aponta o dedo para mim.

—Lo siento, señor. Fui yo quien insistió en que se quedara. (Desculpa, senhor. Foi eu quem insisti para ela ficar.)

O que esse idiota tá fazendo?

—No te metas, Piquerez. (Não se mete, Piquerez) — Não preciso que ele me defenda, é humilhante.

—Y encima es una ingrata. (E ainda por cima é ingrata.) — O homem mais velho diz — El chico te hizo un favor, quiero ver si te había dejado ahí. Bien merecido. (O garoto te fez um favor, quero ver se tivesse te deixado por ai. Bem que merecia)

Ele olha para o menino atrás de mim.

—Deberías estar agradecido. Vamos, di gracias (Deveria agradecer. Vamos, diga obrigado) — Ele continua — O mejor aún, disculpate por las molestias. (Ou melhor, peça desculpas pelo incômodo.)

—Vino porque quiso, no le pedí a nadie que me trajera. (Ele veio porque quis, não pedi para ninguem me trazer.) — ao dizer isso sinto meu padrasto me virar bruscamente para ficar de frente pra Piquerez.

—Discúlpate ahora, Esther. (Peça desculpas agora, Esther.) — Sei que se não fizer isso vai ser pior depois.

—Desculpa. — digo baixo sentindo minhas bochechas queimarem.

—En español, aquí nadie habla tu idioma. (Em espanhol, ninguem aqui fala sua língua.) — Os olhos de Joaquin encaram bem no fundo dos meus, tenho certeza que está adorando isso e assim que for embora vai contar a todos.

—Perdón. — meus olhos marejarem, mas eu não choro, apenas abaixo a cabeça.

—Muy bien, ahora entra. (Muito bem, agora entra) — Carlo me puxa pelo braço para entrar em casa.

Obedeço, não há o que fazer.

Obedeço, não há o que fazer

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OIEE

Feliz ano novoooo!!

Batam a meta para eu soltar o próximo, porfavor.
(Perdão por qualquer erro)

𝗕𝗜𝗥𝗧𝗛𝗗𝗔𝗬 - Joaquín Piquerez Onde as histórias ganham vida. Descobre agora