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ᴇsᴛʜᴇʀ ᴍᴀʀᴛɪɴᴇᴢ
25 anos | 08 de fevereiro de 2024
SÃO PAULO, BRASIL.

Minha visão ta meio embaçada e minhas mãos tremem um pouco, sem contar que dói, já que minhas unhas estão sendo cravadas na palma de minhas mãos. Todo esse barulho e pessoas me deixam nervosa, não sei porquê. Me esforço ao máximo, nem olho para ninguém, apenas sigo Julia e fico aliviada quando entramos no camarote e posso me sentar.

Respiro fundo enquanto sinto a tontura passar um pouco. O hino brasileiro já ecoa pelo estádio e assim que ele acaba cada jogador assume sua posição e o juiz apita.

 Em treze minutos de jogo, eu já nem estou tão mal mais, me levantei várias vezes por sustos que o Plameiras me deu, até que finalmente, aos trinta e seis minutos, o Flaco abre o placar. Se antes estava barulho, agora nem se compara. Porém, dessa vez não fico incomodada, mas feliz e me sinto bem, já nem lembrava como era assistir a um jogo que não fosse pela televisão. E é maravilhoso.

A última vez que vi um jogo diretamente do estádio, eu tinha apenas oito anos, mais ou menos um ano antes de mim e minha mãe nos mudarmos para o Uruguai. Eu assisti com o meu pai, me lembro que ele me comprou uma pipoca e deixou eu falar todos os palavrões que eu quisesse, desde que mamãe não ficasse sabendo.

Já passou dos oitenta minutos e não está tão movimentado, não ao ponto de me entreter e impedir que meus olhos busquem por ele no campo. Se já o acho atraente normalmente, imagina com o uniforme do meu time... Involuntariamente, solto um suspiro, que chama a atenção de minha amiga ao meu lado.

— Você falou com ele? — Ela questiona.

Penso se devo contar para ela sobre a madrugada. O problema é que para falar sobre eu preciso ficar lembrando e a última coisa que quero é pensar nisso. Acabo ficando em silêncio por muito tempo, então Julia tira suas próprias conclusões. 

Posso ver a sombra de um sorriso aparecer em seu rosto e ela balança a mão, indicando para eu prosseguir e falar o que aconteceu.

Droga. 

Assim que abro minha boca para dizer, o lado palmeirense do estádio explode em gritos.

O gol do Rony aos oitenta e cinco minutos me salva.

Enquanto a mulher ao meu lado fica de pé para ver melhor e comemorar, eu saio rapidamente e praticamente corro até o banheiro mais próximo.

 Não quero lembrar dele. Não quero falar sobre ele. Não quero olhar para ele. Não quero nem falar com ele. Quero esquecer ele, ou melhor, preciso esquecer ele.

Minhas mãos no mármore gelado da pia entram em contato com a água e ardem pelos machucados ali.

Não tenho nada sobre meu controle, e odeio isso. 

𝗕𝗜𝗥𝗧𝗛𝗗𝗔𝗬 - Joaquín Piquerez On viuen les histories. Descobreix ara