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Tradição

Elena

        — Então, eu já tenho o meu vestido. Agora tenho que fazer uma tradição da família White que acho que Olive acabou de inventar. — falo com Veronica, enquanto comemos tiramisú na sua cozinha.
       — Talvez seja verdade. Você acha que quando eu casar com Dorian também terei que seguir muitas tradições japonesas? — pergunta séria demais, e isso chega a ser preocupante.
       — Amiga, você tem usado substâncias ilícitas? 
       — Eu tenho esperança que vou casar ou pelo menos namorar com Dorian algum dia.
      Melhor nem dizer que ela não passaria de beijos.
       — Adiante, eu demiti a Harper que tentou seduzir o meu marido e agora tenho que terminar sozinha. Não é muita coisa, mas era suposto ela trabalhar para mim até o dia D.
       — Não se preocupe. Não falta muita coisa, apenas os ensaios. Está tudo bem.
       — Tem razão. Tenho que ver se está tudo em ordem.
       — E desse jeito também não corre o risco dela arruinar o seu casamento.
       — Christopher fez tanta idiotice, tenho a certeza que não ia querer me perder de novo. Ele não é assim, não é como o pai dele. Confio nele.
       — Você acha que o Dorian é?
       — Veronica, se até agora você não sabia que Dorian é mulherengo, desisto de você. — Como mais um pouco do tiramisú.
       — As pessoas podem mudar. — Dá de ombros.
       — Foco! Chega de falar do seu amor platônico.
       — Platônico? Sei que vocês não acreditam em mim, mas vou provar que vou conseguir ficar com o Dorian e deixar ele tão apaixonado que vai fazer o que eu quiser.
       — Não é que eu não acredite. É que ele vai te machucar. Ainda dá tempo de desistir dessa loucura.
       — Vamos parar com essa conversa. Eu não vou desistir. — Ela diz. — Quero que chegue o seu casamento o quanto antes.
       — Eu também. E ainda não sei como dizer para Alaia que o Justin estará lá.
       — Por quê?
       — Justin é muito amigo do Mark e ultimamente tem passado muito tempo com os meninos, Christopher o convidou.
       Veronica olha para mim. — Alaia vai faltar no seu casamento se souber.
       — Claro que não. Ela sabe que é muito importante que esteja presente, não faria isso por causa de um ex-namorado.
       — Então melhor ela saber e não ser surpreendida.
        — Verdade.
        Tenho a certeza que Alaia vai poder lidar com isso, já passou muito tempo desde que terminou com Justin.
        Fico mais um tempo com Veronica, depois vou com Charles para a casa da minha mãe receber ajuda para os toques finais de casamento e também contar sobre a visita de Olive.

Christopher

      Dorian: Fui rejeitado pela suposta mulher atraente.
      Eu: Harper?
      Dorian: Sim. Ninguém me rejeita. Ela vai ficar louca por mim.
       Mark: Não é mais fácil desistir se ela não quer? Se calhar não gosta de homens mais velhos.
       Dorian: Não sou assim tão velho. E gosto de desafios.
       Eu: Boa sorte, espero que consiga.
       Mark: Talvez ela queira algo sério e percebeu que você é mulherengo.
       Dorian: É o que vou descobrir.

       Elena vem deitar ao meu lado com a sua camisola branca de renda sexy. Abraço o seu corpo e sinto o seu cheiro, porque já não consigo viver sem. Distribuo beijos por sua pele escura e macia, pelo seu pescoço e seu ombro, depois seus peitos até chegar na sua boca.
       — Você parece exausta. — Aconchego-me em seu pescoço.
       — Um pouco. Eu tenho chá de panela amanhã na casa da sua mãe. E logo a noite tenho que fazer um jantar para ela.
       — Sim. Lembro que Evangeline também teve que fazer isso.
       — Você vai estar nesse jantar? Eu não gosto de ficar sozinha com a sua família.
       — Não estarei, infelizmente. Estarei com o meu pai e meu irmão. Também uma tradição da nossa família.
       — Você acredita nessas coisas?
       — Não. Mas temos que fazer. Meu pai sempre disse que é coisa de família.
       — Está bem. — Suas mãos se perdem em meus cabelos.
       — Já comprou o presente da minha mãe?
       — Não. Não sei do que ela gosta.
       — Jóias, roupas, perfumes, tudo relacionado a beleza ela vai amar.
       — Vou tentar esquecer que ela foi cruel comigo todos esses anos. — Ela continua com o carinho na minha cabeça.
       — Amor, dê uma chance para ela. Eu quero que vocês gostem uma da outra. As duas mulheres mais importantes da minha vida não podem se odiar.
       — Eu posso tentar, mas não sei se ela será capaz. — Toca o meu rosto agora.
       — Ela não é tão ruim assim. Dê um tempo a ela.
       — Está bem.
       Fico por cima da minha esposa e devoro seus lábios, dando um beijo de boa noite bem gostoso. Agora é desse jeito que durmo. Com um beijo, com o cheiro dela e com o toque dela. Já não tenho solução e não me importo.