O Segredo das Sombras - ALEC LIGTHWOOD ⓵

Capítulo 43

Dicen que estoy obsesionada con las almas,
pero sólo estoy apegada a las que me pertenecen.
- Yo.

- Eu sinto muito. - Michael dizia para Jace.
- Pelo o que ? - o garoto questionou ainda fraco pelo veneno.
- Pelo o que viu, pelo o que sentiu , pelo o que achou que Valentine tivesse feito comigo.. - Eva não entendia o por que o pai era com ela de uma forma e com Jace de outro. No entanto, ela compreendia que era para afastá-los, mas não entendia o motivo. Por que um pai tentava afastar os filhos. Mas Eva sabia que por mais que o pai se esforçasse, ele nunca tinha conseguido sucesso nisso. - Mudou a sua vida, a sua e a da sua irmã. Não era para ter sido desse jeito. - Michael olhava para Jace.
- Estou errado por querer matá-lo? - pergunta Jace.
- Muitos tentaram.
- Eu vou conseguir. Eu juro.

Eva podia perceber o ódio na voz do irmão. Até dias antes ela nutria o ódio por Valentine por matar seu pai, não o pai que ela odiava, mas o que ela construiu em sua cabeça. Era esse pai que ela defendia, que ela jurou vingança. Essa foi a forma dela se perdoar por odiar o pai, odiar por maltrata-la, odiar por todas as vezes que ela odiava ser ela, odiar por ele fazer ela odiar Jace muitas vezes, odiar pelas memórias que ela não tinha, odiar cada celular de seu corpo. Ela estava presa entre o ódio e o afeto que ela nutria pelo pseudo-pai.

- Você mandou chamar Magnus, não precisa de sangue para mim se vai me curar. - Jace diz pra irmã, enquanto ela ignorava os olhares do pai.
- Não é para você. É para mim. - Eva respondeu. - Tem coisas que você não sabe sobre os poderes. - ela desviou o olhar para o pai.
- Eva... - o pai a chamou, mas ela ignorou.
- Nosso amigo aqui - ela apontou para o pai. - não quis que eu contasse porque me garantiu que ninguém entenderia, que iriam me tratar como uma criatura demoníaca, mas estou no limite aqui Jace. Estou mentindo há muito tempo, estou carregando tantos segredos que eles estão me consumindo. E o fato de não entender a metade da minha vida só piora. Estamos mergulhados em tantas mentiras que talvez não possamos voltar para a superfície, mas estou disposta a flutuar. - Eva estava pronta, pronta para falar tudo ao irmão. Jace a encarava com lágrimas nos olhos, ele sabia que a irmã sentia tudo ao seu redor, mas não ao ponto de estar sofrendo. Ele afagou a mão da irmã. Jace estava começando a pensar que o pai não era o que ele imaginava.
- Eva, isso está indo longe demais. - o pai advertiu, mas ela a ignorou.
- Não a interrompa . - Jace lançou para o pai.
- Quando curei você quando crianças, você desmaiou logo em seguida. Não viu o que aconteceu depois, eu fiquei fraca, muito fraca. Meu olhos ficaram negros e com olheiras profundas, minhas mãos começaram a tremer. Eu estava tendo convulsões. Michael por alguma razão que eu não lembro - disse olhando para o pai - me obrigou a beber um líquido vermelho, só depois que terminei de beber me dei conta de que era sangue.
-Porque estou começando a achar que você sabe mais do que fala? - Jace acusa o pai.
- Eu sabia que você estava me escondendo algumas coisas, mas não nesse nível. Isso muda tudo. - Magnus estava no canto do restaurante ouvindo tudo chocado depois mais para dar um passa a frente.
- Magnus.. - Eva o olhou. - obrigado por ter vindo. - agradece.
- Precisava de mim, estou aqui.
- Prometo explicar tudo a você, mas preciso que me mantenha contida por alguns minutos até Clary e Simon chegar. - Luke entrou no restaurante avisando que não tinha mais nenhum lobo no local, para que uma guerra não começasse quando Raphael chegasse.
- Raphel sabe?- Jace pergunta com dificuldade.
- Sabe. Precisei da ajuda dele para pesquisar sobre uma shadowhunters que precisa de sangue quando sua magia cura feridas mortais. - ela responde ao irmão. - Jace, não sei se vai doer, mas preciso curar você agora, não sei se seu corpo vai aguentar ficar lutando contra o veneno por tanto tempo assim.
- Magnus pode recarregar? - Eva pede brincando.
- Você precisa encontrar uma maneira de se controlar, não vou ser sua bateria para sempre. - o feiticeiro rir e faz o que a caçadora pediu.