Capítulo 49

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"Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma."
- Pablo Neruda.






















- Jace? Magnus! - Eva gritava.
- Eva? - A loira escutou Clary pronunciar seu nome.
- Onde está os outros? - Eva correu até Clary.
- Eu não sei. - Clary olhava desesperadamente ao redor a procura de algum vestígio.
- Clary, olha só. - Eva indica uma casa há alguns metros.
- Ragnor Fell. - Clary sussurra.

Eva sem ao menos esperar por Clary, começa a correr em direção ao casarão. Ao chegar notou que havia algo estranho. A porta da casa estava aberta. A caçadora agarrou uma lâmina Serafim e na outra mão uma adaga.
- Ragnor? - grita. Eva sente Clary se aproximar. - Clary, pegue sua lâmina, fique atenta e atrás de mim. Cuidado. - Eva ordena para a ruiva que assente. - Sr. Fell? - ela entra na casa e de primeira vê uma quadro enorme, que ela reconhece o feiticeiro. Impossível não reconhecer com um quadro daquele tamanho. - Ragnor, só preciso encontrar meu amigos. - Eva ainda encarava o quadro quando Clary passou por ela, checando todo o local. Ela viu o exato momento em que a pintura piscou.
- Você viu aquilo? - ela procurou Clary, precisava ter certeza de que não estava ficando louca. E foi como se uma porta abrisse em sua cabeça. O cálice. - Ótima tentativa, Sr. Fell. - Eva guardou as armas e puxou o Fell do quadro, o mesmo caiu no chão fazendo um barulho que Clary veio correndo.
- Estava esperando você, Clary Fairchild.
- Você conhece minha mãe? - Clary pergunta. - Foi você que fez a poção?
- Sim, a pedido dela. - confirma. - E você? Como consegui me detectar? - o feiticeiro olha para Eva.
- Seus olhos. - responde. E o feiticeiro rir.
- Só uma filha de Jocelyn conseguiria me identificar.- o feiticeiro rir mais uma vez.
- Não sou filha dela. - Eva nega, mas se arrepende. Ela não sabe nem de quem é filha.
- Como se chama? - Ragnor pergunta. E Eva cora. Ela também não sabia.
- Me chamo Eva. - respondeu finalmente.
- E? - ele parecia mais insistente.
- Olha aqui, quero saber onde estão nossos amigos. - Clary fala.
- O quanto isso vale para você, Fairchild? - ele pergunto e um sorriso apareceu em sua boca. E ele também olhava pra Eva assim que podia.
- Se acordar minha mãe e trazer meus amigos..
- Clary, cuidado.
- Eu te dou qualquer coisa.
- Era exatamente isso que eu queria ouvir. - Ragnor gargalha e estala os dedos. Jace e Magnus caem sentados.
- Fracamente, Ragnor! Era mesmo necessário isso? - Magnus estava furioso.
- Mas é claro, ela disse que me daria qualquer coisa.
Magnus e Ragnor entraram em uma discussão quando Clary já cansada daquilo tudo interviu.
- Você pode acordar minha mãe?
- Não sem o livro branco.
- O que é o "o livro branco" - Jace faz aspa com os dedos.
- O livro antigo dos feiticeiros que contém os encantamentos mais poderosos do que alguém poderia imaginar. - Magnus explica.
- O livro estava em minha posse na época em que sua mãe me procurou. Então pude desenvolver a poção, mas agora não o tenho mais. - enquanto Ragnor falava, Magnus analisava o local atraindo os olhares questionadores de Jace. - Pedi para sua mãe esconder o livro para Valentine nunca encontrá-lo.
- Você precisa trazê-la de volta! Tem alguma maneira de achar o livro? - Clary perguntava desesperada.
- Possivelmente, tenho algo que possa nos ajudar. - ele fala saindo. - me esperem aí, não demoro nada. - sai correndo.
- O que fazemos se ele não achar o livro?
- Pensamos nisso quando a hora chegar. - jace diz sem ao menos olhar a garota.
- Um pouco monótono, não?

Magnus dá um sorriso que logo some com um grito de Ragnor. O rosto de Magnus agora assumia espanto. Da sacada que tinha encima da alcova da biblioteca, o feiticeiro cai ferido.

-Ragnor! - Magnus grita. Clary fica parada em seu lugar, enquanto Jace e Eva corre para ajudar Magnus.
- A..Criatura..me..pegou.. - Magnus inicia o feitiço para tirar a dor do amigo.
- Como um demônio entrou pelas alas de proteção? - clary pergunta se aproximando de jace.
- Ele seguiu a gente, acho que passou quando o muro de fogo reiniciou. -Eva responde, e Jace levanta pra verificar a casa, ele é seguido por Clary. Deixando apenas Magnus e Eva com Ragnor.
- Por favor, fique parado, meu velho amigo. Seus ferimentos são profundos. - Magnus começava a chorar. Naquela hora já tinha se esquecido o real motivo de procurar Ragnor, a única coisa que queria era ajudá-lo. - você pode ajudar? - olhando para Eva.
- Deixe-me.. - Eva diz ficando o lugar de Magnus.
- Não! - Ragnor segurando a mão de Eva a impedindo.
-Ragnor, você está morrendo. Meus poderes não são o suficiente. - Magnus parecendo relutando a deixar o amigo tomar decisões.
- Você cura as pessoas.. mas não sabe o que está fazendo. -  diz ele com a voz mais sonolenta.
-Você sabe de mim? - Eva perguntou espantada.
- Participei da sua criação. - ele diz a olhando. - Você esta com ela. Fico feliz que ela esteja com você e não com ele. - Ragnor reuniu o resto de voz que tinha para falar sem gemer de dor. E olhando para Magnus que assentiu as suas palavras, palavras essas que Eva não entendeu, mas o feiticeiro sim. E por ter entendido, Magnus não poderia expressar qualquer reação, pois o denunciaria. -Imaginei que aquele lunático tinha conseguido. Me desculpe, Magnus. Se eu soubesse para o que ele criaria, não teria ajudado. Me.. descul...
- Para o que ele criou? - perguntou Magnus.
- Pensei em procurar a clave, alerta-los, mas fiquei com medo de não acreditarem e pensar que eu estava tentando criar uma rebelião. Eu.. eu não queria trazer problemas para os feiticeiros. Quando Jocelyn me pediu ajuda, imaginei que ele teria conseguido e que os caçadores sofreriam com a criação dos.. - Ragnor parou de falar, pois já não respirava mais.
-Ragnor? Não .. não.. - Magnus sacudía o corpo no amigo violentamente. Nesta mesma hora, jace e clary tinha voltado para a biblioteca.
- Por séculos, esse homem me conheceu melhor do que ninguém. - uma lágrima solitária e raivosa caía do olho de Magnus.
- Eu sinto muito. - Eva segurava a mão de Magnus com força.
-Magnus, eu lamento, mas temos que ir agora. - jace fala para o feiticeiro. Enquanto Eva apenas fitava os olhos de Magnus.
- Não podemos ir agora. Temos que encontrar o que Ragnor disse que ajudaria a achar o livro branco. - Clary diz incisiva.
- Você não entende? É perigoso! O demônio nos encontrou, pode ter mais a caminho. Nossas vidas são mais importantes que sua mãe dorminhoca.
- Nossa mãe! - Clary exclamou, ela tinha se segurado o dia inteiro. Jace fazia questão de enfatizar que Eva era a irmã e não ela, e que ela não era nada. Agora, ela não era nada para ele. Aquilo a estava consumindo. - Jace, temos que tentar. - Clary já estava chorando.
- Não temos tempo para vasculhar todas essas coisas. - jace aponta ao seu redor. Os dois ouvem um estalar de dedos e um portal roxo aparece.
- Voltem para o instituto. Vou transportar tudo para a minha casa e encontrar o que precisamos. Agora me deixem cuidar do meu amigo. - Magnus olha dos dois caçadores que não demonstravam nem um pouco de respeito pela sua dor.
- Eu vou ficar com você. - declarou Eva.
- Não. Você precisa ir, pode ser perigoso para você. Vá com eles, me encontro com você mais tarde. - Eva não falou mais nada, o feiticeiro percebeu que ela concordou.

- Você vai na despedida de solteiro de Alec, não vai?- Izzy pergunta assim que ver Jace e Clary saindo do portal

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- Você vai na despedida de solteiro de Alec, não vai?- Izzy pergunta assim que ver Jace e Clary saindo do portal.
- Não. Ele não me quer lá e eu estou ocupado. - Jace responde sem ao menos parar para cumprimentar a irmã.
- Vocês ainda não se acertaram? - ela pergunta o seguindo e passando de Clary.
- Não temos nada para resolver Isabelle. Embora, podemos conversar. - ele diz arqueando a sobrancelha e pendendo a cabeça para o lado.
- Ele é seu parabatai e seu irmão, para piorar.
- Tem coisas mais importantes acontecendo, izzy, mais importante que uma despedida de solteiro.

Iz sabia que aquela conversa não magoaria Eva. Pois, ela sabia que a irmã dividia as coisas, que a relação dela com Alec não tinha nada haver com jace. E apesar do arqueiro ter feito a escolha, Eva já tinha aceitado a decisão.

- Venham comigo! - jace lidera as garotas para um lugar seguro onde eles pudessem falar. - Temos um traidor no Instituto.
- O que ? Como sabe? - Izzy parecia em alerta.
- Houve um ataque na residência de Ragnor. Não pode ter sido coincidência. - jace responde.
- Acha que pode ser alguém daqui? Que entregou Valentine para você ? - Izzy se manteve incrédula.
- Não tem outra explicação. - os olhares foram para Clary.
- Ninguém aqui nos trairia assim. - Izzy disse.
- Não seja ingênua. Não criei você assim. - Jace rir de Isabelle.
-Somos uma família. Não nos trairia! - Isabelle defende sua opinião.
- Pode até ser, mas a chegada de Lydia trouxe caçadores que nunca vimos. Precisamos descobrir quem faria isso e qual a motivação para trair a clave.- Eva diz decisiva.

O Segredo das Sombras - ALEC LIGTHWOOD ⓵ Where stories live. Discover now