Capítulo 26

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—...você é um mentiroso! Um sem-vergonha fura olho e roubou minha mulher!

Carmo estava sentado e observava a cena a sua frente. Tombou suavemente a cabeça e com o dedo indicador coçou sua sobrancelha enquanto os homens a sua frente eram separados e já havia perdido as contas de quantas vezes isso acontecera e por isso nem gritava mais. Balançou a cabeça, aceitou a bebida que havia pedido, enquanto pegava o pequeno copo de cristal da bandeja que uma garçonete lhe estendia, algo chamou sua atenção.

Três mulheres saiam do banheiro, uma era carregada pelas outras duas, semicerrou os olhos pois os cabelos da jovem pareciam com os de Duda. Avistou a roupa totalmente inadequada para o ambiente. Era quase como uma jovem freira, saia grande demais, camiseta totalmente fechada. Não era incomum jovens que viviam daquela forma virem a boate.

— Don?

Voltou os olhos para os homens a sua frente, mas ainda assim aquela jovem lhe intrigava de alguma forma.

— Deixe-me ver se eu entendi direito. Você... — apontou na direção do marido que estava com o corpo rígido e com ambas as mãos fechadas ao lado do corpo. — Pediu para que sua esposa dormisse com ele. — No lado oposto estava um jovem com o rosto machucado por conta dos socos trocados. — E mesmo depois de ter conseguido realizar sua fantasia, sua esposa não parou de encontrá-lo, é isso!?

O marido traído acenou fortemente com a cabeça, Carmo semicerrou os olhos no momento que sua mente projetou pedindo algo tão sem sentindo como aquele fetiche para sua amada. Não gostava que nem mesmo que seus seguranças olhassem para sua Duda, tinha até mesmo ciúmes de ve-la abraçando Joseph que era o pai biológico quem dirá pedir para outro fazer aquilo que mais amava fazer com ela.

— Ótimo, serei direto. Você, Jeronimo quem começou toda essa merda. Pois sabia que no momento que pedisse para sua esposa algo tão...deplorável como transar com outros homens, ela como outro ser humano poderia gostar e sim, poderia meter um pé em sua bunda gorda.

— Se-senhor.

— Não me venha com senhor. Se queria algo assim, tivesse o mínimo de consciência e um pouco de tato e o principal, soubesse foder sua mulher para que no momento depois de acabar de ser fodida por outro, ainda quisesse seu pau dentro dela.

— Agora você — apontou para o outro homem que permanecia de cabeça baixa. — Realmente quer perder sua vida por uma mulher que pode fazer o mesmo contigo?

O homem ergueu a cabeça e lhe encarou, Carmo viu o supercílio cortado e escorria um pouco de sangue por conta do soco. Ficou surpreso ao ver o olhar duro e insistente. Apenas acenou com a cabeça, enquanto tomava sua decisão avistou seus irmãos se aproximarem e lhe encararem. Desceu os olhos para as mãos de Matteo e ali estava o vestido que Duda usava naquela noite. Deu passos rápidos e agarrou o tecido.

— O que houve!?

— Um dos seguranças achou estranho a demora de Duda e entrou no banheiro pois pensou que ela pudesse precisar de socorro. O banheiro estava vazio, abriu todas as cabines e em um deles avistou a ponta do tecido saindo de dentro da lixeira.

Carmo sentiu seu mundo parar de forma brusca, deu alguns passos para trás enquanto tentava acalmar seu coração que batia de modo desesperado e isso acabou lhe causando um pouco de falta de ar. Por alguns segundos, voltou a ter doze anos e sentiu medo. O mesmo medo que sentiu ao presenciar a morte de seu pai tomava conta de seu corpo e seu coração e mente gritavam apenas uma única palavra: Duda.

Sua mente projetava inúmeros cenários nada agradáveis. Sua vista começava a ficar turva e conseguiu dizer:

— Eu vou matar aquele desgraçado. — Vociferou.

Nascida Para VocêWhere stories live. Discover now