Capítulo 40 - Vamos fazer isso (R18+)

1 1 0
                                    

O doutor Zirong me operou no dia seguinte, levando um shichen para terminar o trabalho. Wo Dan lhe ofereceu o sonífero que ele usou em mim na primeira vez e o médico quase teve um colapso. Ele perguntou se Wo Dan estava tentando me matar, o que era algo que eu me perguntei no passado.

Agora via que era mais por descuido do que por maldade. Wo Dan não era médico, então para ele qualquer droga que colocasse alguém para dormir serviria se fosse esse seu intuito. Ele não era o tipo de pessoa que usaria veneno para eliminar um inimigo.

Acordei apenas depois de se passar um shi, bastante tonto. O doutor Zirong me deu várias pílulas para dor e meu corpo inteiro estava dormente. Wo Dan veio averiguar meu estado, ele sorria e fazia piadas, porém seus olhos escondiam uma certa apreensão. Será que eu parecia tão mal assim?

Segundo o doutor Zirong a operação transcorreu bem, agora seria esperar a dor esmaecer para que eu pudesse voltar a  usar o braço. Ele iria me recomendar alguns exercícios para que eu pudesse aos poucos recobrar as forças e a mobilidade. Por enquanto eu teria que me contar com alguma ajuda para fazer tarefas básicas, embora meu braço esquerdo não fosse um membro completamente inútil.

Iria usá-lo para tentar comer o congee que me foi trazido a tarde, mas Wo Dan tomou a colher da minha mãe.
"Você terá muito tempo para treinar seu braço. Agora você deve se ocupar apenas em repousar."

Devo estar à beira da morte, por que este homem que no início foi duro estava tão amável? Não deve ter sido só porque venceu em sermos amantes, pois até agora tudo que ele obteve foi alguns beijos. Isso com certeza era insuficiente para apetecer um homem como o juiz Wo.

De qualquer forma eu pus na cabeça que queria ter uma relação amigável neste tempo em que precisaria do apoio dele, evitar discussões era primordial para um bom convívio. Só espero que ele não use o congee para um jogo de perguntas e respostas como fez com o anterior. Porque eu perdi muito sangue antes e depois da operação, portanto estava me sentindo muito fraco e comer aliviava esta sensação.

Dessa vez Wo Dan comportou-se muito bem, sem brincadeiras. Minha aparência deve estar deplorável mesmo, foi o que pensei. Depois de comer, ele me deixou dormir um pouco mais. Eu fui realocado para o quarto de Wo Dan, ele não permitiu que eu voltasse para o meu antigo quarto.

Segundo ele, este quarto era mais espaçoso em tudo e seria mais adequada para eu me tratar. Porém, quando perguntei aonde ele dormiria, ele respondeu com naturalidade Aqui mesmo, por quê? Ele queria que eu tivesse espaço, mas pelo visto a cama era grande o suficiente para nós dois. Acredito que há outras razões para eu ter ficado em seu quarto...

Não protestei. Esta era a casa dele, o quarto dele, a cama dele. Eu só estava de passagem. Atentei-me em não me apegar a nada, tratando tudo isso como algo comum. Já o juiz Wo parecia bem à vontade em seu papel de amante atencioso. Estes primeiros dias de recuperação foram bem difíceis para mim. Eu sentia muita dor e quase não conseguia mexer o braço. E por esta razão, precisei de muita ajuda.

Onde Wo Dan entra nisso? Ele insistiu em me alimentar sempre que podia, mesmo eu tentando me esforçar para usar a mão esquerda. Dormíamos junto e apesar de eu tentar manter distância, havia aquele meu mau hábito de querer dormir abraçado a algo. Quando acordava, Wo Dan já havia praticamente se colado a mim e eu o abraçava com o braço bom, procurando o objeto mais próximo de mim.

Nas primeiras vezes, me esforcei para evitar isso, mas depois acabei deixando de lado. Simplesmente não adiantava, eu dormiria abraçado até a um tronco de árvore e pelo menos Wo Dan era quente. As noites em Jiang eram muito frias e a neve já havia começado a cair. O frio fazia o osso quebrado doer mais, mesmo depois de uma semana após a operação.

O Protagonista é um Bastardo!Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora