MELHORES AMIZADEZ | 06

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Quatro meses até o assalto
Aurora | Paris

Ontem foi extremamente caótico. E como consequência, hoje eu acordei cedo, porquê teríamos mais aula.

O que dizer sobre ontem? Ficar com Denver foi meio que uma loucura.. Afinal, não poderíamos ficar. Era uma regra do Professor.

Mas que se foda, quem liga para as regras do Professor?

Quando eu tinha acabado de almoçar, e estava sentada na sala, Tóquio se senta ao meu lado.

— Oi, meu amor. — Eu falo com Tóquio.

— Oi, vida. — Ela me responde se apoiando no sofá. — Você tá melhor? Você tá meio distante desde o ocorrido com Nairóbi. — Ela fala enquanto se vira para me olhar.

— Estou.. É um assunto muito pessoal, eu fiquei bem chateada, mas, já passou. — Eu falo olhando para frente.

— Então você me desculpa? — Nairóbi que tinha brotado do nada, fala.

— Sim.. Desculpo. — Eu falo dando um leve sorriso.

— Que bom, Paris. Não queria ter invadido a sua privacidade. — Ela fala se sentando ao meu lado e de Tóquio.

Eu acabo sendo extremamente fria e até um pouco fechada demais quando as pessoas tocam em assuntos do meu passado. Tenho medo de que possam me julgar.

Eu tenho que avançar essa fase.. Não posso descontar nos outros as minhas frustrações.

— Meninas.. Posso falar uma coisa com vocês? — Eu pergunto enquanto me levanto.

— Pode! — Nairóbi fala e Tóquio concorda.

— Vem cá. — Eu falo e elas me segue até o meu quarto.

— Nai.. Eu fiquei tão puta com você.. Porquê o que você viu, era mesmo uma marca de cesária. Eu tive um filho. — Eu falo e sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— Ah meu Deus, eu sinto muito Paris! — Nairóbi diz enquanto me abraça. — Me desculpa, por favor. — Ela diz enquanto me abraça firme.

— É claro que eu te desculpo.. Você não tem culpa alguma. — Eu falo enquanto me ajeito na cama.

— E.. O que aconteceu com o seu filho? — Tóquio pergunta.

— Ele morreu no parto.. O pai dele era um amigo meu de escola, que se tornou namorado. Ele me traia, e eu perdoava.. Eu fiz uma tatuagem com o nome dele. — Eu mostro a tatuagem. — Meus pais me expulsaram de casa, tanto por conta da gravidez, quanto por conta dele. Ele que me incentivou a fumar.

— Eu sinto muito de verdade! — Tóquio fala. — Você é uma mulher foda. — Ela diz.

— Eu também tenho um filho.. Ele está com pais adotivos. — Nairóbi revela nos deixando completamente em choque. — Pegaram ele de mim.. Eu sai para vender drogas. — Ela fala e começa a chorar. E eu a abraço o mais forte possível. — Eu fui uma puta irresponsável. —

— Não. Ei, ei! Você não sabia o que estava fazendo. — Eu falo e continuo no abraço com ela.

— Você é muito foda, Nai. Vai dar tudo certo, pode apostar. — Tóquio fala com os olhos cheio de lágrimas.

Eu nunca esperei que fosse fazer as melhores amizades em um assalto..

— O amor da minha vida, meu namorado, morreu em um assalto, por minha culpa.— Tóquio fala e agora Nairóbi e eu abraçamos ela.

— Sentimos muito, Tóquio. — Nairóbi fala e eu concordo.

— Quem diria.. As melhores amizades, feitas em um assalto. — Eu falo sorrindo e todas nós nos abraçamos.

Elas são as amigas que eu nunca tive. Todas nós passamos por cada coisa para chegarmos aonde estamos hoje..

Depois desse pequeno momento de revelações, nós fomos até a sala, bater um papo com as demais pessoas que estavam no assalto.

— Vocês tem algum animal de estimação? Ou já tiveram? — Eu pergunto tentando iniciar uma conversa.

— Eu tenho o Denver, serve? — Moscou brinca e o filho olha com uma cara tipo "ih".

— Esse aí é um animal por completo, com todo respeito. — Eu falo rindo da cara de Denver.

— Você é uma mimada, extremamente chata. — Denver fala me provocando.

— Eu que sou extremamente chata? — Eu pergunto me virando para ele.

— Já vai começar esses dois? — Professor fala enquanto se senta.

— Tá certo, tá certo. — Eu falo e levanto as mãos em sinal de rendição.

— Berlim. — Tóquio chama o mais velho que estava sentado. Ele olha para ela. — Linda a tatuagem.

— Que tatuagem? — Ele pergunta.

— Essa de dragão na sua cara. — Eu não consegui me conter, e comecei a rir.

— Para, Tóquio! Ele tem cara de meu futuro marido. — Eu falo sorrindo.

Ele dá um sorriso para mim.

— Vamos, vamos, está na hora da aula. — Professor chama todos para a sala de aula.

Nós nos sentamos nos nossos lugares de sempre, e professor começa a escrever no quadro.

— Isso será como um cavalo de tróia. — Ele fala andando pela sala.

— Caga a merda que boia. — Denver fala e ri, Moscou dá um tapa na cabeça dele.

A DAMA & O VAGABUNDO | Denver e ParisWhere stories live. Discover now