Capítulo 12

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Nathaly Mancini

Estou muito feliz, consegui um bom trabalho com um bom salário. Vou juntar dinheiro e comprar uma casinha pra mim, continuarei trabalhando e farei minha faculdade de medicina, meu sonho é ser pediatra e cuidar de crianças. Apesar de tudo que passei e de ser expulsa de casa, sinto que agora posso me tornar a mulher que sempre sonhei, fazer minhas vontades e me tornar alguém que minha mãe se orgulhe onde quer que ela esteja.

Termino de me arrumar e desço, na verdade eu tomei um banho e vesti as mesmas roupas, não tenho outra opção já que saí só com as roupas do corpo. Chego na sala e vejo o senhor Santinelle já me esperando sentado no sofá todo arrumado, seu cheiro está por toda sala e me pego inspirando seu perfume e fechando os olhos pra apreciar, desperto do meu devaneio e ele percebe minha presença guardando o celular.

- Está pronta? Podemos ir?

- Sim.

Saio pela porta o seguindo e vejo ele abrir a porta da camionete e entrar. Me pego pensando que ele abriria a porta pra mim mas me enganei grandemente.

- Percebi ontem que você não estava com nenhuma mala ou bolsa, onde estão suas roupas e objetos? - ele pergunta enquanto dirige e sinto minhas bochechas envermelharem.

- Eu não pude pegar nada, fui expulsa só com a roupa do corpo.

- O QUE? - Ele grita freiando o carro rapidamente, ainda bem que estamos em lugar deserto.

- Me desculpa! - ele tira seu cinto e se vira pra mim - Garotinha, sei que não me deve explicação da sua vida pessoal, mas eu sou seu patrão e realmente preciso saber que tipo de coisa você fez pra ser expulsa de casa dessa forma tão cruel.

lágrimas rolam pelo meu rosto e soluço em choro, me lembrando de tudo que passei, e das coisas horríveis que ouvi do meu próprio pai. Sinto seus braços me rodearem e me puxando pro seu peito em um abraço e eu retribuo precisando sentir a segurança dos seus braços novamente.

- Ela disse que fui eu Vincenzo, mais e-eu juro, juro que não foi eu! Ele me odeia, diz que eu matei minha mãe e que era pra eu ter morrido não ela! Digo tudo de uma vez sem conseguir controlar o choro e o apertando.

- calma garotinha eu estou aqui e vou cuidar de você, agora preciso que se acalme e me conte tudo com calma tudo bem? Ele pergunta me afastando gentilmente e secando minhas lágrimas com o polegar.

Respiro fundo e lhe conto tudo exatamente como aconteceu, ele me ouve atentamente sem esboçar nenhuma reação.

- Eu juro que não fiz isso, não teria motivos pra que eu roubasse aquilo, eu não saberia nem o que fazer. Mais se o senhor não acreditar, eu posso ir embora não se preocupe.

- Olhe para mim. Eu estou me segurando pra não ir até lá agora e quebrar a cara do seu pai e daquela cadela da esposa dele por fazerem isso com minha garotinha. Eu não só acredito em você, como irei hoje mesmo desfazer o contrato que fechei com seu pai e que iria tirar aquele merda da falência - ele diz mas minha cabeça só está repetindo "minha garotinha" sem parar, então eu arregalo os olhos.

- Sua garotinha?

- o que? - ele pergunta se fazendo de desentendido, colocando o cinto e voltando a dirigir tranquilamente.

- você disse " minha garotinha".

- você deve ter entendido errado. Eu não disse isso.

- Hum, mais você vai quebrar o contrato com ele por mim? Não quero trazer prejuízo pra você senhor, não precisa se preocupar comigo eu vou ficar bem.

- Não se preocupe, farei isso mais por mim do que por você, não gosto de trabalhar com pessoas desse tipo, sou um homem honesto e gosto de trabalhar com pessoas honestas.

Depois de sua fala, ficamos em silêncio até chegar ao supermercado.




Quebrados Where stories live. Discover now