Capítulo 21

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Vincenzo Santinelle

A noite chega, vou em casa e subo pro meu quarto, não a vi mais desde a hora do almoço já que não vim tomar café da tarde devido a um imprevisto com às máquinas da fazenda.

Tomo um banho relaxante e resolvo dar uma volta no vilarejo pra esfriar a cabeça, me visto e me arrumo e desço, chegando na sala ela está vindo em direção as escadas e quando me vê desvia o olhar.

- O jantar está pronto senhor.

- Podem comer, não irei jantar em casa hoje. Estou indo a um bar e não sei se voltarei pra casa hoje.

Digo e saio sem esperar resposta, percebi seu olhar magoado e triste, mais eu estou apenas me protegendo. Parece fácil se abrir novamente depois de ser feito de trouxa, mais não é. Eu me doei internamente pra aquela vagabunda, e eu fazia de tudo por ela, isso é algo que nem todos estão dispostos a fazer e eu estava. Mais agora depois de já consegui cicatrizar meu coração, estou sentindo como uma faca afiada tentando abrir novamente e essa faca que me invade é Nathaly, então o que me resta é dirigir até o primeiro bar que vejo.

Chego no vilarejo e entro no bar, vejo alguns conhecidos e me junto a eles. Não sei quantos copos já virei, não pense que sou irresponsável, estou virando um após o outro pra não dar tempo da pouca lucidez que me resta trazer o rosto, o corpo, o cheiro, a voz ou o gosto dela em minha memória, e não voltarei dirigindo pra casa, pagarei uma pousada e passarei a noite aqui mesmo e isso me dar liberdade de encher a cara.

- Boa Noite. Parece que o destino quer nos ver juntos já que te encontro em todos os lugares - ouço a voz de Paola em meu ouvido.

- Na verdade, acho que você está me perseguindo - digo já embriagado e embolado.

- Parece que alguém está totalmente bêbado, me deixe cuidar de você, posso te ajudar a se livrar do que seja lá o que for.

- Eu quero esquecer. Ela tá me fazendo gostar dela pra me magoar depois. Todas são assim.

- Venha querido, irei te levar pra descansar.

Não sou dono dos meus atos no momento, sinto os braços de Paola ao meu redor e a sua mão pegando a chave do carro em meu bolso. Ela me põe sentado e saí dizendo que iria pagar a conta, e não sei quanto tempo dormi só sei que quando me veio um pico de lucidez ela já estava me arrastando pelas escadas e não me recordo de mais nada, a escuridão me toma e eu apago.

Quebrados Where stories live. Discover now