Capítulo 3 - Pista de Kart

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Às vezes você não reconhece a
felicidade nas entrelinhas de um sorriso





Helena Bianchi
Terça-feira, 24 de Novembro de 2020
Monte Carlo, Mônaco

Bocejei, acordando atordoada por não saber onde estava, mas em segundos as memórias foram se reorganizando na minha cabeça e eu lembrei que já estava em Mônaco, na casa do meu pai.

Escovei os dentes e me enrolei no edredom, saí do quarto e fui do jeito que estava, cabelos bagunçados e cara amassada, na direção da saída do corredor.

— Papai? – Chamei meu pai, coçando os olhos.

— Bom dia, minha garotinha! – Ele parou na minha frente.

— Bom dia. – Abracei sua cintura e quase cochilei quando encostei minha cabeça em seu peito. – Cadê o padrinho? – Sussurrei.

— Tá tentando colocar fogo na cozinha. – Soltei uma risadinha.

Papai saiu na direção da cozinha e voltou arrastando tio Charles pelas orelhas. Me sentei no sofá e segurei o riso para não chatear tio Charles, mas seus resmungos de "ai ai ai Jules, você vai arrancar minhas orelhas", eram muito engraçados.

— Fique com a Helena e não ensine nada a ela, se possível, nem fale! – Colocou o moreno sentado do meu lado e voltou para a cozinha.

— Que horas são? – Perguntei lutando para manter meus olhos abertos.

— Duas da tarde. Perdemos a sua consulta no psicólogo mas conseguimos a pista de kart, você quer ir?

— Eu vou poder pilotar um kart de verdade? – O sono se evapora rapidinho.

— Vai! E tanto eu quanto o seu pai vamos te ajudar a entender tudo, meu irmão mais velho também vai e minha mãe disse que ia fazer lanchinhos!

— A vovó é a melhor!

A gente comeu e foi se arrumar, mas parei antes de chegar na porta do meu quarto.

— Não tenho roupa.

— Tá aqui ó! – Papai foi correndo buscar uma sacola perto da porta. – Comprei o mais parecida possível com a que você chegou usando.

— Se minhas coisas não tivessem sido queimadas isso não estaria acontecendo. – Papai assentiu.

— A gente vai comprar tudo novo, pode ficar tranquila.

Todo mundo se arrumou e não demorou para estarmos dentro do carro, tio Charles apontando cada cantinho da cidade e o papai sussurrando se ter escolhido um tal de Lorenzo como meu padrinho não teria sido melhor.

Chegamos no kartódromo e um homem junto com uma mulher estavam nos esperando. Segurei a mão do papai depois de descer, me aproximando da dupla sem falar nada.

— Boa tarde, querida! – A mulher foi quem falou primeiro. – Como se sente? Sou Pascale, mãe do Charles, do Lorenzo. – Apontou para o homem ao seu lado. – E do Arthur que deve estar em um algum lugar com o Ollie e o Paul.

— Ah, foi a senhora que eu chamei de vovó. – Sorri pequeno e ela sorriu largo.

— Gostei do meu novo apelido, posso lidar muito bem com isso de agora ser vovó! – Ela segurou minha mão livre e instintivamente eu tentei puxar.

— Desculpa, ainda é automático. – Ela abanou a mão, sem tirar o sorriso largo do rosto.

— Tudo bem, minha querida. Jules e Charles me explicaram as coisas, faremos você se sentir confortável o suficiente. – Assenti. – Trouxe lanchinhos, o que gosta de comer? Gosta de bolo? Hambúrguer? Sanduíches naturais?

Un Regard | Arthur LeclercWhere stories live. Discover now