Capítulo 11 - Campeã pela primeira vez

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É definitivamente indescritível.
A sensação de estar no
topo, é indescritível!





Helena Bianchi
Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2022
Lille, França

Ter duas finais no mesmo dia me fez ficar uma pilha de nervos. A primeira final era a do campeonato europeu de Kart e eu já estava vestindo o macacão.

— Helena, você tem entrevista. Vamos? – Ouvi a voz de Andrea soar do lado de fora do motorhome.

— Tô saindo! – Respondi e peguei o capacete.

Sai e mostrei um sorriso largo para tio Andrea. Ele tinha "assumido" minha carreira após o fim da temporada da Fórmula um, então era ele que estava controlando tudo para as duas finais.

Caminhamos juntos, conversando amenidades, até chegar ao amontoados de repórteres.

— Helena, aqui! – Busquei pela voz feminina e encontrei uma menina nova, talvez um pouco mais velha que eu, cheia de coisas nos braços.

— Oi, tudo bem? – Ela sorriu e assentiu. – Isso é bom.

— Podemos começar? – Ela falou e balançou seu celular nas mãos.

— Claro. – Ajeitei as mangas do macacão na cintura.

— Aqui é Giorgia, diretamente de Lille com Helena Bianchi, uma das favoritas para a conquista do campeonato europeu de Kart do ano de 2022. – Acenei para a câmera de seu celular. – Como se sente para a primeira final que vai disputar na sua vida?

— Nervosa. – Soltei uma risadinha. – Mas tô confiante, gosto do kartódromo de Lille, consegui a vitória na primeira corrida da temporada que também foi aqui.

— Completou dezessete anos ontem, inclusive parabéns. – Sorri. – Acha que sua carreira no automobilismo começou de maneira tardia?

— Talvez sim, mas certa vez disse a papai que ela começou no tempo que teve que começar.

— Tem pretensão de alcançar a Fórmula 1 também?

— Não, definitivamente não. – Ri e dei de ombros. – Eu não tenho coragem de encarar os treinos que esses pilotos enfrentam, ultimamente encaro a metade da carga que eles pegam quando faço treinos com papai, Chali ou algum dos meninos.

— Está confiante para a final do campeonato francês de drift? – Sorri.

— Definitivamente, trouxe algumas alterações no carro e pilotar um GTR R 34 é sempre um prazer.

— Boa sorte, tô torcendo por você! – Agradeci e me despedi.

Virei para tio Andrea mas um latido, que eu conhecia muito bem, me tirou a atenção.

— BRITA! – Gritei pela minha cachorra.

Papai soltou a coleira dela e ela começou a correr na minha direção, seguindo sempre com seu jeito estabanado.

— Oi filha! Veio ver a mamãe correr? – Fiz carinho na orelha e ela latiu. – Minha garota! – Beijei seu focinho.

— Papa, Chali! – Sorri para os dois.

— Mascotinha! – Papai me abraçou e eu correspondi. – Garota, quem é o estrupício que disse que chamaria você para sair se ganhasse a corrida de hoje?

— O Phil Walker, o inglês ali ó! – Apontei com o queixo para o loiro de olhos extremamente azuis e muito alto da equipe ao lado.

— Eu tô pensando se atropelo ele com minha Ferrari de rua ou a Ferrari de circuito. – Chali sussurrou.

Un Regard | Arthur LeclercWhere stories live. Discover now