SUNSHINE (Luan Santana)

Capítulo 53

|Rafael|
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— Ela não resistiu aos ferimentos. Chegou no hospital sem vida, ela morreu no momento do acidente, não conseguimos fazer nada. — escutar aquelas palavras do médico foi como tomar uma facada no peito. — O bebê também não resistiu, eu sinto muito, senhor!
Os gritos da minha mãe pelo corredor do hospital e eu não sabia o que fazer. Perdi minha irmã, a luz da minha vida, a pessoa por quem doei toda minha vida e meu tempo, agora não resta nada a não ser um grande vazio em meu peito, uma sensação que não sei explicar, um choro entalado na garganta e as imagens de minha irmã presa nas ferragens do carro ao lado de meu pai.
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— Rafael? — escutei a voz de Toledo.
Abri os olhos aos poucos e ele estava na minha frente, balançando a mão.
— O plantão acabou! — se afastou. — E você está suando, está tudo bem?
— Foi só um pesadelo. — murmurei, passando a mão no rosto. — Eu dormi nessa cadeira horrível?
— Dormiu. — levantou os ombros. — Dormiu igual pedra!
— Alguma ocorrência durante a madrugada?
— Obviamente, não! Se tivesse, eu tinha te acordado faz tempo. — estalou os dedos. — Vamos embora, cara, merecemos um descanso digno.
— É... — soltei um longo suspiro. — Merecemos!
— Aí... — virou na minha direção. — Aquele dia que você odeia, está chegando...
— Eu sei que está. — engoli em seco. — Por que você acha que eu tive um pesadelo? — levantei da minha cadeira, impaciente e saí da sala sem dizer mais nada.
O dia estava acinzentado, o Vidigal ainda dormia no começo da manhã, somente algumas pessoas passavam pelas ruas e nos cumprimentavam em um breve aceno. Destravei as portas do meu carro, entrei, fechei a mesma e suspirei fundo, segurando o volante.
Vi meu celular acender a tela com algumas mensagens e dentre elas, tinha uma mensagem de Solange.
"Eu conversei com o Kauã, está tudo bem! Ele está ansioso pra te ver e falar com você, ou melhor dizendo, com o soldadinho Rafael."
Dei um sorriso ao terminar de ler a mensagem, não tinha "bom dia" melhor que esse.
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