Capítulo 62

71 4 0
                                    

|Solange|

Enquanto eu arrumava algumas coisas bagunçadas em cima da cama de Rafael, coloquei outras roupas pra lavar e limpei seu quarto que estava mais desorganizado que o quarto do Kauã.
Quando terminei, eu desci para levar suas roupas até a lavanderia do prédio, entreguei para dona Cida e quando eu voltava, dei de cara com Natasha aos berros no celular, mas ela diminuiu a voz assim que me viu, acenou simpática na minha direção e me deu às costas, antes que eu pudesse acenar de volta.
Entrei no elevador e enquanto a porta fechava, eu observava Natasha, que parecia uma boneca Barbie, desenhada e esculpida pelos deuses do Olimpo. E no momento em que a porta fechou, eu me olhei no espelho do elevador, ajeitei minhas tranças que eu tinha refeito ontem quando cheguei em casa e sorri, me imaginando uma grande modelo. Mas em um estalar de dedos, voltei para a realidade.
A porta do elevador abriu e eu saí, caminhando na direção do apartamento de Rafael. Quando entrei, ele estava na sala, provavelmente voltou no momento em que eu saí pra ir até lavanderia do prédio, ele estava de costas pra mim, com fones de ouvido e sem camisa. Eu nem sabia como chamar sua atenção, observando suas costas molhadas de suor.
Fechei a porta e ele virou na minha direção no mesmo instante.
— Desculpa, não quis te assustar. — desviei minha atenção para qualquer canto aleatório da sala, sem olhar na sua direção.
— Eu achei que você tinha ido embora. — colocou sua camisa novamente.
— Desci pra levar suas roupas na lavanderia. — entrei na cozinha e procurei pelo pano de prato, para terminar de secar algumas louças miúdas. — Ah, e por sinal seu quarto estava uma baderna, até o do Kauã é mais organizado. — comentei, tentando quebrar o clima estranho entre nós dois.
Escutei sua risada, que me fez rir também.
— Da próxima eu pego umas dicas com ele então. — senti suas mãos na minha cintura, enquanto ele deixava um beijo demorado em meu rosto.

[...]

Eu terminei meu dia de serviço na casa de Rafael e quando avisei que ia embora, ele disse que me levaria em casa, porque queria ver o Kauã.
Fomos embora juntos, mais uma vez o Rafael me levou em casa e mais uma vez, a vizinhança fofoqueira da minha rua, ficava de olhos cumpridos me vendo descer do carro dele.
— Que saudade, moleque! — Rafael levantou Kauã nos braços e encheu seu rosto de beijos.
— Você viu o desenho que eu fiz? — Kauã questionou, segurando o rosto de Rafael.
— Eu vi, ficou lindo! Guardei em uma caixa especial e exclusiva!
Entramos em casa e Kaique quem estava tomando conta de Kauã, afinal ele chegou mais cedo e o buscou na dona Mara.
— Chegou uma coisa pra você, mamãe. — Kauã saiu correndo para a cozinha e voltou com um pequeno ramalhete de flores.
— Flores? — franzi o cenho confusa e Kaique suspirou, revirando os olhos.
— Meu pai que mandou te entregar. — Kauã tinha uma expressão confusa e insatisfeita, mas não pior que a expressão de Kaique e Rafael.
— Ah, entendi. — forcei um sorriso. — Filho, da próxima vez pode dizer a ele que eu não vou querer.
— Mas você mesma disse que é feio recusar presentes...
— Mas seu pai está sendo inconveniente. — Kaique retrucou impaciente.
— Kaique! — o repreendi entredentes. — Querido, os presentes do seu pai não são importantes pra mim, eu e você já conversamos sobre isso várias vezes, então eu posso recusar os presentes dele, entende? — tentei não ser grosseira, mas ele apenas levantou os ombros.
A situação estava péssima e constrangedora, mas só não ficou pior, porque Kauã estava empolgado com a visita de Rafael e o arrastou para o sofá, onde mostrou sua nova coleção de filmes de super-heróis que havia ganhado de dona Mara.
— Ele não gostou nada. — Kaique sussurrou, olhando para Rafael que conversava com Kauã.
— Eu vou pessoalmente devolver as flores ao Matheus. — sussurrei ríspida.
— Ele não tem vergonha na cara mesmo, né? Encheu sua cabeça de chifres, te fez de gato e sapato, pisou em você e no Kauã e agora volta como se nada tivesse acontecido. Sem contar que ele te chamou de vagabunda esses dias!
— Eu vou esfregar essas flores na cara dele!

...

SUNSHINE (Luan Santana)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt