Capítulo 20 - Trem

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Eles acamparam na floresta, a cem metros da estrada principal, em uma clareira pantanosa que os adolescentes do lugar obviamente vinham usando para festas. O chão estava repleto de latas de refrigerante amassadas e embalagens de fast food.

Eles pegaram um pouco de comida e cobertores do empório da Medusa. Eles dormiram em turnos, Percy foi o primeiro a ficar de guarda, depois Annabeth, depois Meddy e por último Grover.

A noite foi tranquila, apenas alguns animais da floresta, como gafanhotos. Ao amanhecer, eles saíram e foram até uma nova estação, mas dessa vez, uma estação de trem.

Eles pegaram o trem que ia para oeste pela manhã. Passaram praticamente um dia no trem, antes de adormecerem, Meddy e Percy estavam ainda acordados.

— Raio de sol, tá acordado? — ela perguntou.

— To — ele disse olhando para ela.

— Sinto muito pelo o que nosso pai fez com você, te negligenciar, me perdoa mesmo — ela disse se culpando de tudo aquilo que aconteceu com ele.

— Não é culpa sua Meddy — ele disse.

— Se eu soubesse de você, iria atrás de você na mesma hora — ela contou.

— Eu sei, eu também iria atrás de você — ele confirmou — Meddy?

— Hum?

— O que aconteceu com a sua mãe? — ele perguntou tentando ser o mais delicado possível.

— Ela ficou doente, muito doente, e acabou morrendo quando eu tinha três anos, ela me escreveu uma carta — ela disse com o olhar triste — dizia que eu fui um erro, que eu jamais deveria ter nascido, que eu fui apenas uma noite com um cara bonitão que aparentemente é um deus grego, depois disso eu fui parar em um orfanato, a Alecto tentou me matar, mas eu inundei o orfanato sem querer, eu tinha só 3 anos — ela contou.

— E o nosso pai te salvou?

— Não, eu acabei matando a Alecto, eu invoquei um pegasus e ele atacou ela — ela contou — eu não sei como fiz aquilo, nunca soube, era tão pequena, mas depois, ele veio, e cuidou de mim, em uma cabana perto do mar, escondido, me ensinou praticamente tudo o que eu sei sobre nosso mundo, ensinou sobre nossos poderes, me ensinou a sobreviver — ela contou — quando eu fiz 12 anos, ele me levou pro acampamento, ele demorou quase um ano pra me definir, eu conheci a Clarisse, e meses depois, eu conheci o Luke, a Annabeth e o Grover — ela contou — eu nunca mais saí do acampamento.

— Você vive lá há cinco anos?

— Sim, Percy.

— Deve ser um saco — ele comentou.

— É um pouco — ela contou.

— Da pra vocês dois dormirem? — Annabeth pediu.

Percy e Meddy sorriram, e ambos viraram um de costas para o outro e eles dormiram. No meio da noite, eles acabaram virando, e ele começou a dormir nos ombros da irmã, e ela o acolheu. Annabeth viu aquela cena, e se lembrou de quando ela e Thalia dormiam do mesmo modo, trazendo muitas saudades da garota.

— Ei, ta dormindo? — Percy perguntou.

— To — Annabeth respondeu.

— Você e a Thalia eram muito próximas né? — ele perguntou se aconchegando no ombro de sua irmã.

— Éramos — ela respondeu.

— Como ela era? — Percy perguntou curioso.

— Por quê?

— Ela foi a última criança proibida antes de mim, e da Meddy, né? — ele comentou olhando para o teto do trem — ela deve ter vivido o mesmo tipo de coisa — ele disse.

(1) Daughter of the Sea - Luke Castellan Onde as histórias ganham vida. Descobre agora